As reflexões de Gloria Cavalera sobre domínio masculino na música

Empresária iniciou carreira na área na década de 1980; apesar do sucesso, afirma que o cenário ainda é muito difícil para as mulheres

Gloria Cavalera carrega anos de experiência no mundo da música. Atuante na área desde a década de 1980, ao conhecer o Sacred Reich, ela já trabalhou como empresária do Sepultura e, atualmente, cuida da gerência de bandas como Soulfly e Cavalera Conspiracy, integradas pelo marido Max Cavalera

Apesar da carreira de sucesso, a profissional acredita que o cenário ainda é difícil para as mulheres diante da predominância masculina. Ao abordar o assunto em entrevista à Rock Culture, Gloria explicou que não é tão comum ver a presença de figuras femininas em cargos de liderança na indústria, ainda mais envolvendo o rock/metal. 

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Ela disse: 

“A música sempre foi predominantemente masculina. Existem muito poucas mulheres no empresariamento, marcando turnês ou no comando de gravadoras. Ultimamente há mais bandas com mulheres, e também se vê algumas trabalhando na parte técnica, mas ainda é muito escasso. Não é realmente um ambiente feminino. A maioria das pessoas em um ônibus de turnê são homens e, principalmente no caso do metal, o público é predominantemente masculino.”

Com tais condições, a própria reconhece que é um ambiente complicado de suportar. Em suas palavras, é necessário “ter casca dura para durar nesse negócio”. 

“As mulheres muitas vezes me perguntam como consigo aguentar isso e criar minha família. Devo dizer que não é um ambiente que a maioria das mulheres consiga tolerar por muito tempo. É preciso ter casca dura para durar nesse negócio, porque é muito competitivo e a maioria das mulheres não quer lidar com isso. Como nossos filhos cresceram em ônibus de turnê, tivemos a sorte de passar a maior parte do tempo com eles enquanto cresciam. Nas escolas dizem que aprendem mais na estrada conhecendo outros países do que sentados na sala de aula.”

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Sem perspectiva de mudanças

Na opinião da empresária, não há perspectiva de mudança para um futuro breve. Isso porque as desigualdades não estão somente na música e sim na sociedade como um todo. Por isso, refletiu: 

“Acredito que levará muito mais do que alguns anos para que isso mude. Hoje, em todo o mundo, as mulheres enfrentam dificuldades no acesso aos cuidados de saúde, na expressão da sua opinião, na obtenção de emprego ou na igualdade de remuneração. É algo que levará anos para mudar o processo de pensamento do ser humano, infelizmente.”

Influências de Gloria Cavalera

De qualquer maneira, Gloria sempre teve mulheres como referências e modelos. Citando exemplos, mencionou Sharon Osbourne, esposa de Ozzy Osbourne e sua colega de profissão, além da atriz Angelina Jolie e de membros de sua família: 

“Devo dizer que Sharon Osbourne me inspira. Ela é apaixonada, empática, forte e não tem medo de usar a voz. Enfrentou muitos obstáculos e os superou. Angelina Jolie também me inspira. Ela é uma mulher incrível que lutou contra as dificuldades. E minha mãe e minha avó são minhas principais inspirações de vida. Elas sobreviveram à guerra. Não consigo pensar em nenhuma situação como a que elas vivenciaram.”

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 22 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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