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Deep Purple estreia no Rock in Rio colocando o público na palma da mão

Falha de microfone logo no começo rendeu susto, mas não prejudicou apresentação feita para público fiel, ainda que não tão massivo

É estranho pensar que demorou até 2024 para o Deep Purple tocar no Rock in Rio. Trata-se de uma banda lendária, eleita ao Rock and Roll Hall of Fame e que se apresenta com uma regularidade espantosa no país, estando em sua 14ª turnê nacional. Entretanto, os dois lados nunca haviam se alinhado — até o último domingo (15).

E a união começou com o pé esquerdo. Logo na primeira música, “Highway Star”, um dos maiores hits do grupo, quando chegou a hora do vocalista Ian Gillan começar a cantar… silêncio. Seu microfone havia falhado. Sua voz entrava e saía dos alto-falantes. A banda continuou em frente, mantendo o groove até que a questão fosse resolvida.

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O que era para ser uma entrada triunfal dos headliners do Palco Sunset virou um baita susto. Gillan pareceu um pouco abalado de início com o ocorrido, antes de começar a interagir com a plateia. Ele eventualmente elogiou o cheiro de maconha no ar, falou sobre inspirações por trás de letras e demonstrou muita simpatia.

Foto: Ian Dias @diasphotograph / Headbangers Brasil

Deep Purple, homem a homem

Obviamente, Ian Gillan não tem mais a voz de antes. É uma simples consequência do tempo e os efeitos desse no corpo. O cantor tem 79 anos e apesar de demonstrar boa forma ultimamente — inclusive durante apresentação em São Paulo dois dias antes —, não estava em seu melhor dia. Todavia, fez o suficiente e, como habitual, a banda o apoiava a pleno vapor.

A cozinha formada por Ian Paice e Roger Glover continua tão propulsiva quanto nos tempos áureos do Deep Purple. Don Airey, encarregado dos teclados após a aposentadoria do agora falecido Jon Lord, é capaz de evocar o mesmo som avassalador do homem que substituiu, especialmente no órgão das canções clássicas.

Foto: Ian Dias @diasphotograph / Headbangers Brasil

Enquanto isso, o novato Simon McBride, que ocupou a vaga deixada por Steve Morse em 2022, rejuvenesceu a sonoridade do grupo. Não só por seus 45 anos, mas pela pegada mais hard rock em contraste com a abordagem jazzística de seu antecessor.

Foto: Ian Dias @diasphotograph / Headbangers Brasil

Suingue e setlist

Em alguns momentos do set, o Deep Purple toca junto num estilo que evoca uma influência seminal para quase todo artista inglês dos anos 1960/70: John Mayall’s Bluesbreakers. O suingue instrumental em “Lazy” após o solo de teclado de Airey é sensacional. 

“Machine Head” (1972), o maior sucesso da carreira da banda, foi o álbum que mais emplacou músicas. Não só quatro das onze canções do set, como também tecnicamente uma quinta. Isso porque apesar de não fazer parte do álbum, “When a Blind Man Cries” foi B-side de “Never Before”, single tirado do disco — e que ironicamente não apareceu no show.

Foto: Ian Dias @diasphotograph / Headbangers Brasil

A plateia presente no palco Sunset para vê-los não foi dos maiores. Muitos ficaram nos arredores do palco Mundo para acompanhar o headliner Avenged Sevenfold. Havia espaço de sobra para se locomover e várias pessoas mais longe do palco se sentaram na grama artificial. Entretanto, a paixão entre os fãs era aparente.

Quando o grupo engatou sua sequência final, deu pra ver por que voltam tanto ao país. Todo mundo cantou junto em “Smoke on the Water”. Após uma breve pausa e um falso final de show, eles retornaram para o bis com “Hush”, cover de Joe South e seu primeiro hit da carreira. O público se empolgou ainda mais. Quando emendaram “Black Night”, a canção final, a plateia entrou em modo Iron Maiden e fez coro do instrumental além da letra.

Ao fim da apresentação, a falha técnica do início parecia algo distante. O Deep Purple tinha o público carioca na mão.

Foto: Ian Dias @diasphotograph / Headbangers Brasil

*Fotos de Ian Dias, gentilmente cedidas pelo Headbangers Brasil, que publicará sua cobertura em breve.
**A fotógrafa do site IgorMiranda.com.br não teve credenciamento aprovado para cobertura do Rock in Rio 2024 como um todo.
***Diferentemente de outros shows, a produção do evento não disponibilizou imagens do Deep Purple — por isso, reforçamos o agradecimento ao Ian Dias e ao Headbangers Brasil. Fotos exclusivas do show da banda em São Paulo podem ser conferidas clicando aqui.

Foto: Ian Dias @diasphotograph / Headbangers Brasil

Deep Purple — ao vivo no Rock in Rio 2024

  • Local: Cidade do Rock, Rio de Janeiro
  • Data: 15 de setembro de 2024
  • Turnê: =1 More Time Tour

Repertório:

  1. Highway Star
  2. A Bit on the Side
  3. Into the Fire
  4. Solo de teclado
  5. Lazy
  6. When a Blind Man Cries
  7. Lazy Sod
  8. Anya
  9. Space Truckin’
  10. Smoke on the Water

Bis:

  1. Hush (Joe South cover)
  2. Black Night

Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Bluesky | Twitter | TikTok | Facebook | YouTube | Threads.

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Pedro Hollanda
Pedro Hollanda
Pedro Hollanda é jornalista formado pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso e cursou Direção Cinematográfica na Escola de Cinema Darcy Ribeiro. Apaixonado por música, já editou blogs de resenhas musicais e contribuiu para sites como Rock'n'Beats e Scream & Yell.

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E a união começou com o pé esquerdo. Logo na primeira música, “Highway Star”, um dos maiores hits do grupo, quando chegou a hora do vocalista Ian Gillan começar a cantar… silêncio. Seu microfone havia falhado. Sua voz entrava e saía dos alto-falantes. A banda continuou em frente, mantendo o groove até que a questão fosse resolvida.

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O que era para ser uma entrada triunfal dos headliners do Palco Sunset virou um baita susto. Gillan pareceu um pouco abalado de início com o ocorrido, antes de começar a interagir com a plateia. Ele eventualmente elogiou o cheiro de maconha no ar, falou sobre inspirações por trás de letras e demonstrou muita simpatia.

Foto: Ian Dias @diasphotograph / Headbangers Brasil

Deep Purple, homem a homem

Obviamente, Ian Gillan não tem mais a voz de antes. É uma simples consequência do tempo e os efeitos desse no corpo. O cantor tem 79 anos e apesar de demonstrar boa forma ultimamente — inclusive durante apresentação em São Paulo dois dias antes —, não estava em seu melhor dia. Todavia, fez o suficiente e, como habitual, a banda o apoiava a pleno vapor.

A cozinha formada por Ian Paice e Roger Glover continua tão propulsiva quanto nos tempos áureos do Deep Purple. Don Airey, encarregado dos teclados após a aposentadoria do agora falecido Jon Lord, é capaz de evocar o mesmo som avassalador do homem que substituiu, especialmente no órgão das canções clássicas.

Foto: Ian Dias @diasphotograph / Headbangers Brasil

Enquanto isso, o novato Simon McBride, que ocupou a vaga deixada por Steve Morse em 2022, rejuvenesceu a sonoridade do grupo. Não só por seus 45 anos, mas pela pegada mais hard rock em contraste com a abordagem jazzística de seu antecessor.

Foto: Ian Dias @diasphotograph / Headbangers Brasil

Suingue e setlist

Em alguns momentos do set, o Deep Purple toca junto num estilo que evoca uma influência seminal para quase todo artista inglês dos anos 1960/70: John Mayall’s Bluesbreakers. O suingue instrumental em “Lazy” após o solo de teclado de Airey é sensacional. 

“Machine Head” (1972), o maior sucesso da carreira da banda, foi o álbum que mais emplacou músicas. Não só quatro das onze canções do set, como também tecnicamente uma quinta. Isso porque apesar de não fazer parte do álbum, “When a Blind Man Cries” foi B-side de “Never Before”, single tirado do disco — e que ironicamente não apareceu no show.

Foto: Ian Dias @diasphotograph / Headbangers Brasil

A plateia presente no palco Sunset para vê-los não foi dos maiores. Muitos ficaram nos arredores do palco Mundo para acompanhar o headliner Avenged Sevenfold. Havia espaço de sobra para se locomover e várias pessoas mais longe do palco se sentaram na grama artificial. Entretanto, a paixão entre os fãs era aparente.

Quando o grupo engatou sua sequência final, deu pra ver por que voltam tanto ao país. Todo mundo cantou junto em “Smoke on the Water”. Após uma breve pausa e um falso final de show, eles retornaram para o bis com “Hush”, cover de Joe South e seu primeiro hit da carreira. O público se empolgou ainda mais. Quando emendaram “Black Night”, a canção final, a plateia entrou em modo Iron Maiden e fez coro do instrumental além da letra.

Ao fim da apresentação, a falha técnica do início parecia algo distante. O Deep Purple tinha o público carioca na mão.

Foto: Ian Dias @diasphotograph / Headbangers Brasil

*Fotos de Ian Dias, gentilmente cedidas pelo Headbangers Brasil, que publicará sua cobertura em breve.
**A fotógrafa do site IgorMiranda.com.br não teve credenciamento aprovado para cobertura do Rock in Rio 2024 como um todo.
***Diferentemente de outros shows, a produção do evento não disponibilizou imagens do Deep Purple — por isso, reforçamos o agradecimento ao Ian Dias e ao Headbangers Brasil. Fotos exclusivas do show da banda em São Paulo podem ser conferidas clicando aqui.

Foto: Ian Dias @diasphotograph / Headbangers Brasil

Deep Purple — ao vivo no Rock in Rio 2024

  • Local: Cidade do Rock, Rio de Janeiro
  • Data: 15 de setembro de 2024
  • Turnê: =1 More Time Tour

Repertório:

  1. Highway Star
  2. A Bit on the Side
  3. Into the Fire
  4. Solo de teclado
  5. Lazy
  6. When a Blind Man Cries
  7. Lazy Sod
  8. Anya
  9. Space Truckin’
  10. Smoke on the Water

Bis:

  1. Hush (Joe South cover)
  2. Black Night

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Pedro Hollanda é jornalista formado pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso e cursou Direção Cinematográfica na Escola de Cinema Darcy Ribeiro. Apaixonado por música, já editou blogs de resenhas musicais e contribuiu para sites como Rock'n'Beats e Scream & Yell.

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