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A opinião de Roger Waters sobre “A Momentary Lapse of Reason”, do Pink Floyd

Álbum estava sendo preparado como trabalho solo de David Gilmour e acabou marcando retomada da banda sem seu líder

A perspectiva de o Pink Floyd continuar sem Roger Waters parecia uma ilusão para fãs que acompanhavam a banda em seu auge. Afinal de contas, o artista não era apenas um componente musical de sua importância, como também ditava os rumos ideológicos da banda.

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O fato é que David Gilmour assumiu a linha de frente após um acordo e o grupo continuou fazendo sucesso, embora questionado. Mas o que o homem que abandonou o barco pensa sobre essa época? Especialmente o criticado primeiro disco sem sua presença?

Disse o músico durante entrevista de 2005 ao CD Now, resgatada pelo Far Out Magazine:

A Momentary Lapse of Reason tinha algumas músicas muito boas que, se eu ainda estivesse na banda, aquelas sequências de acordes e melodias teriam sido incluídas em um disco do qual eu participasse. Mas conceitualmente e liricamente, é apenas lixo, em parte porque não possui verdade. Foi apenas pensado: ‘vamos tentar escrever músicas que soem como se fossem Pink Floyd e fazer discos que soem como discos do Pink Floyd’.”

Roger Waters desmentido por David Gilmour

Em entrevista de 1988 à revista Penthouse, um ano depois do lançamento, Roger Waters disse que um executivo da gravadora CBS chamado Stephen Ralbovsky teria escutado o novo disco do Pink Floyd ainda em fase de concepção. Supostamente desgostoso com o que ouviu, ele teria sugerido a David Gilmour que abandonasse tudo e começasse do zero.

A resposta do guitarrista veio 20 anos depois, em 2008, durante uma conversa com a revista Mojo, onde ele foi questionado a respeito da declaração de Waters. Gilmour explicou a situação com Ralbovsky. Porém, ele nega que tenha começado o álbum do zero — embora admita alguns tropeços.

“Um monte de mentiras. Eu nunca parei e comecei de novo. Nós temos um longo histórico de dizer: ‘f*da-se, nós vamos entregar o disco quando ele estiver pronto, com capa, e aí vocês podem vende-lo’. Stephen Ralbovsky veio e quis ouvir algumas coisas. Ele era um amigo. É totalmente possível que ele não tenha ficado impressionado. Nós só estávamos naquilo há 3 semanas e tinha uma música que eu toquei para ele um ano antes, que eu tinha feito em casa com Simon Phillips (baterista). Era uma boa faixa, mas não combinava com nada. Steve perguntou: ‘o que aconteceu com aquela?’. E eu disse que não entraria. Quaisquer que tenham sido seus pensamentos, ele os guardou para si e não foi convidado a fazer nada além disso.”

Pink Floyd e “A Momentary Lapse of Reason”

“A Momentary Lapse of Reason” teve apenas David Gilmour e Nick Mason como membros oficiais creditados. Richard Wright não pôde aparecer, devido a questões legais. Parte do material estava sendo preparado para um terceiro trabalho solo do guitarrista e vocalista, que contou com colaborações externas nas composições.

Músicos como o baterista Carmine Appice, o baixista Tony Levin e o produtor Bob Ezrin participaram das gravações. O disco vendeu mais de 10 milhões de cópias em todo o mundo. Chegou ao 3º lugar nas paradas britânica e americana.

Anos depois, Gilmour declarou ter se arrependido de algumas experimentações feitas com sonoridades em alta à época. Para o músico, o uso de sintetizadores e outras tecnologias se tornou vazio com o passar dos anos.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

5 COMENTÁRIOS

  1. Pura inveja. “A Momentary Lapse of Reason” é um disco sensacional, é o ÚNICO do Pink Floyd que ouço no REPEAT várias e várias vezes. Ainda é um excelente disco, tenho LP, ouvir “A Momentary Lapse of Reason” é uma viagem sonora indescritivel. Mais uma vez Waters vomitando merdas pela boca.

  2. I agree with Roger: The music really sounds like Pink Floyd and it’s good but the level of the lyrics and the concept is clearly low if compared with what had been done so far. Garbage is not a nice way to put it though

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