Nos últimos anos os fãs do Iron Maiden têm acompanhado os problemas de saúde de Paul Di’Anno, vocalista da banda em seus primeiros registros. Uma mobilização mundial foi feita para que o cantor pudesse ter acesso a um tratamento para lidar com problemas em seus membros inferiores.
O escritor Stjepan Juras encabeçou o movimento e conseguiu levar o artista para realizar a maior parte dos procedimentos na Croácia. No período, Paul se reconectou com os ex-colegas de bandas, além de ter interagido com seu substituto, Bruce Dickinson, e o Kiss, que levou a Donzela de Ferro em sua primeira turnê europeia.
De qualquer modo, o processo de recuperação ainda é longo. Em entrevista ao Blabbermouth, o músico falou sobre como está atualmente.
Ele começou dizendo:
“O progresso está me irritando. Chegamos tão longe. Temos que fazer uma coisa chamada drenagem linfática. Todo o fluido se acumula na minha perna com a prótese e no joelho também. Ele se enche de fluido. Neste meu maravilhoso país [Inglaterra], estamos uns 200 anos atrasados em relação a todos os outros, eles não fazem drenagem aqui. Tenho que continuar indo à Croácia, onde tenho uma equipe fantástica. Em alguns dias diminui. Quando você tem linfedema, ele pode abrir novamente. O menor corte vai infeccionar. Tem sido difícil.”
Como um artista longe do luxo da banda que o revelou, Di’Anno não pode se dar ao privilégio de sair da estrada. Isos também acaba sendo um complicador.
“Cheguei da Croácia há cerca de três ou quatro semanas, e então fui direto para a Colômbia fazer shows. Tem sido um inferno. Agora eu voltei. Tenho enfermeiros chegando amanhã. Eles vão fazer um curativo na minha perna e me fazer parecer o boneco da Michelin, com uma perna grande e gorda. Eu fico tipo: ‘F*da-se, cara, isso não é bom!’. Até tenho meias especiais que você pode calçar para ajudar com coisas assim, como meias de compressão. Eles não vão calçar! E eu não consigo ninguém para fazer isso por mim. Sim, nós somos um pouco medievais aqui. Nós começamos a coisa do serviço de saúde, foi copiado ao redor do mundo e agora estamos centenas de anos atrás de todos.”
Os objetivos futuros de Paul Di’Anno
Paul Di’Anno ainda revelou ter chegado muito próximo de conseguir ficar em pé recentemente. Esse segue sendo um de seus dois objetivos principais.
“Por alguns meses, chegamos tão perto — estava de muletas. Se eu conseguir me movimentar de muletas, o linfedema vai melhorar porque eu tenho circulação. Infelizmente, todo o progresso com um dos meus médicos caiu. Ele ficou muito doente por conta da Covid justo quando estávamos nos preparando para subir nas muletas. Isso foi bem decepcionante. Fiquei bem irritado e com o coração partido. Mas isso não significa que não vamos conseguir. Eu não desisto tão fácil. Tenho dois objetivos: levantar, mesmo que seja uma perna por enquanto. Então, nos próximos dois anos, voltar para minha Harley.”
No entanto, não dá para desconsiderar os efeitos que seguir trabalhando acarretam, especialmente levando em conta o sistema imunológico, bastante atingido pelas longas viagens.
“É uma história completamente verdadeira. Quando tive sepse há nove anos, quase me matou. Não consigo mais produzir proteína naturalmente. Tenho que fazer isso por meio de shakes e coisas assim. Tenho buracos na clavícula. Pareço uma esponja. Sim, é muito difícil. Como eu disse, tenho uma perna erguida no momento que é absolutamente tão dolorosa porque o linfedema está se movendo um pouco. Está me matando completamente — vai direto para a sola do pé. É difícil se concentrar e fazer qualquer coisa quando você está assim. Mas quando estou no palco é completamente diferente. Algo toma conta de mim e estou bem, então posso chorar depois.”
Warhorse e “The Book of the Beast”
Recentemente, o Warhorse lançou seu primeiro álbum. O projeto reúne Paul e músicos croatas, tendo sido registrado durante os primeiros anos do tratamento no país. O trabalho ganhou versão nacional em formato físico através da Hellion Records.
Ainda este ano deve sair a compilação “The Book of the Beast”. Entre as novidades, estão versões repaginadas para dois clássicos do Maiden, “Remember Tomorrow” e “Wrathchild”. As músicas contaram com participações de Tony Martin (ex-Black Sabbath) e ZP Theart (ex-Dragonforce e Skid Row), respectivamente.
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