Jay Jay French viu vídeos do AC/DC com Axl Rose só para “garantir que era ruim” — e se deu mal

Guitarrista do Twisted Sister não foi o único a “quebrar a cara” nas expectativas quanto à união

Em 2016 o vocalista Brian Johnson precisou se retirar da turnê “Rock or Bust”, do AC/DC, devido a problemas crônicos de audição. Seu substituto foi Axl Rose, à época envolvido com os preparativos para a turnê “Not in This Lifetime”, do Guns N’ Roses, que marcaria os retornos de Slash e Duff McKagan à banda.

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A maioria dos fãs torceu o nariz antes mesmo de escutar algo. Afinal de contas, o estilo rockstar problemático do cantor representava tudo que os britânicos radicados na Austrália eram contra. No entanto, o frontman conseguiu dobrar a maior parte do público.

Além de performances convincentes, Axl aproveitou seu lado fã e fez o grupo desenterrar uma série de clássicos que não eram tocados há anos ou até mesmo nunca haviam entrado em setlists. A atitude conquistou especialmente os saudosos da era Bon Scott, com vários hinos dos anos 1970 sendo resgatados.

Um dos que precisou dar a mão à palmatória foi Jay Jay French. O guitarrista do Twisted Sister confessou a Dean Delray, do podcast Let There Be Talk, ter “quebrado a cara”.

Ele contou, conforme transcrição do Ultimate Guitar:

“Assisti um vídeo aqui e outro ali. Queria ver o quão ruim as coisas estavam indo, certo? E ele parecia tão diferente, engraçado onde estava, mas ao mesmo tempo estava detonando. As pessoas estavam rindo da ideia de ele substituir Brian, mas depois que o viram disseram: ‘Uau, ele conseguiu!’. Apesar de todos os pessimistas e especialistas em mídia social que menosprezam tudo no mundo, ele realmente conseguiu.”

Jay Jay French e as trocas de vocalistas

Ainda assim, Jay não nega possuir um apreço especial por Brian Johnson. E exaltou o AC/DC por ter conseguido realizar uma substituição de cantores com sucesso, além de mencionar outra banda que passou pela mesma prova de fogo.

“Bem, pense em quão sortudo foi o Van Halen em conseguir Sammy Hagar e quão sortudo foi o AC/DC em ter Brian Johnson. É como encontrar o gênio da lâmpada ou ganhar na loteria duas vezes. Como você faz isso? Hagar entra e cria esse mundo para eles, que era ainda maior, de certa forma, do que David Lee Roth, sabe?”

A volta do Twisted Sister

O último show completo do Twisted Sister até o momento aconteceu no dia 12 de novembro de 2016, em Monterrey, México. Contando com Mike Portnoy em substituição a AJ Pero, falecido no ano anterior, o grupo encerrou sua história naquele momento.

Após a apresentação em questão, os remanescentes chegaram a se reunir para uma curta performance quando foram indicados ao Heavy Metal Hall of Fame, em janeiro de 2023 – menos o guitarrista Eddie Ojeda, que foi diagnosticado com covid na véspera.

Durante entrevista ao podcast “The Hook Rocks!”, realizada em abril deste ano, o vocalista Dee Snider garantiu que propostas para uma volta estão chegando e seriam vantajosas demais para não se levar em consideração. Ele disse, conforme transcrição do Blabbermouth:

“Como resultado de todas as bandas se aposentarem e morrerem, as ofertas ficam cada vez maiores para que os resistentes voltem. Passamos os últimos oito anos sem intenção de voltar. Mas como diz o meu pai, tudo antes da palavra ‘mas’ é besteira. Em algum momento, você tem que dizer: ‘bem, como posso continuar dizendo não a isso?’.”

Sendo assim, o cantor admite que os valores oferecidos recentemente mexeram com as convicções. E ele garante não haver nada de errado nisso.

“Já chegou onde queríamos? Não. Está chegando perto? Sim. Existe uma conversa entre nós, tipo: ‘bem, no caso de os números chegarem lá, e eles com certeza parecem estar indo nessa direção, como vamos recusar?’. Portanto, o assunto existe. E é assim que resolveremos isso fisicamente e em vários outros níveis. A conversa passou de ‘nunca’ para ‘no caso de uma oferta irrecusável, qual seria o plano?’. E há uma discussão geral, envolvendo personal trainers [risos], dietas, extensões de cabelo. É a primeira vez em oito anos que essa conversa acontece.”

Dee também garante que as relações pessoais não seriam um impasse na situação hipotética de um reencontro. Ele disse:

“A propósito, somos todos amigos. Os sobreviventes, todos nós conversamos e somos todos amigos e nos amamos. E essa foi uma das grandes coisas que surgiram ao nos reunirmos pela primeira vez, no início do século. Conseguimos consertar as amizades. Foi o principal motivo pelo qual eu quis voltar à época. Então, de qualquer forma, veremos o que acontece.”

Provavelmente, em caso de confirmação da volta, o Twisted Sister teria que buscar um novo baterista, visto que Mike Portnoy está bastante ocupado com o Dream Theater – além dos vários projetos paralelos que mantém. Aguardemos.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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