A banda menos conhecida que inspirou o Deep Purple a soar mais pesado

De acordo com Ritchie Blackmore, grupo americano fez com que ingleses amenizassem lado experimental, focando no hard rock

Após os três primeiros álbuns de estúdio, o Deep Purple sofreu duas mudanças na formação, com as saídas do vocalista Rod Evans e do baixista Nick Simper. Eles foram substituídos, respectivamente, por Ian Gillan e Roger Glover. Mas não parou por aí.

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A sonoridade do grupo também sofreu alterações, deixando de lado as ambientações pop e experimentos para focar no rock pesado. O movimento transformaria a banda em uma das mais influentes do seu tempo, abrindo caminho para a consolidação do hard rock e, logo a seguir, do heavy metal.

Um grupo norte-americano teve especial influência nessa guinada. Quem reconheceu foi o guitarrista Ritchie Blackmore, em depoimento resgatado pelo Far Out Magazine. Ele disse:

“Lembro de estar bebendo em um clube na Alemanha com Ian Paice (baterista). Naquela época, você podia ir a um lugar assim e ouvir na íntegra os discos que tinham acabado de sair. De repente tocou ‘Mississippi Queen’, do Mountain. Nós dois ficamos pálidos! Pensamos ‘Quem diabos é isso?!’ Tinha um som tão grande! Era incrivelmente pesado, especialmente em se tratando de um trio.”

O quinteto chegou a excursionar com Leslie West e companhia, o que motivou a guinada definitiva no estilo. Não sem Blackmore precisar bancar uma aposta com o tecladista do grupo.

“Estávamos tentando encontrar nosso caminho como banda, algum tipo de ‘categoria’. Jon Lord gostava de coisas clássicas e, embora eu ame esse tipo de música, queria dar continuidade ao último disco da formação original com algo mais pesado. Então disse a ele: ‘Se isso não funcionar, vamos voltar a tocar com orquestras’.”

Deep Purple e “In Rock”

O resultado da nova investida foi “In Rock”. O quarto álbum do grupo estabeleceu sua formação mais conhecida, chamada pelos fãs de Mark II. O trabalho chegou ao 4º lugar na parada britânica, além do 1º na Alemanha e Áustria. Ganhou discos de ouro no Reino Unido e Estados Unidos.

As gravações duraram seis meses, tempo extenso para os padrões da época. Com pouco dinheiro em caixa, a banda precisou intercalar as sessões com temporadas na estrada para conseguir se manter financeiramente.

A capa foi uma alusão ao Monte Rushmore, localizado em Dakota do Sul, Estados Unidos. A escultura original conta com os rostos de quatro presidentes norte-americanos: George Washington, Thomas Jefferson, Theodore Roosevelt e Abraham Lincoln.

Sobre o Mountain

Comandado pelo vocalista e guitarrista Leslie West, o Mountain existiu originalmente entre 1969 e 1974, realizando uma série de reuniões posteriores. A formação clássica ainda contava com o baixista Felix Pappalardi – que também assinava a produção – e o baterista Corky Laing.

Seus dois primeiros álbuns, “Climbing!” (1970) e “Nantucket Sleighride” (1971), foram os únicos a faturar premiação de ouro. A já citada “Mississippi Queen” é um dos clássicos casos de música que se tornou mais famosa que os próprios criadores – muitos a conhecem sem saber quem a interpreta.

A última versão da banda se extinguiu em 2010. Leslie West faleceu dez anos mais tarde, devido a problemas cardíacos agravados pelo diabetes.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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