...

Por que Yngwie Malmsteen parou de ouvir Ritchie Blackmore aos 10 anos de idade

Guitarrista teve o Deep Purple como uma de suas primeiras referências musicais, mas certo aspecto o impediu de continuar escutando a banda

Yngwie Malmsteen era um fã do Deep Purple na infância. Aos oito anos de idade, o guitarrista sueco ganhou o álbum “Fireball” (1971), responsável por exercer grande importância para ele à época. Porém, não muito tempo depois, o próprio decidiu parar de ouvir a banda — principalmente por causa do colega de instrumento Ritchie Blackmore

Durante coletiva de imprensa no festival Hellfest, o artista contou que, quando criança, não costumava escutar nenhum grupo voltado ao rock/metal. Assim, o Purple era basicamente sua única referência musical até então. Inclusive, o disco ao vivo “Made in Japan” (1972) estava entre os seus favoritos. 

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De acordo com transcrição do Ultimate Guitar, ele explicou: 

“Eu não ouvia Black Sabbath, eu não ouvia Led Zeppelin. Eu não ouvia p#rra nenhuma. Mas no meu aniversário de oito anos, eu ganhei ‘Fireball’ do Deep Purple, que, a propósito, todo mundo deveria ouvir. Naquele momento, eu não conseguia comparar o álbum com nenhuma outra coisa. E depois eu ouvi ‘Made in Japan’. Quando eu tinha nove anos, eu conseguia tocar cada nota de ‘Made in Japan’.”

O problema, segundo ele, veio da escala pentatônica, bastante tradicional no rock devido à influência do blues. Ao notar o comum padrão da guitarra, ficou impossível para o instrumentista continuar afeiçoado pela banda, já que ele procurava por mais.

Daí, como mencionado, surgiu o interesse pela música clássica:

“Não demorou muito para que eu percebesse que a guitarra usava a escala pentatônica. É blues, o que é lindo. Eu amo B.B. King. Eu amo todos eles. Mas como sou um pouco excêntrico, percebi: ‘precisa ter mais do que isso’. Então, alguém tocou ‘Selling England by the Pound’ do Genesis, e eu tinha uns nove ou dez anos. E respondi: ‘uau, o que é isso? Escalas diminutas?’ De repente, eu percebi que o que eu amava não era o guitarrista. Eram as notas e as progressões de acordes. E eu sabia que minha mãe tinha cerca de mil discos de Bach, então eu comecei a ouvir Johann Sebastian Bach.”

Foto: Gustavo Diakov

Tirando Ritchie Blackmore de sua vida

Apesar de reconhecer o talento de Ritchie Blackmore, Yngwie Malmsteen deixou claro que o estilo de ambos é muito diferente. Isso porque suas influências na guitarra não englobaram somente o instrumento, o que atuou como diferencial: 

“Parei completamente de ouvir Ritchie Blackmore quando tinha 10 anos. Adoro Ritchie, sem dúvida, mas meu estilo de tocar não é nada parecido com o dele. Ele era um guitarrista de blues, um dos maiores de todos os tempos. Amo Blackmore, Jimmy Page. Amo todos. Mas, bem cedo, eu me desviei do modo pentatônico, que eu chamo de incesto na guitarra. Todo guitarrista ouve outro guitarrista. E esse guitarrista, por sua vez, ouve outro guitarrista, que ouve outro. Charlie Christian, Joe Pass, Django Reinhardt, Hank Marvin, Jeff Beck, Ritchie Blackmore e Gary Moore — todos eles ouviam outros guitarristas, o que é ótimo. Não estou criticando isso. No entanto, baseei minha maneira de tocar guitarra no violino clássico, não na guitarra clássica. Então, a coisa do Blackmore é muito antiquada para mim.”

Sobre Yngwie Malmsteen

Nascido em Hässelby-Vällingby, Suécia, Lars Johan Yngve Lannerbäck foi o pioneiro do estilo neoclássico, mesclando influências de música erudita ao hard/heavy em seu modo de tocar guitarra. Despontou na cena americana ao se juntar ao Steeler, que também revelou o vocalista Ron Keel.

Depois, se juntou ao Alcatrazz, banda do cantor Graham Bonnet após sua saída do Rainbow. A seguir, partiu para a carreira solo que o consagrou de vez como um dos principais instrumentistas de sua geração. Ainda gravou e excursionou com G3, Generation Axe, Hear ‘N Aid, Tone Norum, Saxon, Derek Sherinian e Human Clay, entre outros.

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 22 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

1 COMENTÁRIO

  1. Jeff Beck foi um dos maiores guitarristas q já existiu, sem duvida! Uma nota dele toca a alma!
    Ynguwie sem dúvida tem técnica apurada, extremamente veloz, mas sem feeling!

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Por que Yngwie Malmsteen parou de ouvir Ritchie Blackmore aos 10 anos de idade

Guitarrista teve o Deep Purple como uma de suas primeiras referências musicais, mas certo aspecto o impediu de continuar escutando a banda

Yngwie Malmsteen era um fã do Deep Purple na infância. Aos oito anos de idade, o guitarrista sueco ganhou o álbum “Fireball” (1971), responsável por exercer grande importância para ele à época. Porém, não muito tempo depois, o próprio decidiu parar de ouvir a banda — principalmente por causa do colega de instrumento Ritchie Blackmore

Durante coletiva de imprensa no festival Hellfest, o artista contou que, quando criança, não costumava escutar nenhum grupo voltado ao rock/metal. Assim, o Purple era basicamente sua única referência musical até então. Inclusive, o disco ao vivo “Made in Japan” (1972) estava entre os seus favoritos. 

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De acordo com transcrição do Ultimate Guitar, ele explicou: 

“Eu não ouvia Black Sabbath, eu não ouvia Led Zeppelin. Eu não ouvia p#rra nenhuma. Mas no meu aniversário de oito anos, eu ganhei ‘Fireball’ do Deep Purple, que, a propósito, todo mundo deveria ouvir. Naquele momento, eu não conseguia comparar o álbum com nenhuma outra coisa. E depois eu ouvi ‘Made in Japan’. Quando eu tinha nove anos, eu conseguia tocar cada nota de ‘Made in Japan’.”

O problema, segundo ele, veio da escala pentatônica, bastante tradicional no rock devido à influência do blues. Ao notar o comum padrão da guitarra, ficou impossível para o instrumentista continuar afeiçoado pela banda, já que ele procurava por mais.

Daí, como mencionado, surgiu o interesse pela música clássica:

“Não demorou muito para que eu percebesse que a guitarra usava a escala pentatônica. É blues, o que é lindo. Eu amo B.B. King. Eu amo todos eles. Mas como sou um pouco excêntrico, percebi: ‘precisa ter mais do que isso’. Então, alguém tocou ‘Selling England by the Pound’ do Genesis, e eu tinha uns nove ou dez anos. E respondi: ‘uau, o que é isso? Escalas diminutas?’ De repente, eu percebi que o que eu amava não era o guitarrista. Eram as notas e as progressões de acordes. E eu sabia que minha mãe tinha cerca de mil discos de Bach, então eu comecei a ouvir Johann Sebastian Bach.”

Foto: Gustavo Diakov

Tirando Ritchie Blackmore de sua vida

Apesar de reconhecer o talento de Ritchie Blackmore, Yngwie Malmsteen deixou claro que o estilo de ambos é muito diferente. Isso porque suas influências na guitarra não englobaram somente o instrumento, o que atuou como diferencial: 

“Parei completamente de ouvir Ritchie Blackmore quando tinha 10 anos. Adoro Ritchie, sem dúvida, mas meu estilo de tocar não é nada parecido com o dele. Ele era um guitarrista de blues, um dos maiores de todos os tempos. Amo Blackmore, Jimmy Page. Amo todos. Mas, bem cedo, eu me desviei do modo pentatônico, que eu chamo de incesto na guitarra. Todo guitarrista ouve outro guitarrista. E esse guitarrista, por sua vez, ouve outro guitarrista, que ouve outro. Charlie Christian, Joe Pass, Django Reinhardt, Hank Marvin, Jeff Beck, Ritchie Blackmore e Gary Moore — todos eles ouviam outros guitarristas, o que é ótimo. Não estou criticando isso. No entanto, baseei minha maneira de tocar guitarra no violino clássico, não na guitarra clássica. Então, a coisa do Blackmore é muito antiquada para mim.”

Sobre Yngwie Malmsteen

Nascido em Hässelby-Vällingby, Suécia, Lars Johan Yngve Lannerbäck foi o pioneiro do estilo neoclássico, mesclando influências de música erudita ao hard/heavy em seu modo de tocar guitarra. Despontou na cena americana ao se juntar ao Steeler, que também revelou o vocalista Ron Keel.

Depois, se juntou ao Alcatrazz, banda do cantor Graham Bonnet após sua saída do Rainbow. A seguir, partiu para a carreira solo que o consagrou de vez como um dos principais instrumentistas de sua geração. Ainda gravou e excursionou com G3, Generation Axe, Hear ‘N Aid, Tone Norum, Saxon, Derek Sherinian e Human Clay, entre outros.

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Maria Eloisa Barbosa
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Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 22 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

1 COMENTÁRIO

  1. Jeff Beck foi um dos maiores guitarristas q já existiu, sem duvida! Uma nota dele toca a alma!
    Ynguwie sem dúvida tem técnica apurada, extremamente veloz, mas sem feeling!

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