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O álbum do Sepultura atrapalhado pela mixagem, segundo Andreas Kisser

Guitarrista falou sobre perrengues passados pela banda com produtores e mixers em recente entrevista

O álbum “Against” (1998) marcou um momento importante da carreira do Sepultura. Após o traumático rompimento com Max Cavalera, a banda deu início a uma nova era, encontrando o americano Derrick Green. Apesar de contar com admiradores, o trabalho não figura entre os preferidos dos envolvidos – incluindo o ex-baterista Iggor Cavalera, que o criticou publicamente quando ainda estava na banda.

Um dos motivos foi explicado por Andreas Kisser durante recente entrevista ao Music Thunder Vision. O assunto veio à tona quando o VJ e apresentador Luiz Thunderbird questionou o guitarrista sobre possíveis perrengues que teria passado em estúdio com produtores.

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Ele disse, conforme transcrição do site:

“Cara, passamos por isso uma vez com o ‘Against’, né? Foi um disco muito complicado pra gente, porque foi o primeiro sem o Max. Havia a desconfiança da gravadora, o Derrick tinha acabado de entrar na banda. Enfim, foi um disco muito complicado, mas muito importante. Sem ele o Sepultura não estaria aqui hoje, do jeito que está. Mas a gente teve muito problema com o mixer, o cara que foi mixar o disco.”

A situação, garante o músico, não foi algo relacionado ao modus operandi, mas às convicções e formas de enxergar o produto.

“Enfim, conceitos. Quando o cara tem uma ideia e a banda tem outra, não adianta. Ele vai ver a música de um jeito e a gente está vendo de outro. Aí não vai pra frente. E sabe como é, né, mano? Você pode passar lá três meses gravando um negócio, no mixer pode f*der tudo. Cadê a bateria? ‘Ah, não quis botar a bateria’. Alguns funcionam, até estimulam a criatividade. Mas tem que ser dentro de um contexto que já está trabalhando o disco desde o início, enfim. Mas tivemos que trocar o mixer de última hora, gastamos uma grana que não tinha, enfim.”

De qualquer modo, Andreas fez questão de ressaltar que o produtor Howard Benson fez o possível para ajudar. Ainda deixou claro não gostar de se demorar muito nas gravações.

“Inclusive, para tirar som de guitarra nos discos, cara, acho que eu nunca demorei mais do que 20 minutos.”

Kisser não especifica, mas é provável que esteja falando sobre Tim Palmer, responsável por mixar quase todas as faixas de “Against”. Somente “Tribus”, “F.O.E.” e “T3rcermillennium” tiveram a função assumida por Bobbie Brooks e o próprio Benson. James Saez e Mark Moncrief são creditados como assistentes de mixagem.

Sepultura e “Against”

Sétimo trabalho de estúdio do Sepultura, “Against” foi o primeiro a contar com o vocalista Derrick Green. Contou com participações de João Gordo (Ratos de Porão) e Jason Newsted (ex-Metallica), além do grupo percussivo japonês Kodo. Zé do Caixão ainda aparece na edição brasileira.

Além das faixas inéditas, o tracklist trazia uma versão para “Freedom Of Expression”, de Jimmy Bowen. A música é trilha do filme “Corrida Contra o Destino”, além de ser conhecida no Brasil pela abertura do programa “Globo Repórter”, da Rede Globo.

O álbum teve desempenho fraco nas paradas mundiais. A Roadrunner, gravadora do grupo à época, também manteve Max Cavalera em seu cast e resolveu priorizar o Soulfly na promoção.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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