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A opinião de Max Cavalera sobre o fim do Sepultura

Músico reconhece estranhar a decisão e garante não pensar no mesmo para a própria carreira

Entre idas e vindas de opinião sobre uma reunião da formação clássica, o Sepultura iniciou a sua turnê de despedida. A “Celebrating Life Through Death” iniciou no Brasil, passou pelo restante da América Latina e visitará América do Norte e Europa ainda este ano, promovendo uma retrospectiva dos 40 anos da banda.

Fundador e participante da primeira década, além de frontman do período mais bem-sucedido, Max Cavalera foi questionado recentemente sobre seus pensamentos em relação à excursão. E deixou claro possuir pensamentos diferentes em relação a uma saída de cena.

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Ele disse ao Metal Injection, novamente deixando claro que o reencontro que almejava já aconteceu:

“Minha percepção sobre a coisa toda é que estou meio surpreso com isso, sabe… Quanto a uma reunião – eu queria me reunir com meu irmão e foi isso que ele também disse há muito tempo quando nos reunimos pela primeira vez. Então, para mim, essa foi a verdadeira reunião, eu e ele, e fizemos isso e abriu as portas para todas essas regravações e execuções, todos esses discos. É tão legal o jeito que estamos fazendo.

Temos como uma regra não escrita entre mim e Iggor de fazer tudo agora de forma diferente daquela época. O período final com o Sepultura foi de muito drama, estresse que não gostávamos, muita coisa política. Se fôssemos fazer isso agora, faríamos por amor, você sabe, pelo puro prazer da coisa. É assim que tem sido por todos esses anos, com todas essas turnês, gravações e tudo mais.”

“O Cavalera Conspiracy é o Sepultura”

Sendo assim, o guitarrista e vocalista prefere deixar que os antigos colegas encerrem a carreira, mesmo que isso possa vir a implicar em uma volta nunca mais acontecer.

“Para mim, não há realmente uma razão para voltar ao Sepultura. Eu sei que seria voltar para mais estresse e coisas que eu realmente não preciso na minha vida. E eu acho que nós tocando ao vivo, e mesmo tendo Travis e Igor Amadeus conosco, é muito melhor porque eles se conectam com a geração mais jovem. Sim, eu não vejo necessidade de fazer uma reunião e eu acho que mais do que nunca agora, que eles vão se separar. A banda acabou e eu e Iggor vamos continuar fazendo o que queremos com o Cavalera Conspiracy, que é o Sepultura em si.”

Max também faz questão de garantir não ser o único a pensar assim.

“Você pode fazer a mesma pergunta ao Iggor. Ele também não quer fazer isso. Acho que as pessoas podem simplesmente desistir, não vai acontecer. O tempo passou. Você tem todos os vídeos para assistir e ainda estamos carregando o legado. O espírito está conosco. Eles vão parar, vão terminar a banda e é o que é. Nós seguiremos tocando as músicas e celebrando a história. Quem sabe podemos fazer uma turnê tipo ‘best of Max era’.”

Rusgas do passado

Na mesma conversa, Cavalera voltou a falar sobre como o rompimento, ocorrido em 1996, deixou marcas que perduram.

“Não quero entrar em detalhes sobre o porquê recusar uma reunião, mas é basicamente o mesmo motivo pelo qual os deixei em 96. Sinto o mesmo ainda hoje. Foi muita traição e muitas coisas que as pessoas não sabem. Acho que é aí que surge o problema. As pessoas são tão mal-informadas. A primeira coisa que fazem é culpar Gloria. Tipo ‘ah sim, ela acabou com a banda’. Para mim, essa é a coisa mais louca de todas, porque o contrato dela estava acabado. Sabe, ela estava praticamente acabada. Eles pediram para ela ficar e me gerenciar, mas ela não quis. Ela até me disse que eu deveria ficar na banda, mas eu também não queria. Então eu disse a eles ‘Não, não vamos fazer isso’. E caí fora, sabe. Saí pela minha própria integridade.”

A morte do enteado, ocorrida pouco antes do rompimento, também deixou um peso o qual Max não gostaria de revisitar.

“Não conseguia mais fazer isso depois de tudo que aconteceu com Dana (Wells) e tudo mais. Então é tipo, quando eu vejo essas coisas na internet, pessoas falando m*rda, elas não sabem a história toda. É muito fácil culpar uma pessoa, elas só a culpam por acabar com a banda. Mas se você realmente perguntar para quem estava lá, todo mundo que sabe que isso não é verdade. Nós quatro nos afastamos uns dos outros.

Isso acontece em bandas o tempo todo. Eu simplesmente não conseguia mais ficar com eles. Tive que ir embora. Por muitos anos realmente senti falta do meu irmão. E agora estou de volta com ele. Então, agora mais do que nunca, não vejo razão para fazer uma reunião.”

Os Cavalera lançaram a regravação de Schizophrenia, do Sepultura, dia 21 de junho. O trabalho prossegue com o projeto que já rendeu edições atualizadas para o EP “Bestial Devastation” e o álbum “Morbid Visions”.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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