Todo movimento que surge na cena rock/metal acaba sendo perseguido e criticado enquanto se instala no gigante organismo a que passa a pertencer. Aconteceu desde quando o próprio rock and roll levou a musicalidade a um suingue diferenciado em comparação ao blues, além de ter popularizado o que o jazz recusava levar para o povão.
Na virada do século, o nu metal foi o alvo. A mistura com influências externas, especialmente o hip-hop, fez com que as próprias bandas que participavam do levante renegassem a ideia para tentar ganhar alguma credibilidade junto aos headbangers de carteirinha.
Hoje a situação mudou. Ainda assim, algumas reclamações persistem. Em vídeo de 2021 feito pelo Loudwire, Tom Morello foi constrangido pelo entrevistador a ponto de aceitar pedir desculpas por ter influenciado o surgimento do subgênero em questão com o Rage Against the Machine.
Ele disse, conforme transcrição do Far Out Magazine:
“Para o bem ou para o mal, o Rage Against the Machine parece ter plantado as sementes para o gênero que ficou conhecido como nu metal. Me desculpe. O Rage Against the Machine criou um gênero e uma base de fãs total que não servimos.”
Ainda assim, o músico deixou claro ver diferenças entre sua banda e as que explodiram a seguir. Especialmente no aspecto conceitual.
“Fazíamos discos a cada quatro anos. Nessa lacuna, as gravadoras pensavam: ‘Como podemos conseguir uma banda que soe como eles, mas cante sobre garotas e apareça para gravações de videoclipes?’.”
Tom Morello e o nu metal
Apesar das incompatibilidades, Tom Morello já colaborou musicalmente com artistas rotulados como nu metal. A parceria também se estendeu para outras áreas. Em parceria com Serj Tankian, vocalista do System of a Down, o guitarrista possui a ONG Axis of Justice, que visa incentivar músicos e fãs a lutar por justiça social.
E sim, ao contrário de alguns de seus detratores, Tom realmente possui uma graduação em Harvard. O músico é formado com honras em Ciências Políticas. Para o Chicago Tribune em 2018, o guitarrista opinou a respeito das pessoas que, em especial, costumam dizer para ele que “música e política não se misturam”:
“Primeiramente, quando você pega uma guitarra, você não deixa de ter seus direitos. Em segundo lugar, quando as pessoas te dizem para ‘calar a boca e tocar guitarra’ ou reclamam de artistas que se manifestam, é só porque elas não concordam com o que você está dizendo. Não é nada complicado. Não há teste político para ouvir minha música, mas nunca vou comprometer o que quer que seja para satisfazer alguém que está desconfortável com as ideias que tenho no coração.”
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