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Como turnê com Ozzy catapultou Mötley Crüe ao sucesso, segundo Tommy Lee

Realizada em 1984, excursão conjunta entrou para a história por conta das bizarras histórias de bastidores

Em 1984, o Mötley Crüe embarcou em uma turnê com Ozzy Osbourne que se tornou famosa pelo que acontecia fora dos palcos. Imortalizada em livros e filmes, a excursão se caracterizou por vários abusos de drogas, que levaram a bizarrices quase indescritíveis.

Por outro lado, não dá para negar o valor musical da união. Reconstruindo a carreira, o Madman, junto de sua esposa e empresária Sharon, apostou em uma estrela ascendente do hard rock. À época, o grupo americano havia recém-lançado “Shout at the Devil”, disco que se tornou um dos maiores clássicos do estilo com o passar do tempo.

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Tommy Lee concorda com a visão. Em 2021, o baterista concedeu entrevista ao Rock This With Allison Hagendorf. Conforme transcrição do Blabbermouth, ele exaltou:

“Quando Ozzy Osbourne nos levou para sair, foi a primeira vez que tivemos a oportunidade de tocar para 18, 20 mil pessoas todas as noites em arenas lotadas. Deixamos de ser uma banda nova e legal para explodir de vez. Isso literalmente catapultou nossa carreira. Nós ficamos tipo, ‘O que está acontecendo? Isso é loucura.’ E nós estávamos apenas fazendo o que sabíamos. Foi muito louco.”

Por conta disso, se estabeleceu uma gratidão eterna, que virou até mesmo amizade com o passar do tempo.

“E eu realmente acredito que aquela turnê — foi a turnê ‘Bark At The Moon’, acho que foi na época da nossa era ‘Shout At The Devil’ — e ela simplesmente decolou. Então, eu sempre estou em dívida e grato a Ozzy, porque isso realmente nos lançou em uma vida maluca.”

As loucuras do Mötley Crüe com Ozzy Osbourne

Mas não adianta fugir do assunto. Quando se trata do giro em questão, as histórias malucas prevalecem. Segundo Sharon, em entrevista a Tom Beaujour e Richard Bienstock, autores de “Nöthin’ But a Good Time” (Estética Torta, 2022):

“Era uma p#taria desenfreada. Uma confusão só. Ozzy mijando nos carros da polícia sem se dar conta do que estava fazendo; enfim, coisas desse tipo. Eu me sentia como a estraga-prazeres, porque sempre tentava afastar o Ozzy dos caras do Mötley. Eu dizia: ‘Um de vocês vai acabar morrendo, e não vai ser o meu marido’.”

Foi durante esse giro que Ozzy, supostamente, cheirou formigas. “É possível. Eu estava doido o tempo todo”, admite o cantor.

Em “The Dirt” (Regan Books, 2001), Nikki Sixx, baixista do Mötley Crüe, confirma o ocorrido da seguinte forma:

“Ozzy pediu cocaína, mas não tínhamos. Então, se contentou com um canudo. Entreguei o canudo e ele caminhou até uma fresta na calçada e se inclinou. Vi uma longa fila de formigas, marchando para um pequeno formigueiro. Pensei: ‘Não, ele não faria isso’, e ele fez. Ozzy colocou o canudo no nariz e mandou toda a fila de formigas para dentro.”

Então guitarrista da banda de Ozzy, Jake E. Lee estava presente durante todo esse episódio, e sua versão difere um pouco da narrativa dos demais. Como ele era o único sóbrio na ocasião, relata em “Nöthin’ But a Good Time”:

“Ficamos na piscina do hotel durante o dia, e o Ozzy estava lá se gabando de como estava ficando em forma (…) E acho que foi o Nikki quem disse: ‘Ah é? Quantas flexões você consegue fazer?’. E então eles fizeram uma competição de flexões (…) Então fizeram uma competição de abdominais, que Ozzy também perdeu. Então o Nikki disse: ‘Bem, vamos mudar as regras’ e puxou o p@u pra fora e começou a mijar. O Ozzy estava sentado no chão e nós olhamos pra ele pra ver o que ele iria fazer. Ele tinha uma expressão engraçada no rosto. Foi quando pude ver que ele estava mijando na calça enquanto sentado. Uma poça de urina começou a se formar ao redor dele (…) o mijo era verde-limão, quase fluorescente. Então o Nikki olha para ele com cara de ‘Não sei se isso me supera…’. E então o Ozzy ficou de joelhos e começou a lamber a própria urina. Foi aí que juntei as minhas coisas e disse: ‘Ok, pra mim já deu’.”

Quando estava partindo, Jake testemunhou Ozzy cheirando algo no chão, que se presume ser uma fileira de formigas. No entanto, em uma entrevista ao Tone-Talk, ele esclareceu que não eram esses insetos que estavam sendo aspirados pelo canudo, mas sim aranhas.

“Ele cheirou uma aranhinha que estava lá. Não houve carreira de formigas. Tommy [Lee, baterista do Mötley Crüe], Nikki e Ozzy disseram isso, mas estavam drogados. Eu não estava. Só queria pegar um bronze.”

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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