Caso você tenha notado que cenas de sexo e nudez em filmes diminuíram com o passar do tempo, saiba que é por aí mesmo. Uma pesquisa divulgada pelo The Economist e conduzida por Stephen Follows, analista de dados de longas, comprovou essa tendência desde o início dos anos 2000.
Para o estudo, foram analisados os 250 filmes de maior bilheteria nos Estados Unidos desde 2000. Cada um dos títulos recebeu uma escalda de “sexo e nudez” que ia de “nenhum” até “severo”.
Após a análise, Follows constatou uma queda de quase 40% de conteúdos sexuais em filmes. Considerando as obras analisadas, aproximadamente metade deles não possuíam nenhuma cena de sexo ou nudez. Esse índice era bem menor nos longas lançados até o ano 2000.
Aumento de cenas explícitas
Apesar dessa constatação, o estudo apontou que as cenas de filmes, no geral, estão “mais explícitas do que nunca”. Para reforçar esse ponto, citou um exemplo recente e famoso: “Pobres Criaturas” (2024), vencedor em quatro categorias da edição mais recente do Oscar.
Mesmo com essa tendência, esse tipo de cena é usada cada vez mais como recurso narrativo. Segundo Ita O’Brien, que já foi coordenadora de intimidade de muitas obras, momentos explícitos deixaram de ser utilizadas apenas para agradar ao público. Ela diz:
“(Sexo) está a serviço do personagem e da narrativa.”
O’Brien ainda lembrou de outro costume que ganhou força na indústria cinematográfica e ajuda a explicar a tendência. Cada vez mais, coordenadores de intimidade e cineastas discutem o quão importante uma cena de sexo e/ou nudez é importante ou não para um filme. Muitas vezes, elas sofrem alterações ou são eliminadas do roteiro.
Mudança de hábitos
O The Economist ainda lembrou que essa queda tem uma possível relação com a mudança de hábitos do público. Para isso, reforçou os resultados de uma pesquisa feita pela Universidade da Califórnia em 2023, na qual pediu para a Geração Z – pessoas nascidas entre 1995 e 2010 – classificar seus gêneros favoritos de filmes e programas de TV. “Romance e/ou sexo” ocupou apenas a 13ª posição, enquanto “conteúdo que não inclui sexo ou romance” ficou com o 7º lugar.
Por fim, a publicação citou mais alguns pontos que explicam essa queda. Entre eles, estão o surgimento do movimento “#MeToo” (voltada contra abusos e assédios de cunho sexual), a ascensão dos filmes de super-heróis e a necessidade de agradar públicos de países mais conservadores.
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