Eloy Casagrande no Slipknot é “quieto, mas respira bateria”, segundo Jim Root

Guitarrista do Slipknot compartilhou suas primeiras impressões a respeito do novo colega brasileiro

Eloy Casagrande estreou como baterista do Slipknot no fim de abril. Porém, desde o início de fevereiro, o brasileiro já sabia que estava na banda. Segundo o músico ex-Sepultura, os integrantes do grupo mascarado sempre agiram de maneira muito respeitosa e tranquila, logo o deixando confortável. 

Assim, as preocupações quanto à questão profissional e ao relacionamento com os novos colegas diminuíram. Ao mesmo tempo, os membros do Slipknot também tiveram uma boa impressão do “novato”. 

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Conversando com a Revolver Magazine, Jim Root abordou a paixão do brasileiro pelo seu instrumento. Nas palavras do guitarrista, com a convivência, ficou perceptível o quanto o baterista é dedicado às baquetas – mesmo que em âmbito pessoal seja um tanto quanto mais tímido. 

Quando Eloy passou um tempo na casa do guitarrista entre os shows, junto do baixista Vman, ele conseguiu notar a questão com mais clareza. O próprio disse:

“[Eloy] é um cara muito legal. Ele é bem quieto, mas vive, come e respira bateria. Se ele tiver um tempo livre, ele terá um pad de estudo ou um kit junto com ele. Recentemente comprei uma nova casa que tem um pequeno estúdio anexado à garagem. Tenho uma bateria ali e um sofá grande que vira uma cama. Eloy e VMan vieram passar uma semana aqui entre os festivais de Rockville e Sonic Temple, e Eloy disse: ‘tem como eu ficar lá com a bateria?’ [risos] Literalmente às sete da manhã seguinte, eu pude ouvir o som da bateria no meu estúdio. “

Um vídeo postado nas redes sociais à época capturou o momento mencionado: 

Jim também aproveitou para elogiar o talento de Eloy. Em suas palavras, as habilidades do brasileiro o inspiram a melhorar na guitarra: 

“Ele é como uma espécie de mestre Jedi da bateria, o que é inspirador para mim. Ele me faz querer ser um guitarrista melhor para estar à altura das suas habilidades, sabe?”

Novas músicas do Slipknot com Eloy Casagrande

Em maio, o Slipknot confirmou o nome de uma música gravada com Eloy Casagrande: “Long May You Die”. Ainda não há informações de lançamento da faixa. De qualquer forma, Jim Root garantiu que a banda quer trabalhar em um novo material.

De acordo com o guitarrista, existem muitas faixas remanescentes da pandemia que, provavelmente, acabarão descartadas. Sem mencionar nomes, o músico revelou que o baterista brasileiro chegou a gravar para uma dessas composições, que dividiu opiniões internamente. A ideia é que, em algum momento, todos consigam reunir-se para focarem exclusivamente na criação, como explicou:

“Temos um monte de coisas compostas durante a pandemia. Mas foi uma época tão maníaca, deprimente e caótica que acho que muitas das ideias que surgiram não são necessariamente muito boas, porque não podíamos trabalhar em qualquer coisa com cem por cento de foco. Fizemos com que Eloy tocasse uma música que meio que surgiu dessas composições e acho que alguns caras gostaram mais do que outros. Eu não gostei tanto assim. Mas quando ele e VMan estavam comigo, fizemos algumas jams em meu estúdio caseiro com o [programa] Pro Tools aberto e as ideias estavam fluindo. Vou analisar para separar os riffs e ver se consigo começar alguns arranjos para iniciarmos músicas novas. Acho que vamos tentar separar um tempo juntos em que todos nós possamos estar no mesmo lugar, entrar em uma sala e apenas tocar e compor como uma banda – do mesmo jeito em que o álbum ‘Iowa’ e autointitulado foram compostos.”

A visão do baterista

Em entrevista ao Tenho Mais Discos Que Amigos, Eloy Casagrande também detalhou a convivência com os membros do Slipknot. Para o brasileiro, como destacado anteriormente, os relacionamentos pessoal e profissional tornaram-se muito mais leves com o tempo:

“Como é uma banda muito grande, com muitos membros, diferentes esferas de trabalho, diferentes segmentos, tudo é muito separado, muito dividido. Mas agora eu tô muito tranquilo. Desde a parte musical, que talvez mais me preocupasse, até a parte pessoal, de relacionamento com os caras.”

Apesar das diferenças, sobretudo culturais, o brasileiro acredita que o encontro na casa de Jim Root ajudou a estreitar a amizade entre os músicos:

“O que eu assistia aqui no Brasil, os meus desenhos, as minhas séries, as minhas novelas, são diferentes do que eles assistiram lá. Então, todas as referências são diferentes. Os livros que a gente já leu, os filmes… tem muita coisa diferente. Mas até surgiu esse convite, entre o terceiro e o quarto show que eu fiz com a banda, de passar uma semana na casa do Jim [Root] compondo com eles, mas também descansando. Ele tem uma piscina na casa, disse ‘vamos pegar uma piscina, vamos dar uma volta de moto, se quiser vamos pegar o carro, vamos jantar, ah, agora vamos escrever um pouco de música’. Então, teve essa proximidade. Foi algo que me surpreendeu positivamente, que eu não esperava que acontecesse de uma forma tão breve.”

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 24 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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