O banco britânico Barclays suspendeu o patrocínio de todos os festivais da Live Nation em 2024. Entre eles, estão o Download, Latitude e Isle of Wight. A ação ocorre após protestos de bandas e fãs por conta de a instituição fornecer serviços financeiros para empresas de defesa que abastecem Israel com armamento e tecnologia militar.
No caso do evento em Donington, voltado ao heavy metal e o rock em suas vertentes mais pesadas, grupos como Scowl, Zulu, Speed e Pest Control anunciaram suas retiradas recentemente. A seguir, outros ameaçaram seguir o mesmo caminho, como o Dying Wish e Ithaca.
A companhia assinou um contrato de apoio com a Live Nation em 2023, valendo por cinco anos. A princípio, a retirada é válida apenas para as edições atuais. Um porta-voz da promotora de shows disse, conforme registro do The Guardian:
“Após discussões com os artistas, concordamos com o Barclays que eles deixarão de patrocinar nossos festivais.”
O banco, por sua vez, declarou:
“O Barclays foi abordado e concordou em suspender a participação nos festivais restantes da Live Nation em 2024. Os clientes que possuem entradas para esses eventos não serão afetados e seus ingressos permanecem válidos. A agenda dos manifestantes é fazer com que o Barclays desbanque as empresas de defesa, um setor com o qual continuamos comprometidos como parte essencial para manter este país e nossos aliados seguros.
Eles recorreram à intimidação de nossa equipe, ao vandalismo repetido de nossas filiais e ao assédio online. A única coisa que esse pequeno grupo de ativistas conseguirá é enfraquecer o apoio essencial a eventos culturais apreciados por milhões. É hora de os líderes da política, dos negócios, da academia e das artes se unirem contra isso.”
Boicote ao Barclays
O coletivo Bands Boycott Barclays, por sua vez, se expressou em nota oficial, dizendo:
“Esta é uma vitória para o movimento BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções) global liderado pelos palestinos. Como músicos, ficamos horrorizados que nossos festivais tenham sido parceiros do Barclays, que é cúmplice do genocídio em Gaza por meio de investimentos, empréstimos e subscrição de empresas de armas que fornecem ao exército israelense. Centenas de artistas tomaram medidas neste verão para deixar claro que isso é moralmente repreensível e estamos felizes por termos sido ouvidos.
Nossa demanda ao Barclays é simples: abandonar o investimento ao genocídio ou enfrentar mais boicotes. Boicotar o Barclays, também o principal financiador de combustíveis fósseis da Europa, é o mínimo que podemos fazer para pedir mudanças.”
Areeba Hamid, codiretora executiva do Greenpeace UK, também comemorou a suspensão.
“A Live Nation fez a coisa certa ao se afastar do patrocínio. É hora de o Barclays parar de se esconder atrás da música e encarar a situação. Este banco é o maior financiador de combustíveis fósseis da Europa, financiando petróleo e gás na casa dos bilhões de libras, e agora foi vinculado a empresas de armas envolvidas no conflito em Gaza. Os organizadores do festival estão enviando um sinal claro ao Barclays de que é hora de assumir a responsabilidade pelas indústrias destrutivas que financiam.”
Antes mesmo do anúncio do rompimento, o Download havia tirado o logotipo do Barclays de suas páginas. Porém, após algumas horas, ele foi recolocado.
Conflito na Faixa de Gaza
A guerra entre Israel e o Hamas já dura mais de 8 meses. O conflito vem causando polêmica em todo o planeta por conta da postura do país, que vem atacando civis sem escrúpulos. Com isso, se calcula que mais de 30 mil palestinos já tenham sido assassinados. O número de baixas entre israelenses, de acordo com o governo local, é de 1.500 pessoas.
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