Cover de Tim Maia por João Gordo rende provocação de Digão e resposta

Vocalista e guitarrista do Raimundos criticou líder do Ratos de Porão por explorar temática nordestina em releitura de “Coroné Antonio Bento”

João Gordo disponibilizou na última sexta-feira (17) uma versão punk para “Coroné Antonio Bento”. Composta por João do Vale e Luiz Wanderley, a faixa ficou famosa na voz de Tim Maia em 1970. Quem não gostou da escolha da releitura foi Digão, vocalista e guitarrista do Raimundos, que provocou o líder do Ratos de Porão e recebeu uma resposta. 

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Tudo começou quando a 89 FM A Rádio Rock publicou a respeito da regravação. Por meio das redes sociais, a emissora compartilhou o lançamento, junto da capa, idealizada pelo ilustrador LOUD! e formada por um desenho de coronel no sertão nordestino.

Então, Digão, que segue a página, republicou a postagem em seu próprio perfil e escreveu:

“Quem desdenha…quer comprar. Nada como o tempo para mostrar o caráter das pessoas! Ps: Que fique claro que é direcionado somente a esse sujeito aí! Nunca foi por ideologia, é inveja mesmo.”

Com a legenda, o músico quis criticar João por ter explorado a temática nordestina em “Coroné Antonio Bento”. Isso porque o vocalista e guitarrista do Raimundos reconhece frequentemente a influência da música local em seu próprio trabalho, sobretudo do forró.

Assim, o líder do Ratos de Porão devolveu a provocação. Também no Instagram, postou uma foto do Rei Tut, personagem da série do Batman que trabalhava como professor até passar a acreditar ser um governante egípcio, e afirmou:

“Rei Tut fascista fica p#to por perder monopolio de música nordestina ah hahahahahahahahahahah.”

Já na seção de comentários, após pergunta de Dinho Ouro Preto (Capital Inicial), resumiu a “treta” da seguinte forma:

“O idiota ficou p#to porque lancei uma música do Tim Maia com temática nordestina. Publicou foto minha falando que sou invejoso e copiei o Raimundos.”

Histórico de Digão e João Gordo

Digão e João Gordo já têm um histórico de briga envolvendo questões políticas. Em 2021, quando foi chamado de “roqueiro reaça” durante entrevista por Pe Lu, integrante do Restart, o líder do Raimundos rebateu não apenas ele, como também outros músicos que já o criticaram, como Lucas Silveira (Fresno) e o próprio Gordo.

O caso gerou tensão interna no Raimundos a ponto do saudoso baixista Canisso dizer que o colega estava “surtando” em meio à pandemia”, “brigando com metade da cena” e “chamando até o João Gordo de pela-saco”.

No ano seguinte, em setembro de 2022, Digão respondeu a um fã no Instagram sobre o apoio dado pelo cantor do Ratos de Porão ao candidato do Partido dos Trabalhadores (PT), dizendo:

“Tá rotulando o pensamento roqueiro agora!? O mundo mudou amigo, antes o povo era unido contra o sistema, vide o Ratos nos anos 80 ‘Cruscificados pelo Sistema’ (sic) e hoje são fervorosos apoiadores do maior bandido político da história brasileira, MTST, enfim! Sou obrigado a escolher um lado e jamais vou estar ao lado de bandido condenado mau caráter!”

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Gordo viu o comentário, tirou print e colocou em seu Instagram com a legenda “#Reituti o paladino anti sistema”. Logo em seguida elaborou num post sobre a alcunha, que faz referência ao vilão do Batman crente em ser um faraó do Egito Antigo:

“Rei Tut o roqueiro reaça começou a latir do nada, meio dódoi né? Sempre foi tirado e motivo de chacota na nossa banca de drogados comunistas from hell [do inferno]. Tenho dó…”

Digão chegou a responder num Story fazendo referência à quantidade de drogas consumidas por Gordo, além do tamanho de sua barriga.

“O João ‘pela-saco’ Gordo me chamar de ‘Rei Tut’ é no mínimo hilário ou foram as montanhas de maconha que ele fumou na vida ou a falta de um espelho grande o suficiente que ele possa enxergar o tamanho da pança dele! Ficou brabinho João Bobo?”

À época, ao Uol, o vocalista do Ratos de Porão afirmou que apoiou Lula nas eleições, depois de votar nulo várias vezes, para o atual presidente, Jair Bolsonaro, “não ganhar de novo”. Para o mesmo portal, Digão afirmou que não era bolsonarista, mas alegou que poderia votar nele. “Eu vou lá e vou votar em quem eu acho menos pior. Se o Bolsonaro é o único que tem, então, vou ter que votar nele”, comentou.

Não demorou para que Jão, guitarrista do Ratos de Porão, convidasse o líder do Raimundos para resolver as diferenças entre as bandas “na porrada”. Diante do cenário, Digão negou ter falado mal do Ratos de Porão e disse ter se posicionado após críticas feitas por Gordo:

“Eu não falei mal do Ratos, tá? Você entendeu errado. Só rebati uma fala do seu companheiro de banda que, infelizmente, já tem um tempo que ele está me atacando e eu, velho, não tenho sangue de barata e vou rebater mesmo. (A fala) É onde ele fala que não existe roqueiro de direita, enfim, que roqueiro de verdade é só de esquerda. Acho isso uma babaquice porque o rock é plural, ele pode ser o que ele quiser. Não tem essa. Não tem rótulo. E você sabe muito bem disso. Isso ofende a história do rock mundial, do punk rock mundial. Inclusive, a banda ícone do punk rock, que é o Ramones, o Johnny Ramone é totalmente de direita. Graças a isso existem as diferenças e a gente evolui com isso.”

Sobre “Brutal Brega”

Em 2022, João Gordo havia lançado em parceria com o guitarrista Val Santos (Toyshop, Viper) o álbum “Brutal Brega”. Com 12 faixas, o disco transformou clássicos nacionais geralmente definidos como “brega” em roupagem voltada ao punk rock. 

Agora, o material ganhará um novo volume, descrito como “um tributo à MPB”. Canções de Caetano Veloso, Belchior, Luiz Gonzaga, Moraes Moreira, Kleiton e Kledir e mais, além de “Coroné Antonio Bento”, formarão o tracklist do segundo volume, intitulado “MPB Mode”. A expectativa é de que saia no segundo semestre.

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 22 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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