Como o filme “The Wall”, do Pink Floyd, influenciou Christopher Nolan

Cineasta destacou a maneira como diferentes elementos se entrelaçam no desenvolvimento da trama

Vivendo o grande momento da carreira após o triunfo de “Oppenheimer”, Christopher Nolan concedeu entrevista em que falou sobre os filmes que foram importantes em seus anos formativos. Enfatizando seu interesse pela estrutura narrativa, o diretor respondeu o que o fez considerar e se aprofundar nos elementos que o tornaram conhecido.

Algumas obras de bastante conceito foram citadas na resposta. Algumas delas nem foram grande sucesso de bilheteria, mas com o passar dos anos, tiveram seu valor artístico reconhecido. Como foi o caso do primeiro mencionado.

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Disse o cineasta ao site do British Film Institute:

“Houve um momento muito específico em que assisti ‘Blade Runner’ [1982] – em casa, no VHS, não no cinema porque eu era muito jovem na época. Fiquei obcecado pela beleza da densidade e camadas das imagens. E então, quando eu tinha idade suficiente, assisti ‘Alien’ [1979]. Foi como quando você ouve duas peças do mesmo músico ou lê dois livros do mesmo escritor, lembro-me claramente de perceber que era a mesma mente por trás desses dois diferentes. filmes. Eu estava fazendo meu próprio material, apenas filmando coisas e montando-as. Mas de repente, aos 13 ou 14 anos, entendi o que era a direção – a coisa mais próxima do que define o cinema para mim. Perceber que havia uma mente controlando aquela estética, aquele sentimento no final do filme. E não foi uma coisa só: foi fotografia; era sólido; eram os figurinos… Era o controle de toda a mise en scène. Minha percepção foi muito particular para Ridley Scott, e meu amor por seus filmes e minha obsessão pela maneira como ele fazia as coisas.”

A seguir, veio uma menção que deixa os roqueiros cinéfilos alvissarados – especialmente os adoradores de Pink Floyd. Ele disse:

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“Do ponto de vista narrativo, fui aprender um pouco mais tarde. Houve uma série de influências diferentes, algumas literárias. O romance ‘Waterland’ [1983], de Graham Swift, era um livro que tínhamos que ler na escola. Tem múltiplas linhas do tempo, a forma como elas se entrelaçam e o quão eficaz era, combinando a história com o presente. Acontece que li isso mais ou menos na mesma época em que assisti ‘Pink Floyd: The Wall’ [1982], de Alan Parker, que é um filme verdadeiramente notável e impressionista. Tipo, que p*rra é esse filme? É maravilhoso. A maneira como ele usa o design de produção, as diferentes linhas do tempo, a mistura de memória, sonho, coisas assim, foi muito influente para mim. E o cinema de Nicolas Roeg, em particular, os ritmos de montagem e a forma como ele usou outras coisas além da narrativa e da progressão cronológica, tudo isso começou a me agradar.”

Pink Floyd e “The Wall”, o filme

Lançado em junho de 1982 – precedido por uma estreia no Festival de Cannes, na França, em maio – “The Wall” foi orçado em US$ 12 milhões e arrecadou em torno de US$ 22,2 milhões em bilheteria à época.

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Apesar de ter conseguido se pagar, o filme recebeu muitas críticas dos fãs e mídia especializada com o passar dos anos. Os principais argumentos contrários focam no ritmo arrastado da história e na atuação nada convincente do protagonista, Bob Geldof – o que o próprio reconheceu, como pode ser visto clicando aqui.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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