John Sinclair, notório no mundo da música por ter sido o empresário e guru contracultural do MC5, morreu nesta terça-feira (2), aos 82 anos. A notícia foi confirmada por um representante da família ao The Detroit News. A causa citada foi insuficiência cardíaca congênita.
O poeta e ativista pela legalização da maconha foi também cofundador do White Panther Party, uma organização antirracista solidária à luta dos Panteras Negras. Ao assumir a posição de empresário do MC5, a banda americana, antes sem alinhamento político definidas, aderiu a ideais considerados radicais nos anos 1960.
A partir dessa união, o grupo se tornou uma das vozes predominantes na contracultura americana, chegando a se apresentar em protestos durante a Convenção Nacional Democrata de 1968, em Chicago. Essas manifestações acabaram em conflito entre os presentes e forças policiais locais.
MC5 e John Sinclair
O MC5 então se tornou alvo de escutas e vigilância do Departamento Federal de Investigação dos Estados Unidos (FBI), além de frequentes batidas antidrogas na casa onde viviam em Detroit. A tensão decorrente desses acontecimentos, aliada a uma sensação dentro da banda que Sinclair forçava demais seus ideais políticos para cima dos integrantes, culminou na demissão do empresário em 1969.
Nesse mesmo ano, Sinclair foi condenado a dez anos de prisão por porte de drogas. Os entorpecentes em questão eram dois baseados.
A pena desproporcional foi alvo de protestos. Um comício em 1971 feito em Ann Arbor, Michigan, atraiu 15 mil pessoas; entre elas, estrelas do calibre de John Lennon, Yoko Ono, Stevie Wonder, Allen Ginsberg, Bob Seger. Dois dias depois do evento, ele foi libertado.
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