Imagine um movimento cultural multimídia que busca reorganizar noções de brasilidade, regionalidade, folclore, música popular, injustiça social e ambientalismo, tudo numa tacada só. Tal ideia requer um nível de ambição absurdo, ainda mais se surge fora do eixo Rio-São Paulo.
Não é de hoje que discutimos as dificuldades inerentes a qualquer artista de rock conseguir sucesso vindo de outro lugar se não as duas principais cidades do país. Chico Science & Nação Zumbi queriam mais que isso. Eles buscavam ao mesmo tempo corrigir o passado e moldar o futuro. Fundir o mundo natural com a tecnologia. Música nordestina com rock, dub, eletrônica, qualquer coisa.
Hora de falar do manguebeat e “Da Lama ao Caos”.
Marasmo cultural
Após conseguir sucesso nacional na década de 1970, a música vinda de Pernambuco sumiu do radar nos dez anos seguintes. A representatividade de pernambucanos na cultura brasileira em geral era mais ligada ao sertão. Grande parte da população nordestina no Centro-Sul pós-êxodo rural vinha das áreas mais rurais. A menos que fosse nostalgia pelos ritmos de Luiz Gonzaga, os estados mais populosos do país só queriam saber de música nordestina nos anos 1980 se viesse da Bahia, e vá lá.
Em uma entrevista de 2015 ao jornal O Estado de S.Paulo, o músico recifense China descreveu o cenário local:
“Em 1980, o artista pernambucano que a gente mais tinha notícia era Alceu Valença, mas ele estava muito distante da nossa realidade. Era uma coisa que nossos pais ouviam, não nós. Faltava alguma coisa.”
Foi no espírito de sacudir esse marasmo cultural que dois agitadores culturais chamados Fred 04 e Chico Science contataram o Jornal do Commercio do Recife com a pauta de um evento. Marcada para o dia 1 de junho de 1991 em Olinda, a festa Black Planet teria a participação dos DJs Mabuse e Renato L, a banda Loustal e o grupo de percussão Lamento Negro.
Até aquele ponto, apenas o Lamento Negro era notório em alguns círculos por animarem o carnaval local com uma mistura de samba e reggae. Ninguém na redação conhecia a banda Loustal ou sabia quem era Chico Science, mas este, mesmo assim, tentou vender um manifesto musical além do evento.
No livro “Da Lama ao Caos: Que som é esse que vem de Pernambuco?”, o autor José Teles relatou o discurso de Science sobre o novo gênero musical criado pelos artistas da festa:
“O ritmo chama-se mangue. É uma mistura de samba-reggae, rap, raggamuffin e embolada. O nome é dado em homenagem ao Daruê Malungo, um núcleo de apoio à criança e à comunidade carente de Chão de Estrelas. É nossa responsabilidade resgatar os ritmos da região e incrementá-los junto com a visão mundial que se tem… Eu fui além.”
O surgimento do punk e do hip hop tiveram uma influência enorme na comunidade musical recifense nos anos 1980. Rádios comunitárias viraram palco para artistas locais demonstrarem suas insatisfações com o sistema através de música que nada tinha a ver com o tradicional nordestino.
Science cresceu nessa cena, fez parte de grupos de dança e hip hop, além de bandas de rock como a Orla Orbe – formada com os amigos de escola Fernando Augustus e Lúcio Maia. Entretanto, por mais que o mangue fosse fértil, artistas não conseguiam viver de suas criações pois não havia interesse algum de fora. Ninguém sabia dos acontecimentos. Não havia curiosidade com relação a Recife.
Fred 04, que estava com Science nessa ida ao Jornal do Commercio, era líder do Mundo Livre S/A desde 1984. A banda desde o começo buscava uma colisão feroz de punk com samba e MPB, mas foi rejeitada de cara pelo estabelecimento intelectual pernambucano.
Como Alceu Valença descreveu em uma entrevista ao Diário Oficial de Pernambuco em 1992, não era apenas o sudeste que só queria saber de Luiz Gonzaga:
“Eu estou louco que apareça o novo, mas não está aparecendo. O que acontece em Pernambuco é que nós somos extremamente conservadores. A gente quer forró, mas quer que o forró seja exatamente do mesmo jeito. (…) O problema é que Pernambuco não quer a nova ordem, Pernambuco está morrendo de mofo. E nós, os grandes loucos, com tantos anos e cabelos brancos, estamos atrasados. Pernambuco tem que abrir o olho.”
Caranguejos com cérebro
Chico Science cresceu no conjunto habitacional de Rio Doce, em Olinda, praticamente à beira do mangue. Na escola pública, conheceu Lúcio Maia, oriundo de Casa Caiada, um bairro um pouquinho mais afluente, mas ainda assim não exatamente classe média.
Ele soube de Fred 04 e Mabuse pelo fato dos dois apresentarem o programa de rádio “Décadas”, transmitido pela Rádio Universitária AM da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Era o único lugar que tocava artistas alternativos estrangeiros como The Smiths ou The Cure no Recife. O próprio nome era uma referência à canção “Decades”, do Joy Division.
Ao conseguir um trabalho de almoxarifado para a companhia de informática da prefeitura do Recife através do pai, vereador e líder comunitário, Chico conheceu Gilmar “Bola Oito” Correia. Este era um integrante do Lamento Negro, grupo de percussão de Peixinhos, na periferia de Olinda, focado em música de matriz africana.
Logo após isso, Science formou o Loustal, grupo de rock com Lúcio Maia na guitarra e o baixista Alexandre Dengue. Ele também fazia parte do Bom Tom Radio, com Jorge du Peixe e Mabuse, mais focado em eletrônico, hip hop e funk.
Entretanto, ao frequentar o núcleo Daruê Malungo, onde o Lamento Negro se reunia, Science viu a possibilidade de unir todos esses projetos em um só. A ideia não caiu tão bem com seus colegas de Loustal, como Alexandre Dengue contou em “Da Lama ao Caos: Que som é esse que vem de Pernambuco?”:
“O Lamento Negro tocava muito samba-reggae, que eu odiava. Emprestava meu baixo pra outro músico, Gabriel. Até que Chico me tranquilizou: ‘Meu irmão, não vamos mais tocar isso, eu juro a você. A gente vai fazer as mesmas coisas que no Loustal, só que com percussão’.”
Loustal e Lamento Negro começaram a se apresentar em bares, separados na maior parte, mas juntos por algumas canções. Não demorou para o coletivo mudar de nome. Inspirados por Afrika Bambaataa & the Zulu Nation, viraram Chico Science & Nação Zumbi, honrando a origem dos maracatus nas nações e o legado de Zumbi dos Palmares.
Nessa época, Science frequentava apartamentos de jovens artistas e intelectuais na Rua Aurora, todos participantes dessa cena. Nesses encontros conheceu muita coisa relacionada à cultura cyberpunk através dos livros de William Gibson, além de conceitos de afrofuturismo.
As conversas em torno desses temas foram solidificando uma ideia que ia além de estética. Em 1992, quase um ano após Science e Fred 04 irem ao Jornal do Commercio para promover a festa Black Planet, eles voltaram à redação carregando consigo um manifesto cultural contendo uma síntese de tudo isso.
O texto, intitulado ‘Caranguejos com cérebro”, dizia (via Prefeitura do Recife):
“Mangue, o conceito.
Estuário. Parte terminal de rio ou lagoa. Porção de rio com água salobra. Em suas margens se encontram os manguezais, comunidades de plantas tropicais ou subtropicais inundadas pelos movimentos das marés. Pela troca de matéria orgânica entre a água doce e a água salgada, os mangues estão entre os ecossistemas mais produtivos do mundo.
Estima-se que duas mil espécies de microorganismos e animais vertebrados e invertebrados estejam associados à vegetação do mangue. Os estuários fornecem áreas de desova e criação para dois terços da produção anual de pescados do mundo inteiro. Pelo menos oitenta espécies comercialmente importantes dependem do alagadiço costeiro.
Não é por acaso que os mangues são considerados um elo básico da cadeia alimentar marinha. Apesar das muriçocas, mosquitos e mutucas, inimigos das donas-de-casa, para os cientistas são tidos como símbolos de fertilidade, diversidade e riqueza.
Manguetown, a cidade
A planície costeira onde a cidade do Recife foi fundada é cortada por seis rios. Após a expulsão dos holandeses, no século XVII, a (ex)cidade maurícia passou desordenadamente às custas do aterramento indiscriminado e da destruição de seus manguezais.
Em contrapartida, o desvairio irresistível de uma cínica noção de progresso, que elevou a cidade ao posto de metrópole do Nordeste, não tardou a revelar sua fragilidade.
Bastaram pequenas mudanças nos ventos da história, para que os primeiros sinais de esclerose econômica se manifestassem, no início dos anos setenta. Nos últimos trinta anos, a síndrome da estagnação, aliada a permanência do mito da metrópole só tem levado ao agravamento acelerado do quadro de miséria e caos urbano.
Mangue, a cena
Emergência! Um choque rápido ou o Recife morre de infarto! Não é preciso ser médico para saber que a maneira mais simples de parar o coração de um sujeito é obstruindo as suas veias. O modo mais rápido, também, de infartar e esvaziar a alma de uma cidade como o Recife é matar os seus rios e aterrar os seus estuários. O que fazer para não afundar na depressão crônica que paralisa os cidadãos? Como devolver o ânimo, deslobotomizar e recarregar as baterias da cidade? Simples! Basta injetar um pouco de energia na lama e estimular o que ainda resta de fertilidade nas veias do Recife.
Em meados de 91, começou a ser gerado e articulado em vários pontos da cidade um núcleo de pesquisa e produção de idéias pop. O objetivo era engendrar um circuito energético, capaz de conectar as boas vibrações dos mangues com a rede mundial de circulação de conceitos pop. Imagem símbolo: uma antena parabólica enfiada na lama.
Hoje, Os mangueboys e manguegirls são indivíduos interessados em hip-hop, colapso da modernidade, Caos, ataques de predadores marítimos (principalmente tubarões), moda, Jackson do Pandeiro, Josué de Castro, rádio, sexo não-virtual, sabotagem, música de rua, conflitos étnicos, midiotia, Malcom Maclaren, Os Simpsons e todos os avanços da química aplicados no terreno da alteração e expansão da consciência.
Bastaram poucos anos para os produtos da fábrica mangue invadirem o Recife e começarem a se espalhar pelos quatro cantos do mundo. A descarga inicial de energia gerou uma cena musical com mais de cem bandas. No rastro dela, surgiram programas de rádio, desfiles de moda, vídeo clipes, filmes e muito mais. Pouco a pouco, as artérias vão sendo desbloqueadas e o sangue volta a circular pelas veias da Manguetown.”
A publicação do manifesto garantiu que ao menos no Recife as pessoas soubessem da existência desse novo movimento. Logo iria se expandir para além de uma festa, com música, artes plásticas, sociologia e cinema. Mas antes a Nação Zumbi precisava arrumar um jeito de capturar a atenção do Brasil.
Como gravar sem bateria
Chico Science & Nação Zumbi tiveram seu nascimento de fato em 1993 após a primeira edição do festival Abril Pro Rock. Até então, o coletivo tinha uma formação solta, focada em jams entre os integrantes do Loustal e o grupo Lamento Negro.
Bola Oito descreveu o processo no livro “Da Lama ao Caos: Que som é esse que vem de Pernambuco?”:
“Um dia Chico chegou e disse que a Vejinha [extinta edição regional da revista Veja produzida no Recife] estava procurando a gente para uma matéria, e que a gente precisava se organizar como banda. Chico me disse que não dava mais para continuar fazendo jams, e eu nem sabia o que era jam. O Lamento Negro tinha mais de trinta músicos, e ele me pediu para escolher uns meninos que dessem para formar uma banda.”
A formação original da Nação Zumbi foi Toca Ogan (percussão), Canhoto (caixa), Gira (alfaia), Mau e Pácua (ambos formariam depois o grupo Via Sat), Lúcio Maia, Dengue, Otto e Chico Science. A decisão de solidificar o grupo surgiu da iminência de turnês pelo país.
O Abril Pro Rock teve na plateia figuras influentes da imprensa nacional, o que rendeu uma matéria na revista Bizz sobre manguebeat. Isso levou a dois shows no sudeste: um em São Paulo, outro em Belo Horizonte. O diretor artístico da Sony Music, Jorge Davidson, compareceu ao show na capital paulista.
Em um depoimento ao documentário “Chico Science, Um Caranguejo Elétrico”, Davidson descreveu sua interação com Science após a apresentação em São Paulo:
“Quando o show terminou, eu encantado com aquilo que eu tinha presenciado, me apresentei como diretor artístico da Sony. E aí ele [Chico Science] olhou pra mim, foi gentil, foi simpático, mas falou: ‘Ah, você é da Sony? Então conversa com o meu empresário’. E logo atrás vinha o Jujuba.”
Chico Science & Nação Zumbi assinaram com a Chaos, selo subsidiário da Sony Music, por US$ 40 mil. As canções já estavam compostas e a ideia por trás do álbum de estreia, concebida – “Da Lama ao Caos” serviu até como nome de um evento organizado pela banda para levantar fundos destinados a financiar a viagem e estadia no Rio para a gravação do disco.
Em entrevista de outubro de 2006 à Bizz, o idealizador do Abril Pro Rock, Paulo André, descreveu como ficaram claras as limitações impostas pela gravadora:
“Ele [Chico Science] tinha em mente nomes específicos para a produção, como o Arto Lindsay [guitarrista experimental da cena no wave de Nova York que trabalhou com Caetano Veloso], mas deram poucas opções. Na pressa, o grupo gravou com o Liminha.”
Liminha é um dos maiores produtores da história do rock brasileiro. Ex-baixista para Os Mutantes, ele ajudou a moldar a identidade sonora do BRock dos anos 80 ao trabalhar com Titãs, Paralamas do Sucesso, Blitz, Lulu Santos, Ultraje a Rigor e Ira!. Sua discografia ainda contava com diversos álbuns com Gilberto Gil, então, era certamente capaz de unir sensibilidades de gerações diferentes.
Os primeiros dias no lendário estúdio Nas Nuvens foram cheios de trabalho, com Liminha colocando a banda para trabalhar duro. Para ajudar a viabilizar as ideias de Science, foi recrutado o produtor mineiro Chico Neves, que auxiliou no trabalho de sampling e processamento de vozes e instrumentos.
Sobre o resultado final do álbum, Neves falou no livro “Da Lama ao Caos: Que som é esse que vem de Pernambuco?”
“Artisticamente acho perfeito, tecnicamente alguma coisa poderia ser diferente. Lembro que teve algumas falas sobre o som dos tambores. Penso que eles esperavam dos tambores algo que não era a sonoridade do Liminha, o mesmo tipo de conceito. Talvez Chico não tenha reconhecido o instrumento da forma como ele sentia, mas essas coisas acontecem, fazem parte.”
O som dos tambores em “Da Lama ao Caos” é motivo de debate até hoje. Renato L, jornalista e ministro de informação do manguebeat, contou ao jornalista José Teles no mesmo livro que sua ideia na época das negociações com a Sony era para recrutarem Rick Rubin, conhecido então por seu trabalho na Def Jam Recordings, para produzir “Da Lama ao Caos”. O batuque precisava ser a potência das batidas de hip hop, refletindo também a sonoridade ao vivo do grupo.
Entretanto, havia um empecilho que a maioria dos produtores tradicionais não conseguiam superar. Em entrevista à Bizz, o então percussionista e agora líder da Nação Zumbi Jorge du Peixe descreveu o problema:
“Ele [Liminha] ficou de cara com aquele combo percussivo, sem pratos… Não existia na Nação o set up de bateria como hoje.”
Lúcio Maia na mesma conversa elaborou mais:
“Liminha usou uma experiência com bateria de samba. Mas nunca havia sido feito com pele natural, de animal, com um som tão encorpado. Na época ficamos satisfeitos, mas depois começamos a perceber que o disco ficou muito plástico, com o tambor soando como bumbo de bateria.”
Reconhecimento lá fora
“Da Lama ao Caos” saiu no dia 9 de abril de 1994. Inicialmente, foi uma decepção de vendas: apenas 30 mil cópias nos primeiros dois meses. Os singles não tocavam nas rádios por uma razão inusitada: emissoras rock achavam regional demais, enquanto as mais populares consideravam o trabalho roqueiro além da conta.
Entre a cruz e a espada, Chico Science & Nação Zumbi se mandaram para o exterior, em uma turnê de dois meses. Durante esse período, eles ganharam atenção internacional graças a shows no Montreux Jazz Festival e em Nova York, que rendeu uma menção no New York Times. Nesse período, entrou para banda Pupillo, que introduziria bateria convencional ao som da Nação.
Ao retornarem pro Brasil, de repente estavam no rádio graças à melhor ferramenta de divulgação que existe no país: as novelas. Os singles “A Praieira” e “A Cidade” foram selecionadas para integrar a trilha sonora de “Tropicaliente” (1994) e “Irmãos Coragem” (1995), da TV Globo.
Até o fim de 1995, “Da Lama ao Caos” chegaria a 100 mil cópias vendidas e um disco de ouro. No ano seguinte, o segundo álbum do grupo, “Afrociberdelia”, consolidou a posição da Nação Zumbi como líderes da nova geração da música brasileira graças a todos que não pegaram o bonde da estreia estarem loucos para embarcar agora.
Infelizmente, Chico Science não pode aproveitar esse sucesso por muito tempo. Ao final da tarde de 2 de fevereiro de 1997, ele estava dirigindo o Fiat Uno de sua irmã, indo do Recife a Olinda. Por volta de 18h30, um outro carro lhe deu uma fechada e o carro bateu num poste. Um policial que estava na cena tentou socorrer o músico, mas ele infelizmente chegou morto ao hospital.
A Nação homenageou seu líder no seu terceiro álbum, “CSNZ” (1998), e seguiu em frente com Jorge du Peixe assumindo os vocais a partir de “Rádio S.Amb.A.” (2000). Eles continuam em atividade até hoje.
Chico Science & Nação Zumbi — “Da Lama ao Caos”
- Lançado em 9 de abril de 1994 pela Chaos / Sony
- Produzido por Liminha
Faixas:
- Monólogo ao Pé do Ouvido
- Banditismo por Uma Questão de Classe
- Rios, Pontes & Overdrives
- A Cidade (música incidental: “Boa Noite do Velho Faceta (Amor de Criança)”)
- A Praieira
- Samba Makossa
- Da Lama ao Caos
- Maracatu de Tiro Certeiro
- Salustiano Song (instrumental)
- Antene-se
- Risoflora
- Lixo do Mangue (instrumental)
- Computadores Fazem Arte
- Côco Dub (Afrociberdelia)
Músicos:
- Chico Science (voz; samplers em “Lixo do Mangue”)
- Lúcio Maia (guitarra)
- Alexandre Dengue (baixo)
- Toca Ogan (percussão e efeitos)
- Canhoto (caixa)
- Gira (alfaia)
- Gilmar Bola 8 (alfaia)
- Jorge du Peixe (alfaia; voz em “Maracatu de Tiro Certeiro”)
Músicos adicionais:
- André Jung (berimbau em “Maracatu de Tiro Certeiro”)
- Chico Neves (samplers em “Rios, Pontes & Overdrives”, “A Cidade”, “Samba Makossa”, “Antene-se” e “Côco Dub (Afrociberdelia)”)
- Liminha (grito em “Lixo do Mangue”)
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