A guitarra que faz Kirk Hammett tocar melhor, segundo o próprio: “as pessoas notam”

Músico do Metallica adquiriu o instrumento após ele ter pertencido a Gary Moore e Peter Green

Em 2014, Kirk Hammett comprou uma Gibson Les Paul Standard 1959 que havia pertencido a Gary Moore. O norte-irlandês, por sua vez, adquiriu o instrumento de Peter Green, quando o ex-integrante do Fleetwood Mac passava por dificuldades financeiras. O modelo foi fabricado entre 1958 e 1961.

Estima-se que apenas 1,7 mil foram produzidas. Elas foram parar nas mãos de alguns dos melhores instrumentistas da história, como Eric Clapton, Mike Bloomfield, Jimmy Page e Jeff Beck, além do próprio Green.

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A ligação com o artista e alguns ajustes feitos em sua configuração fizeram com que o instrumento especificamente de posse de Peter fosse apelidado de Greeny.

Em entrevista ao American Songwriter, Kirk falou sobre sua paixão pela aquisição. E enfatizou um fato que foi notado pelas pessoas.

“Pessoas dizem que muitas coisas em mim mudaram com essa guitarra. Meu jeito de tocar mudou, minha atitude mudou, meu timbre mudou, minha abordagem mudou. Todas essas coisas mudaram nos últimos cinco ou seis anos por causa desta guitarra. Fico muito feliz com isso.”

A percepção não é apenas algo que envolva o externo, como o músico deixa claro.

“Sempre que tenho que trabalhar numa música, compor ou responder a uma questão musical, a Greeny permite que eu me ligue a algo dentro de mim ou de outro lugar. Consigo encontrar inspiração divina nove em cada dez vezes através dela. Eu a uso como um canal ou fio para obter energia criativa para brincar e manipular. Sou muito grato por isso.”

Kirk Hammett com uma nova edição da Greeny feita pela Epiphone

Sonho de juventude

Hammett contou que sua ligação com o modelo veio muito antes de obtê-la. Aconteceu ainda na adolescência.

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“Quando eu tinha cerca de 16 anos, lembro de ir a uma loja de discos em Berkeley e à seção do Thin Lizzy. Peguei um álbum solo de Gary Moore. A contracapa trazia uma foto dele no palco, arqueado e dobrando uma nota em uma Les Paul. Lembro-me de olhar e pensar: ‘Que guitarra legal’. Também me lembro de ter pensado: ‘Como é que muitas Les Pauls que vejo no Guitar Center não são assim?’ Foi uma coisa curiosa. Claro, eu estava olhando para a Greeny.”

A compra ocorreu através de um vendedor de Londres, chamado Richard Henry.

“Devo dizer, quando a Greeny foi colocada em minhas mãos, em 90 segundos eu disse: ‘meu Deus, o que está acontecendo aqui?’. Era incrível. Os captadores pareciam fantástico. Mas a cereja do bolo foi que, quando coloquei o interruptor na posição intermediária, de repente todo o som saiu de fase, e aquele som era tão único. Eu não tinha ouvido nada parecido.

Essa é uma das coisas mais cativantes sobre ela. Seu timbre é incrível e quando sai de fase, o som fica muito individual. É uma assinatura. Eu disse a Richard: ‘não vou lhe devolver esta guitarra, agora é minha’. Fizemos um acordo e a Greeny está em minha posse desde então. Jamais fica longe de mim, nunca. Ela está na mesma sala ou no mesmo local, onde quer que eu vá.”

Recriação da Greeny

Ano passado, a Gibson trabalhou com Kirk em uma reedição da Greeny. Na versão recriada a ser comercializada, o corpo é feito de mogno leve, tampo de figured maple, escala de rosewood indiano e captadores humbucker Custom Greeny Bucker – um deles montado ao contrário, como Green fazia – além de outros detalhes adequados ao período, como uma pestana de nylon e tarraxas Sperzel.

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O modelo está disponível através da Custom Shop da Gibson, com a fabricação ficando a cargo do famoso Murphy Lab, responsável por criar reproduções históricas fiéis de instrumentos da empresa. Esse cuidado todo tem preço, com cada guitarra saindo por US$ 19.999.

Sobre Kirk Hammett

Nascido em San Francisco, Califórnia, Kirk Lee Hammett foi membro fundador do Exodus, a primeira banda de thrash metal a existir – embora não tenha sido a primeira a lançar álbuns. Permaneceu no grupo entre 1979 e 1983.

Foi convidado a integrar o Metallica substituindo Dave Mustaine pouco antes das gravações do trabalho de estreia, “Kill ‘Em All” (1983). Segue na banda até hoje. Em 2022 lançou seu primeiro trabalho solo, o EP “Portals”.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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