I Wanna Be Tour usa nostalgia como ingrediente para grande festa em SP

Público massivo e ótimas performances no Allianz Parque mostram que o emo, como tantos outros subgêneros do rock, não foi apenas uma fase

Dwight Schrute, famoso personagem da versão americana da série “The Office”, diz em um dos episódios, em tradução livre, que: “As pessoas subestimam o poder da nostalgia. Ela é uma das grandes fraquezas dos humanos, perdendo apenas para o pescoço”. Um dos fatores que têm impulsionado a poderosa retomada do emocore (e não só no Brasil), com certeza, é esse desejo de reviver tempos antigos através da nostalgia — o que nos leva à itinerante I Wanna Be Tour.

Nos Estados Unidos, o revival do movimento emo ganhou força com o festival When We Were Young, que contou com sua primeira edição em 2022, reunindo grandes nomes da cena. Isso acabou impulsionando o público e os artistas brasileiros, com direito ainda a ingredientes extras.

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Lucas Silveira (dir.) participa de show do The Used (Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox)

A Fresno, por exemplo, vive uma grande nova fase com a turnê de seu último álbum “Vou Ter Que Me Virar” (2021). Pitty — que não é bem uma pertencente dessa cena, mas é admirada por ser contemporânea e ter outros elementos afins — tem celebrado os 20 anos do clássico disco “Admirável Chip Novo” (2003) por todo o país. Já o NX Zero teve um retorno triunfal aos palcos, em atitude seguida posteriormente por Cine e Restart.

Pitty (Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox)

Não era de se surpreender, então, que um grande festival para reviver essa nostalgia acontecesse também no Brasil. Lucas Silveira, vocalista e guitarrista da Fresno, havia postado em suas redes sociais o desejo de fazer uma versão no Brasil do festival americano acima citado, mas, segundo o próprio, não havia conseguido apoio das produtoras. Porém, o poder da nostalgia venceu e a 30e idealizou no Brasil a I Wanna Be Tour.

Com a função de reunir grandes bandas do cenário emo, a excursão se destaca por não se limitar apenas a Rio (09/03) e São Paulo, passando também por Curitiba (03/03), Recife (06/03) e Belo Horizonte (10/03) — clique aqui para ingressos. Fresno, Pitty e NX Zero foram os representantes brasileiros que se juntaram a Plain White T’s, Mayday Parade, Asking Alexandria, The Used, All Time Low, The All-American Rejects, A Day to Remember e Simple Plan.

*As produções do Simple Plan e A Day to Remember não autorizaram o trabalho do fotógrafo do site IgorMiranda.com.br neste evento.

The All-American Rejects (Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox)

Café com a Fresno

Em São Paulo, o lugar escolhido foi o Allianz Parque. A solução para encaixar tantas bandas em um único dia foi a montagem de dois palcos, o “It’s Not a Phase” e o “It’s a Lifestyle” — algo não muito comum de acontecer no Allianz —, além de começar ainda pela manhã. Com os portões abrindo às 10h, o “Café com a Fresno”, como os fãs chamaram na internet, começava às 11h.

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

A banda abriu o festival e foi a responsável por trazer um grande número de pessoas ao estádio ainda cedo. “Quebre as Correntes” abriu a apresentação, com um excelente público cantando com o grupo. Apostando em clássicos, “Redenção”, “Porto Alegre” e a pesada “Diga, Parte 2” vieram na sequência

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

Lucas não disfarçava sua alegria em ver tanta gente no estádio tão cedo, agradecendo à presença de todos e convidando o público a dançar em “Cada Acidente”. “Infinito” veio antes da clássica “Deixa o Tempo”, emendada com “Eu Sei”. “Eu Nunca Fui Embora”, single do novo disco, contou como uma divertida ação dos fãs que levaram bexigas personalizadas com o título da música para enfeitar a apresentação. “Já Faz Tanto Tempo”, “Desde Quando Você Se Foi” e “Casa Assombrada” encerraram o setlist.

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

Enquanto todos os presentes interagiram com a Fresno, apenas uma parte se engajou quando os americanos da Plain White T’s pisaram em um palco no Brasil pela primeira vez em sua carreira. A banda de pop punk formada em 1997 debutou no país buscando dar o seu melhor, tocando músicas como “Our Time Now”, “Feeling (More Like) Myself”, “1, 2, 3, 4” e “Natural Disaster” — esta, escolhida após pedidos do público brasileiro em suas redes sociais.

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

Foi apenas em “Hey There, Delilah”, maior hit da banda, que o público se envolveu e cantou junto. Porém, parte dessa plateia reclamou quando a cantora brasileira Day Limns subiu ao palco para uma participação.

Dando sequência ao festival, o Mayday Parade retornou ao Brasil depois de doze anos, começando o show com o vocalista Derek Sanders sozinho (e descalço) no palco cantando “Oh Well, Oh Well”. A apresentação também contou com músicas como “Anywhere But Here”, “Miserable at Best”, “Jersey” e “Jamie All Over”.

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

Pitty em destaque

Com o público lotando o palco “It’s a Lifestyle”, Pitty comandou um dos melhores shows do dia. Acompanhada de sua banda (com destaque ao excelente Jean Dolabella, antigo baterista do Sepultura e Ego Kill Talent), a soteropolitana mostrou, com sua performance, o porquê de ser uma das artistas mais renomadas no rock nacional.

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

Ainda feito para a turnê de comemoração dos vinte anos do disco “Admirável Chip Novo”, o setlist trouxe, além da faixa-título do álbum, “Teto de Vidro”, “Máscara”, “Equalize”, “Semana que Vem” e “I Wanna Be”, música de mesmo nome do festival. Além dessas, clássicos como “Memórias” (que contou com um mosh pit aberto a pedido da cantora), “Pulsos”, “Na Sua Estante” também fizeram parte do set que se encerrou com “Me Adora”, que fez o estádio inteiro cantar, arrancando arrepios.

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

Uma excelente performance que justifica o motivo da cantora ter sido apontada por muitos como a nova rainha do rock nacional, dando continuidade ao legado de Rita Lee, falecida no ano passado.

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

Por sua vez, o Boys Like Girls subiu ao palco cheio de estilo e energia com o clássico “Love Drunk”. O vocalista Martin Johnson, vestido de cowboy, surgiu com o braço machucado, protegido por uma tipoia — o que não tirou seu ânimo em momento algum.

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

O grupo americano formado em 2005 trouxe ao palco músicas como “Hero/Heroine”, “Thunder” e “She’s Got a Friend Now”, além de “Two is Better Than One”, clássico da banda gravado originalmente com Taylor Swift. Em “The Great Escape”, última música do show, a banda parou após o primeiro refrão. Martin pediu para o público, depois de gravarem seus vídeos no refrão, guardarem seus celulares e “aproveitar o momento”, convidando o público a “voltar para 2006”. Funcionou: todos que estavam atentos à performance saíram do chão com eles.

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

Frustração com um, empolgação com outro

Na sequência, o Asking Alexandria se apresentou no palco “It’s a Lifestyle”. Um dos shows mais esperados do dia era justamente o da banda britânica de metalcore, mas toda a expectativa foi frustrada devido ao som baixo. Mal dava para escutar a voz de Danny Worsnop e os instrumentos se embolaram entre si.

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

A plateia pedia para aumentar o volume, o que só foi de fato ajustado por volta da sétima música. Músicas como “Into the Fire” e “Dark Void” se perderam por conta dos problemas técnicos. Depois de tudo melhorado, ao menos deu tempo de aproveitar canções como “Someone, Somewhere”, em formato acústico, e “To the Stage”, além da pesada “The Final Episode (Let’s Change the Channel)”, faixa que viralizou nas redes sociais recentemente.

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

O The Used chegou no palco “It’s Not a Phase” com muita empolgação. Em sua terceira passagem no país (a primeira em doze anos), o influente grupo post-hardcore trouxe um set recheado de clássicos e energia. “Pretty Handsome Awkward”, “Take it Away”, “The Bird and the Worm” e “Blood on My Hands” foram responsáveis por abrir a apresentação.

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

Aparentemente viciado em mostrar o dedo do meio, o vocalista Bert McCracken fazia o gesto constantemente. Contudo, não parecia fazer isso para ofender o público: dava a impressão de ser apenas uma forma de expressão. Inclusive, convidou o público a fazer o mesmo antes de “Fuck You”. “Giving Up”, “All That I’ve Got” e “Buried Myself Alive” foram algumas que também fizeram parte do set.

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

Para a alegria de todos, o estádio recebeu com muito barulho o anúncio de que Lucas Silveira cantaria “A Box Full of Sharp Objects”. Grande fã, o vocalista e guitarrista da Fresno não escondeu sua alegria de estar no palco junto aos americanos, dando seu melhor para coroar uma excelente apresentação da banda, que ainda contou com um trecho de “Smells Like Teen Spirit”, do Nirvana.

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

Os americanos, rejeitados ou não

O público lotava o palco “It’s a Lifestyle” esperando a vez do All Time Low. Retornando ao país depois de nove anos, a banda de pop punk demonstrava sua felicidade de estar tocando para um público de aproximadamente 45 mil pessoas (algo também expressado por outros grupos). Abrindo o show com “Lost In Stereo”, apresentavam um bom entrosamento, mostrando como estavam se divertindo, contando até com o guitarrista Jack Barakat pulando no público.

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

Os americanos trouxeram em seu set faixas como “Six Feet Under the Star”, “Dark Side of Your Room”, “Time-Bomb” e “Sleepwalking”, essa última contando com as luzes dos celulares da plateia. Depois de “Monsters”, “Dear Maria, Count Me In”, maior sucesso do grupo, encerrou a apresentação.

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

No outro palco, era a vez do The All-American Rejects se apresentar pela primeira vez em sua carreira no Brasil. Com uma performance cheia de trejeitos e olhos arregalados do baixista e vocalista Tyson Ritter, o grupo fez a alegria dos presentes com um ótimo show.

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

Tyson, aliás, perguntou como se falava “dirty” em português, mudando o refrão da clássica “Dirty Little Secrets” algumas vezes para “Sujo Little Secrets”, arrancando risadas. “Swing, Swing”, “One More Sad Song”, “There’s a Place” e “It’s Ends Tonight” complementaram o setlist, finalizado com os clássicos “Move Along” e “Give You Hell”.

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

Um pouco mais de NX Zero

O festival inteiro parou para assistir aos paulistas do NX Zero depois de duas noites históricas no Allianz Parque no fim do ano passado, finalizando sua turnê de reunião “Cedo ou Tarde”. Os shows da I Wanna Be Tour marcam o início do giro “Um Pouco Mais” que, como o próprio nome sugere, estenderá a reunião do grupo.

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

Com uma apresentação mais curta que as realizadas em 2023, a banda foi, além de focar apenas em clássicos, resgatando também algumas músicas do início da carreira. Abrindo a apresentação com “Além de Mim” e “Bem ou Mal”, Di Ferrero fez o estádio cantar a plenos pulmões o refrão de “Pela Última Vez”.

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

“Inimigo Invisível” precedeu “Onde Estiver”, tendo logo na sequência um bloco só com raridades. “Um Outro Caminho”, “Uma Chance” e “Finja Entender” são faixas do disco “Diálogo?”, de 2004 (era pré-Rick Bonadio), e foram dedicadas aos fãs antigos da banda.

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

A bela “Cedo ou Tarde” arrancou lágrimas dos fãs, emocionando o público junto com uma versão acústica de “Cartas pra Você”, assim como nos shows da turnê anterior. “Só Rezo”, “Hoje o Céu se Abriu” e “Ligação” abriram o caminho para “Razões e Emoções”, sucesso absoluto da banda, encerrando a excelente apresentação com “Não é Normal”.

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

Um dia para se relembrar também do peso

Poucos minutos separavam o fim da apresentação do NX Zero para o início da performance do A Day to Remember. Os americanos haviam tocado no país pela última vez em 2022, como parte do Lollapalooza Brasil, e agora retornavam como um dos headliners da noite.

A banda ofereceu uma performance cheia de peso, força e breakdowns. “The Downfall of Us All” e “All I Want” abriram o show, com o vocalista Jeremy McKinnon pedindo para o público abrir o pit em “Paranoia”. A noite ainda contou com “Degenerates”, “Have Faith in Me”, “Miracle” e “Resentment”, além da famosa “Mr. Highway’s Thinking About the End”, faixa amplamente viralizada nas redes sociais através do trecho “disrespect your surroundings”.

Antes de “Mindreader”, Jeremy comentou que eles costumam pedir nessa música que o público faça “crowd surfing”, porém, como ele não estava vendo muitos seguranças à frente do palco, pediu para que a plateia não o fizesse e tomassem cuidado uns com os outros. “All Signs Point to Lauderdale” foi a responsável por encerrar a apresentação, a melhor entre as bandas internacionais.

A Day to Remember, Asking Alexandria e talvez até o The Used eram as bandas responsáveis pela dose adicional de peso no lineup do festival. Ao mesmo tempo que destoavam dos outros grupos, era interessante ter bandas com essa carga sonora para atender aos fãs que se interessam pelo lado mais heavy do emo.

*A produção do A Day to Remember não autorizou o trabalho do fotógrafo do site IgorMiranda.com.br nesta apresentação.

Encerramento com desfile de carisma

O Simple Plan encerrou a noite. Amado por todos, o grupo canadense esbanjou simpatia, demonstrando sua felicidade de estar de volta ao Brasil depois de seis anos — inclusive antes do show, com bastante interação via redes sociais com o público local ao postar vídeos aprendendo a falar palavras em português e outras atitudes que remetiam ao país.

Após a música tema de “Star Wars” ser tocada como abertura, “I’d Do Anything” e “Shut Up” iniciaram a apresentação. Pierre Bouvier (voz), Chuck Comeau (bateria), Jeff Stinco (guitarra) e Sébastien Lefebvre (guitarra) convidaram o público a pular em “Jump”, seguindo com “Jet Lag” (com participação da cantora Air Yel), “Your Love is a Lie” e “Addicted”. A clássica “Welcome to My Life” fez todos no Allianz cantarem junto.

Em “Summer Paradise”, bolas infláveis foram jogadas para a plateia se divertir, mas os músicos interromperam a execução para ajudar uma pessoa que passava mal em frente ao palco. Pierre Bouvier pediu que a produção disponibilizasse água para as pessoas na grande, em um gesto muito atencioso. Depois de “Vacation”, a banda fez um medley de “All Star” (Smash Mouth), “Sk8er Boi” (Avril Lavigne) e “Mr. Brightside” (The Killers). A divertida “What’s New, Scooby Doo?”, feita para a trilha sonora da animação homônima, contou com uma “invasão” de pessoas — ao que tudo indica, fãs — com fantasia de Scooby-Doo ao palco, arrancando risos da plateia.

Sempre que possível, os integrantes do Simple Plan comentavam sobre o quanto apreciavam o Brasil. Disseram que gostavam de caipirinha e pão de queijo e até trouxeram um cover de Mamonas Assassinas. “Vira-Vira” levou todos ao delírio, com Pierre passando a responsabilidade da letra aos presentes que, com muito barulho, cumpriram prontamente seu papel.

No bis, depois de um medley das músicas “Crazy”, “Perfect World”, “Save You” e “This Song Saved My Life”, o baterista Chuck Comeau subiu ao palco em meio a “I’m Just a Kid” com uma camiseta da seleção brasileira e uma bandeira do país em mãos.

Em uma cena divertida, ainda que ensaiada — que se repetiu também no sideshow de sexta-feira (1º) no Vibra, como boa parte do relato acima —, Pierre o convidou para cantar enquanto ele assumia a bateria. Chuck então disse que, em vez de cantar, queria cumprimentar o público. Assim, Di Ferreiro entrou para assumir o vocal da música com Pierre na bateria e Chuck se jogou nos fãs em frente ao palco, fazendo com que tudo virasse uma grande festa. “Perfect”, maior sucesso dos canadenses, encerrou a primeira data da I Wanna Be Tour, com direito a muitos fogos enquanto o Simple Plan se despedia.

*A produção do Simple Plan não autorizou o trabalho do fotógrafo do site IgorMiranda.com.br nesta apresentação.

Nem tudo são franjas, digo, flores

Como todo festival, nem tudo são flores. Apesar dos telões falharem quando era colocado o filtro do “I Wanna Be Tour” na imagem, houve poucos problemas graves com relação ao palco e som fora a situação mencionada com o Asking Alexandria.

Asking Alexandria (Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox)

A situação foi um pouco mais complicada em outros quesitos. Houve problemas logo na entrada: muitos fãs relataram ter perdido o show da Fresno enquanto ainda aguardavam em uma fila a liberação para entrar. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram várias pessoas cantando as músicas conforme as ouviam à distância.

Em meio a um forte calor que aconteceu em São Paulo durante o dia todo, o público reclamou bastante do preço da água (um copinho por R$ 8) e da cerveja (uma lata por R$ 18), ainda que estejam dentro dos padrões já praticados em shows de tal porte. Havia bebedouros à disposição, mas todos com gigantescas filas, assim como para o banheiro. A distribuição de água também foi relatada como falha, diferentemente de outros grandes eventos realizados nos últimos meses, após a morte de uma fã de Taylor Swift no Rio de Janeiro por problemas relacionados à desidratação.

Apesar dos percalços, o saldo foi positivo. Reunindo um lineup improvável até poucos anos atrás, o festival ajudou a reviver uma fase que marcou uma geração.

All Time Low (Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox)

Bandas internacionais que por vezes se apresentavam em lugares menores no Brasil — e até em outros países — tiveram “o momento de suas vidas” tocando suas músicas em um estádio lotado. Já as atrações nacionais ofereceram performances tão interessantes que representaram o grande destaque do festival. A Fresno não foi colocada na abertura como reflexo de seu “tamanho”: a intenção parece ter sido justamente atrair boa parte do público logo cedo para o Allianz Parque.

Mayday Parade (Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox)

A nostalgia foi a cola que uniu bandas consagradas para uma grande celebração a um movimento tão importante no cenário musical dos anos 2000. Ainda que cansativa pela maratona, a festa serviu para mostrar que emo no Brasil vive e que a nostalgia realmente é uma das maiores fraquezas que nos afligem — perdendo, talvez, apenas para o pescoço.

The Used (Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox)

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