Doc McGhee nega que festival em Moscou tenha sido feito para fugir da prisão

Músicos do Bon Jovi e Mötley Crüe já declararam que o empresário realizou o evento para livrar a cara de condenação por tráfico

O empresário Doc McGhee voltou a negar que a realização do Moscow Music Peace Festival, em 1989, tenha a ver com uma tentativa de escapar da prisão. O assunto retornou à tona recentemente, após uma declaração de Jon Bon Jovi, corroborando com outra manifestação de Nikki Sixx no passado.

Bon Jovi e Mötley Crüe eram atrações do evento, assim como Skid Row, Ozzy Osbourne, Scorpions, Cinderella, Gorky Park, Nuance e Brigada S. Em entrevista ao podcast de Conan O’Brien, transcrita pelo Ultimate Classic Rock, Jon declarou ter sido “jogado aos leões” para salvar seu manager.

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O cantor contextualizou:

“Meu primeiro empresário teve alguns problemas com a lei. Juro por Deus, ele foi acusado de contrabandear uma quantidade incrível de toneladas de maconha para a América.”

A história era um fato consumado no período. McGhee estava em maus lençóis depois de ser condenado por tentar contrabandear 40 mil libras de maconha da América do Sul para os Estados Unidos – equivalente a mais de 18 toneladas em quilos. Jon comentou:

“Para mantê-lo fora da prisão, tive que ir até a União Soviética. De alguma forma, seu acordo judicial foi pegar o garoto jovem, fofo e jogá-lo aos lobos e ao juiz. E então ele diz: ‘Tive uma ideia: iremos para a União Soviética e promoveremos a paz e a harmonia. E por favor, meritíssimo, não me coloque na prisão’. Então tive que ir na neve até a União Soviética e dizer: ‘Estamos chegando!’.”

À época, o Bon Jovi já desfrutava de prestígio na União Soviética. Lançado um ano antes do show, o quarto álbum da banda, “New Jersey”, se tornou o primeiro de um artista ocidental a receber lançamento oficial em território soviético desde o fechamento da Cortina de Ferro.

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A reposta de Doc McGhee

Em participação no The Rock Experience with Mike Brunn, McGhee negou que as alegações de Bon Jovi sejam reais. Também conforme o UCR, ele disse:

“A verdade absoluta é que não teve nada a ver com isso. Ponto final. É pura teoria da conspiração. Que juiz neste mundo faria uma proposta do tipo: ‘OK, vou lhe dizer o que vou fazer. Vou te deixar em paz, você só precisa fazer o primeiro show da história da União Soviética’? Ninguém vai dizer isso.”

Refutando a versão de Jon, Doc alegou que o festival foi organizado para propósitos muito mais nobres – nomeadamente a sua fundação sem fins lucrativos Make a Difference, que visa manter crianças longe das drogas.

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“Antes daquele show, Mötley Crüe, Aerosmith, Bon Jovi, todo mundo passou pela reabilitação. Eu gostava muito de proteger as pessoas, tentando fazê-las entender onde se encaixavam na vida sem drogas e álcool. Portanto, esta foi uma das maneiras, com a fundação Make a Difference, de trazer médicos do Ocidente para a Rússia para ensiná-los a tratar o abuso de drogas e álcool.”

O empresário ainda declarou que nenhum dos envolvidos recebeu cachê. Além disso, o próprio foi responsável por financiar todas as operações.

Doc pós-Moscou

Doc seguiria trabalhando com Bon Jovi e Mötley Crüe por mais alguns anos. Em 1996, assumiu a administração do Kiss, que estava planejando a turnê de reunião da formação original – que, a despeito das brigas intermináveis nos bastidores, foi uma das mais bem-sucedidas do final do século passado. Seguiu com os mascarados até o final da carreira como atração de palco, em dezembro de 2023.

Um artigo detalhado sobre o Moscow Music Peace Festival pode ser conferido clicando aqui.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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