Um disco ao vivo inédito gravado por Sister Rosetta Tharpe, considerada a “madrinha do rock and roll”, foi recentemente descoberto pelo arquivista Zev Feldman. Chamado de “Sister Rosetta Tharpe Live In France: The 1966 Concert In Limoges”, o material será lançado ao público no dia 20 de abril, como parte do Record Store Day.
O álbum, gravado no teatro Ópera de Limoges em 11 de novembro de 1966, incluirá 19 músicas (via Guitar World). A edição física terá fotos raras e notas escritas por especialistas na obra da cantora, como a biógrafa Gayle Wald, além de comentários dos artistas Susan Tedeschi, Billy Gibbons, Shemekia Copeland e Henry Rollins.
Uma versão limitada, com dois LPs, ficará disponível no evento Record Store Day — cujo intuito é incentivar o consumo de vinis em lojas independentes. Já posteriormente, em 26 de abril, o disco será comercializado em formato de CD de luxo.
Michael Graves, que é creditado em trabalhos de Nina Simone, Blondie e Joni Mitchell, ficou responsável por restaurar e masterizar a gravação, originalmente realizada em fitas. Surpreendentemente, Feldman deparou-se com o projeto enquanto vasculhava arquivos franceses.
Em comunicado, o profissional destacou:
“Sister Rosetta Tharpe tem sido uma figura imponente e pioneira na música, mesmo décadas após seu falecimento, em 1973. Sua influência ainda é vista até hoje. Esse disco nunca foi lançado antes e eu o considero uma cápsula do tempo muito especial, que te transporta para uma performance maravilhosa dos anos 1960 na França.”
Sobre Sister Rosetta Tharpe
Rosetta Tharpe nasceu em 1915, no estado americano do Arkansas. Aos 4 anos, começou a aprender a tocar guitarra. Com cerca de 7 anos, já se apresentava pelo sul dos Estados Unidos, mas foi quando se mudou para Chicago, no norte do país, que começou a realmente se tornar a “mãe do rock”.
A abordagem musical de Sister Rosetta Tharpe consistia em unir o melhor do blues e do jazz da época com uma pegada orientada ao gospel e um estilo único como guitarrista. Naqueles tempos, ela já fazia um tipo de música intensa e pesada. Foi uma pioneira no uso de distorção na guitarra antes mesmo da explosão do chamado blues elétrico, gênero considerado predecessor do rock and roll como o conhecemos.
Embora tenha falecido relativamente jovem — no dia 9 de outubro de 1973, aos 58 anos, em decorrência de um derrame como resultado de problemas com diabetes —, Sister Rosetta Tharpe pôde testemunhar o nascimento e a evolução do rock and roll. Em sua biografia, consta uma entrevista do final dos anos 1960, onde ela é perguntada sobre o que acha das bandas de rock, como os Beatles, Rolling Stones, e outros que cresciam naquele período.
“Oh, essas crianças e o rock and roll — aquilo é só rhythm and blues tocado mais rápido. Tenho feito isso desde sempre.”
Sua carreira serviu de influência para praticamente todos os nomes que são citados como pioneiros do rock and roll. De Elvis Presley a Keith Richards, passando por Carl Perkins, Johnny Cash, Jerry Lee Lewis, Little Richard e tantos outros: todos a citam como inspiração. Chuck Berry teria dito que sua carreira não passou de uma longa imitação de Sister Rosetta Tharpe.
Como toda grande pioneira, Rosetta Tharpe só foi reconhecida de verdade anos depois de sua morte. Foi introduzida ao Blues Hall of Fame apenas em 2007 e ao Rock and Roll Hall of Fame somente em 2018. Passou a ser lembrada como influente dentro do rock and roll devido ao trabalho de historiadores.
Sister Rosetta Tharpe – “Live In France: The 1966 Concert In Limoges”
- This Train
- When My Life Work Is Ended
- Didn’t It Rain
- My Mother’s Prayer
- Up Above My Head, I Hear Music in the Air
- Moonshine
- I Can’t Sit Down
- Down by the Riverside
- Jericho
- Jesus Met the Woman at the Well
- Two Little Fishes, Five Loaves of Bread
- Traveling Shoes
- Beams of Heaven
- That’s All / Denomination Blues
- Go Ahead
- Bring Back Those Happy Days
- Give me That Old Time Religion
- If Anybody Above Me
- Nobody’s Fault But Mine
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