“Pokémon” se provou uma das mais famosas e rentáveis de todos os tempos, contemplando animes, mangás, filmes, brinquedos e jogos de videogame. Mas o que muitos fãs podem não saber é que eles provavelmente têm uma área reservada para as criaturinhas em seus cérebros.
A curiosidade foi descoberta em 2019. Um estudo publicado no periódico Nature Human Behavior tinha o intuito de compreender quais partes do cérebro respondem a determinadas imagens e se ele as diferencia por diversos aspectos, como se são animadas ou não.
A melhor maneira de tentar descobrir a resposta é ver como as crianças reagem a esses estímulos, já que seus cérebros ainda estão se desenvolvendo. Foi aí que Jesse Gomes, professor da Universidade da Califórnia em Berkeley e coautor do estudo, teve a ideia de usar a franquia da Nintendo para ajudar com a tarefa – sendo que ele mesmo brincava com os jogos de videogame da franquia na infância.
“Gastei a mesma quantidade de tempo jogando com leitura e outras coisas por uns dois anos, quando tinha uns seis ou sete (anos).”
Para a pesquisa, foram recrutados 11 adultos que eram jogadores experientes de “Pokémon” – pessoas que começaram a jogar os games da franquia entre cinco e oito anos e continuaram mesmo depois de adultos – e outros 11 que eram novatos.
Primeiro, todos os participantes foram testados se sabiam diferenciar os Pokémon que possuem alguma semelhança. Depois, seus cérebros foram escaneados enquanto eram mostradas imagens dos monstrinhos (os 150 originais, em específico) mescladas com outras “normais”, como animais, rostos e carros, por exemplo.
O estudo detectou que nos jogadores experientes, uma região específica do cérebro, chamada sulco occipitotemporal (que costuma processar imagens de animais), respondeu mais aos Pokémon do que nas demais imagens. Já nos novatos, esse local do órgão não mostrou uma preferência pelos monstrinhos da franquia de games.
“Pokémon” e o viés da excentricidade
O resultado do estudo ajuda a corroborar uma teoria chamada de “viés da excentricidade”, a qual sugere que o tamanho das imagens que olhamos e se estamos olhando com elas com nossa visão central ou periférica irá prever qual área do cérebro irá responder.
Como o sulco occipitotemporal está associado ao momento em que olhamos diretamente para uma imagem, a pesquisa se casa com a teoria. Afinal, ninguém jogaria “Pokémon” em um Game Boy ou qualquer outro videogame usando a visão periférica.
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