O Kiss se tornou, na década de 1970, uma das grandes bandas de hard rock. Contudo, levou um tempo até que a banda atingisse o estrelato.
O grupo foi formado em 1973 e logo conseguiu contrato com uma gravadora, a Casablanca. Seus três primeiros álbuns, contudo, não fizeram sucesso.
“Kiss” (1974), “Hotter than Hell” (1974) e “Dressed to Kill” (1975) trazem várias músicas que se tornariam clássicos. Só que esses discos foram ignorados na época em que saíram. O êxito comercial veio com o trabalho ao vivo “Alive!” (1975), que apresenta, justamente, músicas desses três trabalhos iniciais.
Em entrevista de 2021 à SiriusXM, transcrita pelo Ultimate Classic Rock, o vocalista e guitarrista Paul Stanley refletiu sobre esses álbuns iniciais do Kiss. O artista destacou que nem ele gosta desses trabalhos – mas não das canções e, sim, de como soam as gravações.
“Acho que o primeiro álbum (do Kiss) soa muito ruim. Nunca fui fã dos três primeiros álbuns, sonoramente. Éramos bombásticos – essa banda ao vivo era um trovão. Mas nos álbuns, parecia um pouco estranho para mim.”
O Starchild reconheceu que não conseguia encontrar a solução para esse problema naquela época.
“Eu não sabia como fazer soar melhor. Eu só sabia que não era como soávamos. Para esse fim, você deve se lembrar que não foi até ‘Alive!’ (1975) que a banda estourou.”
Decepção dos fãs de Kiss
Por fim, Paul Stanley apontou que muitos fãs ficavam decepcionados por assistirem a uma boa performance do Kiss ao vivo e, em seguida, encontrarem gravações mais fracas nos álbuns.
“As pessoas vinham nos ver ao vivo e adoravam o que viam, então você colocava o álbum e dizia: ‘isso não soa como a banda que eu vi’.”
Fim da linha e nova era
O Kiss realizou o último show de sua carreira no dia 2 de dezembro de 2023. Na ocasião, a banda anunciou que a história da marca será prosseguida através de avatares.
As representações virtuais de Paul Stanley (voz e guitarra), Gene Simmons (voz e baixo), Tommy Thayer (guitarra) e Eric Singer (bateria) assumirão a linha de frente em espetáculos que ainda serão devidamente explicados. A previsão de estreia é para 2027.
O projeto foi criado pela Industrial Light & Magic (ILM). O financiamento e a produção estão a cargo da Pophouse Entertainment — a empresa sueca por trás do show “Abba Voyage” em Londres, com representações virtuais do grupo pop.
Para a criação de suas versões digitais, os músicos ensaiaram com trajes de captura de movimento. A proposta é retratá-los como super-heróis, mas registrando seus trejeitos ao máximo.
A “New Era” do Kiss contempla outras iniciativas um pouco mais convencionais — e, em maioria, já conhecidas do público. A banda dará sequência a seu museu em Las Vegas, inaugurado em 2022, bem como ao cruzeiro Kiss Kruise.
A cinebiografia “Shout it Out Loud” segue em produção e a ideia é lançá-la em 2024. A história do grupo será contada em seus primeiros anos, até o estouro com o álbum “Alive!”, em 1975.
A obra é uma parceria com a Netflix, que se encarregará da promoção e distribuição. O norueguês Joachim Rønning (“Malévola: Dona do Mal”, “Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar”, “A Aventura de Kon-Tiki”) é o diretor. O roteiro é assinado por Ole Sanders.
Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Twitter | Threads | Facebook | YouTube.
Eu adorei o álbum Hotter Than Hell