Quando Steve Perry explicou por que saiu do Journey

Vocalista adotou vida reclusa após deixar a banda em definitivo, o que mantém parcialmente até os dias atuais

Quando Steve Perry deixou o Journey pela primeira vez, em 1987, a banda experimentava um misto de sucesso e crises internas. O grupo entrou em hiato, os músicos seguiram diferentes projetos e se reuniram quase uma década mais tarde de forma oficial.

Porém, após o lançamento do álbum “Trial By Fire” (1996), a banda sequer realizou uma turnê de divulgação. O cantor entrou novamente em reclusão, se afastando de qualquer tipo de atividade artística, em um hibernação que durou mais de duas décadas.

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Mas o que o levou a tomar tal atitude? Em entrevista de 2020 à AXS TV, transcrita pelo Rock and Roll Garage, o artista começou explicando os fatores que o levaram ao rompimento com os antigos colegas.

“Bem, foi uma combinação. A paixão pela música tinha me abandonado, não conseguia encontrar a paixão honesta por cantar. Por conta disso estava a entrar em alguns, ouso dizer, ‘comportamentos festivos’ para suportar as minhas frustrações. A essa altura minha voz também estava sofrendo. Tudo começou a causar dor em mim e isso não ajudou a restaurar minha paixão pela música.

Então, no fim das contas, ficou muito claro para mim a sensação de que eu precisava simplesmente parar. Não sabia para onde estava indo, o que faria ou para onde iria. Tudo que sabia era que não poderia continuar o que estava fazendo. Não me levaria a lugar nenhum. Certamente as drogas e a bebida faziam parte disso, é claro. Quer dizer, isso veio com o tempo.”

O veneno do sucesso e a reconciliação com o passado

A seguir, Perry refletiu sobre como alcançou o objetivo que tinha mas, ao mesmo tempo, aquilo tirou o que o fazia feliz.

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“O sucesso é curioso. Você tem a chance de finalmente viver aquele sonho que desejava quando tinha 8, 9, 12 anos. Não estou reclamando, só estou dizendo de coração. Quando você finalmente consegue isso e está adorando, em algum momento fica um pouco brilhante demais e tudo começa a desaparecer continuamente. Você segue viajando e girando a mesma roda sem parar. Isso obscurece a oportunidade de outras melhorias, ouso dizer, para substituir parte da falta de brilho que já teve. Quando me dei conta fui embora.”

Assim, Steve se tornou uma pessoa reclusa, morando novamente perto de onde nasceu. Adquiriu uma motocicleta e decidiu que seria sua nova paixão.

“Comprei uma Harley-Davidson em Visalia, Califórnia, porque minha cidade natal era Hanford, Califórnia, a cerca de 29 quilômetros de distância. Viajava com ela durante o verão. Nunca gostei de motos antes, mas decidi que essa seria minha nova paixão. Não havia lei de obrigatoriedade de capacete naquela época e meu cabelo comprido voava 6 metros atrás de mim.”

O efeito imediato foi positivo, o próprio garante.

“Redescobri partes da minha vida que havia esquecido completamente. Estava me reconectando com a minha infância e realmente aprendendo a assimilar a perda da minha mãe, que havia acontecido alguns anos antes. Saí para visitar outros parentes com bastante regularidade. Apenas para tentar entender minha vida onde ela estava naquele momento. Quando você volta à atmosfera terrestre pessoal depois de um passeio como esse, precisa fazer alguma coisa. Você tem que se ancorar de alguma forma. Então eu fiz muito disso.”

Steve Perry voltou a lançar um álbum solo apenas em 2018, quando saiu “Traces”. Exceto por algumas aparições ocasionais, não se apresenta ao vivo desde 1995 – o que não pretende modificar de forma definitiva.

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Sobre Steve Perry

Nascido em Hanford, Califórnia, Stephen Ray Perry começou cantando na cena local. Quando estava na banda Alien Project, abandonou a música após o baixista morrer em um acidente de carro. Foi convencido pela mãe a voltar.

Fez história como vocalista do Journey, estabelecendo os padrões básicos para um vocalista do subgênero conhecido popularmente como AOR. Ainda lançou 4 álbuns solo, incluindo um de canções natalinas.

Participou do projeto USA For Africa. Também apareceu em gravações de Sammy Hagar, Kenny Loggins, Dolly Parton, Jason Becker, Robert Cray e Crosby, Stills, Nash & Young, entre vários outros.

Após sua segunda saída do Journey, no final do século passado, se distanciou do show business visando evitar a espetacularização da vida pessoal. Mesmo tendo voltado a gravar, não costuma fazer muitas aparições públicas.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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