Os estúdios Abbey Road são uma instituição lendária da música. Propriedade da EMI durante décadas, o local ficou famoso por ser o quartel-general dos Beatles durante a carreira da banda mais bem-sucedida da história. Por isso, seria apenas natural esperar que o Radiohead, outro grupo famoso por revolucionar o rock — e da mesma gravadora —, usasse as mesmas instalações.
Entretanto, a ligação com os Beatles era justamente motivo para a banda de Oxford evitar o estúdio. Thom Yorke e Jonny Greenwood estão prestes a lançar “Wall of Eyes”, o segundo álbum do projeto paralelo The Smile – gravado em Abbey Road –, e durante um painel realizado na última quinta-feira (18) em Londres (via NME), os dois falaram sobre como a fama do quarteto de Liverpool paira sobre o local.
Greenwood, guitarrista do Radiohead, falou:
“Muitas vezes é um motivo para não gravar lá.”
Em seguida, ele refletiu sobre como o status de atração turística do local também dificulta:
“Tivemos que tirar tudo por um fim de semana porque uns empresários queriam entrar e gravar uma música em Abbey Road… mas é preciso levar em conta que estúdios estão passando por dificuldades e está complicado, então, francamente, qualquer coisa mantendo o lugar aberto é incrível.”
Radiohead, The Smile e Beatles
Antes de “Wall of Eyes”, a última vez que alguém do Radiohead gravou no local foi para “The Bends”, lançado em 1995. Quando perguntado se foram influenciados pelos Beatles no disco novo do The Smile, Thom Yorke brincou:
“A gente tentou muito não ser! Digo, estávamos em Abbey Road, mas foi um caso de: ‘vamos tentar evitar isso, né?’.”
O vocalista do Radiohead também esclareceu de maneira bem-humorada um momento em particular no álbum que pode ser compreendido como influência do Fab Four:
“O fato que decidimos fazer algo tipo uma varredura de sintonia no meio de ‘Bending Hectic’ foi porque era a melhor coisa a se fazer, em vez de: ‘ei, bora fazer uma canção dos Beatles!’.”
“Wall of Eyes” será lançado na próxima sexta-feira (26). Na segunda-feira (22), São Paulo recebe uma sessão do show visual que acompanha o disco. O evento acontece às 20h no Cineclube Cortina (R. Araújo, 62 – República). Mais informações aqui.
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Nunca fui muito preocupado com grunge, mas sei desde a década 90 que Nirvana e outros de Seattle foram um acontecimento. Um ‘ponto de virada’, que guardadas as devidas proporções, foi como o próprio rock n roll surgindo na década 50.
Na época sem internet ou YouTube, a MTV americana apostava basicamente, em videos musicais. Entre os gêneros dos anos 80, o hard-rock que alguns chamavam de ‘glam rock’ festivo ou romântico e cheio de cabelos e roupas extravagantes nos anos 80, comum em Los Angeles, foi dominante até o grunge sair de Seattle. Foi de lá que também sairam nomes como o Quincy Jones, Ray Charles, Jimi Hendrix, além do já citado Nirvana, Alice in Chains, Pearl Jam, Soundgarden.
Já essa banda Radiohead, surgiu anos depois do post-punk oitentista, e grunge. Não vejo como banda que ‘revolucionou’ o rock de forma alguma. Além do hard rock ouvi bandas como U2, David Bowie, Beastie Boys, Fugazi, REM, The Cure, The Smiths, Depeche Mode, Talking Heads, B-52, INXS, XTC, New Order, Jesus and Mary Chain, Melvins, Joy Division, Faith no More, tocarem nas rádios desde os anos 80. Radiohead é um filho meio monótono disso tudo.