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O álbum solo de Paul McCartney que George Harrison não gostava

Primeiro trabalho solo do músico foi gravado durante o período de rompimento dos Beatles

Quando os Beatles se dividiram em suas carreiras solo, muito se esperava que cada personalidade se evidenciasse de acordo com aquilo que representavam para o grupo. Porém, o quase sempre perfeccionista Paul McCartney se apresentou com um álbum, chamado apenas “McCartney” (1970), que o mostrava muito mais simplório do que o previsto, em alguns momentos soando quase desleixado.

Em entrevista no dia 1º de maio de 1970 à rádio WABC-FM, de Nova York, George Harrison não se furtou de criticar o resultado da obra do colega. Conforme transcrição do Rock Celebrities, ele declarou:

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“’That Would Be Something’ e ‘Maybe I’m Amazed’ eu acho ótimas. Quanto ao resto, ficou bom, mas um pouco decepcionante. Aquelas duas faixas, em particular, são realmente muito boas. As outras simplesmente não fazem muita diferença para mim.”

Embora muitas das músicas tenham sido trabalhadas na mesma época das derradeiras dos dos Beatles, Harrison entendia que os fãs poderiam ouvi-las em suas piores iterações possíveis.

“Posso ouvir outras pessoas tocando bateria e guitarras melhores e coisas assim. E os arranjos de algumas dessas músicas, como… ‘Teddy Boy’ e ‘Junk’ e outras coisas – com um pouco mais de arranjo, elas poderiam ter soado melhor. Suponho que foi a única coisa que ele sentiu que poderia fazer naquele momento.”

Paul McCartney e o álbum “McCartney”

Primeiro esforço solo do músico, “McCartney” foi gravado durante o período de rompimento dos Beatles. O “último prego no caixão” apareceu justamente no press-release do disco, onde Paul anunciava sua saída em definitivo. Abalado pelos momentos agônicos da banda, ele descreveu seu estado durante as gravações como “deprimido, chocado, decepcionado e embriagado, a ponto de ter um colapso nervoso”.

Com exceção de algumas participações de sua esposa, Linda, o próprio cantou e executou todos os instrumentos. Para não alarmar fãs e imprensa, nem dar pistas sobre o que estava acontecendo, Paul agendou as sessões em Abbey Road sob o pseudônimo Billy Martin. O trabalho chegou ao primeiro lugar na parada norte-americana – onde ganhou disco de platina dupla – e segundo na britânica.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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