Não é segredo para ninguém que o Iron Maiden ficou bastante decepcionado com a produção do seu álbum de estreia, lançado em 1980. Designado para a função, Will Malone não se mostrou entrosado com a banda, além de, nas palavras do baixista Steve Harris, ter passado o tempo todo com os pés para cima na mesa de som, fumando e lendo revistas.
Mesmo assim, o disco fez sucesso. O que garantiu ao grupo a possibilidade de investir em um produtor de maior gabarito para a sequência.
A escolha não poderia ter sido mais acertada. Martin Birch possuía experiência de sobra, tendo auxiliado nomes históricos como Black Sabbath, Deep Purple, Rainbow, Whitesnake e Fleetwood Mac, entre outros.
Em depoimento resgatado pela Classic Rock, o guitarrista Dave Murray falou sobre a contribuição da nova peça da engrenagem.
“No primeiro álbum tocávamos rápido, quase como punk rock, mas com mais melodia. A produção de Martin em ‘Killers’ (1981) nos deu um pouco mais de polimento, sem perder o tom.”
Em relação a seus momentos preferidos no tracklist, o segundo membro mais longevo destaca:
“A faixa-título desse álbum ainda é uma das minhas favoritas. Tem uma energia tão pura e crua, continuamos a tocá-la ao vivo durante anos. Claro, este foi o último álbum que fizemos com Paul Di’Anno. Quando Bruce Dickinson entrou, foi uma virada ainda maior para a banda. Mas acho que Paul fez um ótimo trabalho em ‘Killers’. O álbum inteiro é realmente poderoso e atmosférico. E realmente, foi Martin Birch quem tirou isso de nós.”
Iron Maiden e “Killers”
Segundo álbum do Iron Maiden, “Killers” foi o último trabalho de inéditas a contar com o vocalista Paul Di’Anno. Também marcou a estreia do guitarrista Adrian Smith. Ganhou discos de ouro nos Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Alemanha e Suécia, além de platina no Canadá.
O baixista Steve Harris compôs quase todas as faixas sozinho. As exceções são a faixa-título e “Twilight Zone” – a última citada, inicialmente, exclusiva da versão americana –, com créditos para Di’Anno e Dave Murray, respectivamente. É o único da discografia até o momento a ter duas músicas instrumentais, “The Ides Of March” e “Genghis Khan”.
Sobre Martin Birch
A parceria do grupo com Martin Birch se estenderia até “Fear of the Dark”, lançado em 1992. Logo após as sessões, o profissional do som anunciaria sua aposentadoria em caráter irrevogável.
Ele faleceu em agosto de 2020, aos 71 anos. A causa oficial nunca foi revelada.
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