Peter Gabriel sempre foi um artista desbravador. Inicialmente de forma musical, quando usou o Genesis para oferecer uma mistura do já dramático rock progressivo com a interpretação e aspectos teatrais. Depois, em carreira solo, experimentou sonoridades e produções em vídeo revolucionárias. Vide “Sledgehammer”, que tomou de assalta a programação da MTV.
É de se imaginar que o cantor receberia de braços abertos as novidades tecnológicas, como a inteligência artificial. Porém, a coisa não é bem assim. Em recente entrevista ao tabloide britânico The Sun, repercutida pelo American Songwriter, ele se mostrou bastante preocupado com as perspectivas.
“A IA está prestes a virar o nosso mundo de cabeça para baixo e deverá ser capaz de realizar todos os nossos trabalhos, incluindo o meu, melhor do que nós. Portanto, precisamos pensar e fazer um brainstorming urgente sobre como podemos viver melhor uns com os outros e com a IA no futuro.”
Gabriel acredita que a raça humana enfrenta enormes problemas e precisa se unir para combatê-los. Mas não querendo ser só tristeza e amargura, o músico acrescentou algum otimismo.
“Em muitas outras culturas fora da ocidental, os humanos são muito mais vistos como parte do todo, como parte de tudo. Estamos agora passando por problemas existenciais muito reais. O otimismo realista e energético é a única maneira possível de enfrentá-los.”
Gabriel acrescentou a moralidade à lista de preocupações. Atualmente com 73 anos, o cantor revelou que pesquisa qualquer coisa que ajude a prolongar sua vida.
“Estou muito interessado na pesquisa sobre longevidade, que eu costumava acreditar ser um brinquedo dos bilionários. Agora vejo como um impulsionador crítico para todos os tipos de avanços médicos para todos nós. A mortalidade se insinua no espelho retrovisor. Você a traz para a tela frontal ou foge dela.”
Na última sexta-feira (1), Peter Gabriel lançou “i/o”, seu décimo álbum solo de estúdio. É o primeiro trabalho de inéditas do cantor desde “Up”, lançado em 2002. Posteriormente, ele ainda disponibilizou o disco de covers “Scratch My Back” (2010) e “New Blood” (2011), contando com versões orquestradas para músicas de sua carreira.
Nascido em Surrey, Inglaterra, Peter Gabriel demonstrou aptidão artística desde cedo, aprendendo a tocar bateria e piano na infância. Compôs a primeira música aos 12 anos de idade.
Em 1965, formou o Garden Wall. A banda durou dois anos, até que alguns integrantes se juntaram a outros colegas e criaram o Genesis, que se tornaria uma das maiores referências do Rock Progressivo. Gabriel permaneceu no conjunto até 1975.
A seguir, deu início a uma carreira solo bem-sucedida, agregando elementos experimentais e de vanguarda à música pop. Também usou sua arte para propagar convicções enquanto defensor dos direitos humanos. Recebeu o prêmio Man Of Peace, da Fundação Nobel, em 2006.
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