Como Bruce Dickinson levou quase 10 anos para enfim fazer álbum solo

Durante a CCXP23, vocalista do Iron Maiden explicou como espera por trabalho próprio acabou ficando maior do que ele imaginava

Desde “Tyranny of Souls” (2005), não tínhamos novidades a respeito da carreira solo de Bruce Dickinson. A espera está finalmente chegando ao fim com o novo álbum solo “The Mandrake Project”, uma das empreitadas mais ambiciosas do vocalista do Iron Maiden.

O disco em questão (que acompanha uma HQ e todo um conceito nas músicas) chega a público em 1º de março de 2024, por meio da BMG. Mas o que ninguém sabia até então é que o material levou 10 anos para sair do papel.

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Quem explicou o motivo da demora foi o próprio Bruce, durante participação na CCXP23 — evento em São Paulo que contou com cobertura do site. A pandemia de covid-19, os compromissos com o Iron Maiden e seu tratamento contra um câncer acabaram tomando boa parte do tempo, desde que ele teve a ideia de trabalhar com música e quadrinhos, em 2014.

“Em 2014, pensei em fazer um álbum solo. Até então eu havia feito sete discos, como ‘Accident of Birth’, ‘The Chemical Wedding’, entre outros. Pensei em lança-lo após ‘The Book of Souls’, mas acabei ficando doente, tive câncer de garganta (na verdade, na língua). Eu me recuperei e fizemos a tour de ‘The Book of Souls’. Então, pensei que logo após seria hora do meu álbum solo. Mas aí veio a pandemia de covid. Foram oito anos perdidos. Até que em 2021 pude retomar. Junto da graphic novel, levei dois anos e meio para fazer a coisa sair.”

Com relação à HQ e sua história, ele destacou:

“A HQ é uma graphic novel de 12 episódios. É adulta: tem sexo, drogas, violência, todo tipo de coisa. Mas é basicamente sobre um cara que busca por sua identidade. É o Necropolis, um órfão, um gênio e ele odeia isso, odeia a vida. Mas ele está envolvido no Mandrake Project. E este Mandrake Project planeja tirar a alma humana e colocar em outra coisa. O professor Lazarus, que comanda o projeto, tem uma visão do que irá acontecer com essa tecnologia. Necropolis tem outra ideia. E aí vai a história.”

Influência do Iron Maiden

Ainda durante a CCXP, Bruce Dickinson contuou como nasceu a ideia de trabalhar música e quadrinhos em seu projeto solo. O plano começou a surgir há mais de uma década, por conta do Iron Maiden.

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“Anos atrás, o Iron Maiden estava fazendo algumas capas de singles (em provável menção aos singles de ‘The Final Frontier’, álbum de 2010). Eu pensei: ‘por que não fazer uma história em quadrinhos como eu lia na infância?’. Eu era um grande fã do Surfista Prateado e do Tocha. Eu queria ser o Tocha Humana quando criança: ele sempre ficava pistola e ele sempre colocava fogo em tudo.

Quando sugeri fazer capas de HQs, fizemos algumas capas para o Iron Maiden. Foi muito legal. Depois, o Maiden lançou um videogame, ‘Legacy of the Beast’. E alguém produziu uma série de HQs relacionada ao game. Achei visualmente fantástico, mas faltava uma história. Então, pensei: ‘e se um álbum tivesse uma HQ conectada?’. Mas isso se separou. Em 2014, seria uma história em quadrinhos junto do álbum e é isso. Mas aí outras coisas aconteceram, a Covid veio, sete anos se passaram. Eu tinha uma HQ de 12 episódios, mas não quis restringir o álbum a isso. Essas duas coisas existem separadamente, mas elas se ‘informam’, estão relacionadas.”

“Afterglow of Ragnarok”

Bruce Dickinson disponibilizou na última quinta-feira (30) o videoclipe de “Afterglow of Ragnarok”, primeiro single de “The Mandrake Project”. A produção conta com menções ao escritor e alquimista William Blake, que também inspirou “The Chemical Wedding”, disco lançado pelo cantor em 1998. O ator britânico Craig Russell é o protagonista.

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Confira o clipe, que fez sua estreia também na CCXP23.

“The Mandrake Project” e Bruce Dickinson no Brasil

“The Mandrake Project” rompe um hiato de quase duas décadas sem material autoral solo de Bruce Dickinson. “Tyranny of Souls”, o mais recente, saiu em 2005. Além do álbum, programado para o início de 2024, será lançada uma HQ dividida em 12 partes. Um prólogo está disponível a partir de hoje, 1º de dezembro, acompanhando a versão física do single “Afterglow of Ragnarok”.

Para divulgar a obra, Bruce realizará uma turnê, a primeira desde 2002. Além da América Latina, foram confirmados compromissos na Europa. As datas para o Brasil são as seguintes:

  • dia 24 de abril em Curitiba, na Live Curitiba;
  • dia 25 de abril no Pepsi On Stage, em Porto Alegre;
  • dia 27 na Opera Hall, em Brasília;
  • dia 28 de abril na Arena Hall, em Belo Horizonte;
  • dia 30 de abril no Rio de Janeiro, no Qualistage;
  • dia 02 de maio na Quinta Linda, em Ribeirão Preto;
  • e no dia 04 de maio em São Paulo, na Vibra São Paulo.

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André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Interessado em música desde a infância, teve um blog sobre discos de hard rock/metal antes da graduação e é considerado o melhor baixista do prédio onde mora. Tem passagens por Ei Nerd e Estadão.

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