Quando nos deparamos com eventos relacionados ao rock/metal em termos de mainstream, os headliners nunca fogem do lugar comum. Mesmo em apresentações individuais, nenhum nome recente ainda possui status para lotar estádios ou arenas de porte mais robusto.
O Iron Maiden é um dos representantes da velha guarda ainda na linha de frente. Porém, para Bruce Dickinson, a culpa não é exatamente dos novos artistas.
Em entrevista à rádio sueca Bandit Rock (transcrita pelo Blabbermouth), o cantor britânico elaborou sua tese sobre o assunto.
“Eu estava com um grande promotor no Brasil semana passada, quando participei da Comic Con em São Paulo, lançando o álbum ‘The Mandrake Project’. Estávamos conversando e ele disse: ‘É um problema real para nós agora, grandes festivais, promotores. Não há nenhuma atração principal’. Você pode contar os headliners nos dedos de uma mão, pessoas que são capazes disso – você os coloca no topo do cartaz e as pessoas falam: ‘Ah, sim, vou ver isso’. E, infelizmente, a razão para isso, eu acredito, é que as grandes corporações assumiram tudo e estão interessadas em ganhar dinheiro. Então elas propagam as grandes atrações, mas não trazem as bandas que criam o enredo para apresentar à base de fãs, criar a dedicação para trazê-lo à tona.”
Para Bruce, a situação requer toda uma escalada de etapas, que não está sendo cumprida no mercado atual.
“Você não se torna atração principal da noite para o dia. É preciso fazer shows em vários lugares, criar uma base de fãs. Então, as pessoas te seguem e de repente você está na Wembley Arena e pensa: ‘Oh meu Deus, esses caras estão tocando em arenas.’ E o próximo passo é: ‘Oh, eles vão ser a atração principal de um festival. Ah, sim, ótimo. Eles são a atração principal do festival.’ E nesse momento você dá um passo nesse mundo.”
Iron Maiden como exemplo
Para ser mais específico, o cantor usou como exemplo a própria banda.
“Nos Estados Unidos, por exemplo, quando eu estava em turnê pela primeira vez com o Iron Maiden, fazíamos shows em arenas como convidados especiais ou algo assim. Os promotores locais viam e se interessavam em nos levar de volta. Assim, você ia construindo o nome até o ponto em que se tornava a atração principal daquele lugar.”
Dickinson defende que haja maior investimento em locais de pequeno porte, onde as bandas independentes possam tocar e se promover rumo a um futuro.
“Há uma discussão em Londres no momento, de que alguém vai tentar construir uma versão local do The Sphere, como em Las Vegas. É perda de tempo e dinheiro. Seria muito melhor converter meia dúzia de pubs antigos em locais para shows e dizer às bandas jovens: ‘Ei, há um local gratuito. Venha tocar.’”
Bruce Dickinson, “The Mandrake Project” e Brasil
Bruce Dickinson lança o disco solo “The Mandrake Project” em 1º de março próximo. Logo a seguir, o cantor realiza uma série de shows pelo Brasil. Eis o itinerário:
- 24/04 Curitiba (Live Curitiba)
- 25/04 Porto Alegre (Pepsi On Stage)
- 27/04 Brasília (Opera Hall)
- 28/04 Belo Horizonte (Arena Hall)
- 30/04 Rio de Janeiro (Qualistage)
- 02/05 Ribeirão Preto (Quinta Linda)
- 04/05 São Paulo (Vibra São Paulo)
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