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O dia em que o “grande fã” Stephen Pearcy conheceu Michael Jackson

Encontro desajeitado aconteceu em boate no centro de Los Angeles nos anos 1980; guarda-costas do Rei do Pop pôs o vocalista do Ratt para correr

Dado o fato de que o cérebro de Stephen Pearcy foi afetado por álcool, comprimidos, cocaína e até heroína, é de se espantar que o vocalista do Ratt se lembre de alguma coisa do auge da banda nos anos 1980.

Ele não só se lembra como compartilha ótimas histórias na autobiografia “Sex, Drugs, Ratt & Roll”, ainda inédita no Brasil.

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Uma das mais curiosas — para não dizer aleatórias — ocorreu no momento em que o Ratt gozava de maior prestígio na cena musical. Seu segundo álbum, “Invasion of Your Privacy” (1985), havia batido a marca de dois milhões de cópias vendidas, rendendo ao grupo o disco de platina duplo nos Estados Unidos.

Pearcy conta que estava em uma boate com o amigo Joe Anthony quando avistou o Rei do Pop em carne e osso a algumas mesas de distância. “Não olhe agora. É o Michael Jackson, p#rra”, disse ele. Joe olhou para a mesa e franziu os olhos por um momento: “Na verdade, eu conheço o cara.”

Stephen ficou incrédulo. “Como assim você o conhece?”, ele quis saber. Joe explicou:

“Quando eu trabalhava na empresa de limusines, eu costumava levá-lo de vez em quando. Na verdade, eu costumava levar principalmente o Bubbles, o chimpanzé dele. Costumava levá-lo ao centro da cidade para o alfaiate, para fazer ajustes. O Michael gostava de vesti-lo com pequenos trajes de marinheiro. Sempre parávamos para pegar um suco de cenoura para ele — era a bebida favorita dele.”

O relato fez com que Pearcy pedisse para o amigo apresentar os dois. Depois de muita insistência, Anthony foi convencido, mas alertou: “Ele é uma pessoa reservada. Não fique babando em cima dele, certo?” — o que não adiantou muito.

“‘Michael’, falei, estendendo a mão. ‘Stephen Pearcy. Um grande, grande fã’. Michael pareceu apenas ligeiramente desconfortável. ‘Oi. Prazer em te conhecer’. ‘Não vou tomar muito do seu tempo’, tranquilizei-o. ‘Nem vou sentar. A menos que você queira’. ‘Não quero’, disse ele docemente. ‘Você gostaria de uma cerveja? Por minha conta’. ‘Eu não bebo’, respondeu ele. Daí sorriu. Tinha um sorriso encantador. ‘Obrigado, mesmo assim’. ‘Ah, é verdade! Eu li em algum lugar que você não bebe’.”

Enquanto Stephen continuava ali, pairando sobre a mesa de Michael, um cara que estava logo atrás, de braços cruzados, no estilo tradicional de um guarda-costas, lhe disse: “Michael ficou feliz em te conhecer.” O vocalista do Ratt leu corretamente as entrelinhas.

“‘Valeu!’ Eu me afastei da mesa, sorriso de orelha a orelha. ‘Ei, Michael, sinta-se à vontade para vir e sentar conosco mais tarde, se quiser!’ ‘Ele está bem aqui’, assegurou o guarda-costas.”

Stephen Pearcy e “Sex, Drugs, Ratt & Roll”

Escrita a quatro mãos com Sam Benjamin, a autobiografia de Stephen Pearcy foi originalmente publicada em 2014. Além do supracitado encontro com Michael Jackson, o vocalista do Ratt escreve sobre quando conheceu outros famosos, entre eles a atriz Drew Barrymore — aos doze anos, em uma boate de Nova York, às duas da manhã —, o comediante Rodney Dangerfield e astros do rock como David Lee Roth e Eddie Van Halen. Apesar de ter sido sucesso em vendas lá fora, o livro permanece inédito no Brasil.

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Marcelo Vieira
Marcelo Vieirahttp://www.marcelovieiramusic.com.br
Marcelo Vieira é jornalista graduado pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso (FACHA), com especialização em Produção Editorial pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Há mais de dez anos atua no mercado editorial como editor de livros e tradutor freelancer. Escreve sobre música desde 2006, com passagens por veículos como Collector's Room, Metal Na Lata e Rock Brigade Magazine, para os quais realizou entrevistas com artistas nacionais e internacionais, cobriu shows e festivais, e resenhou centenas de álbuns, tanto clássicos como lançamentos, do rock e do metal.

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