O desabafo de Roger Waters sobre estadias negadas em Argentina, Uruguai e Colômbia

Ex-Pink Floyd abordou tema durante show em Buenos Aires e atribuiu cancelamentos de hospedagem à sua defesa dos direitos humanos

Roger Waters trouxe a turnê “This is Not a Drill” para a América do Sul. Após sete shows no Brasil finalizados no dia 12 de novembro, o ex-integrante do Pink Floyd seguiu para Montevidéu, no Uruguai, e Buenos Aires, na Argentina. Em ambos os destinos, como também na Colômbia — onde irá tocar no dia 5 de dezembro —, o músico enfrentou problemas relacionados à hospedagem. 

Hotéis nos três países se recusaram a recebê-lo, por críticas recentes dirigidas ao estado de Israel, segundo o próprio. De acordo com a AFP (via Folha), a rede Four Seasons não deu mais detalhes sobre o cancelamento das reservas em Bogotá. 

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Fato é que as apresentações continuam acontecendo normalmente, com o artista hospedado na capital paulista e viajando para os outros locais apenas para as performances. Durante o primeiro espetáculo em território argentino, na última terça-feira (21), o cantor desabafou com o público sobre o problema e atribuiu a situação à sua “defesa dos direitos humanos”. 

Disse para a plateia, conforme tradução da Veja:  

“Por alguma razão, as pessoas que são donas de muitos hotéis desta cidade não me deixaram me hospedar aqui. Vai entender. Na verdade, eu sei porque eles não me deixaram e eu vou contar para vocês agora e aí eu vou sentar e cantar uma música e então só vamos cantar músicas. Mas eu tenho que dizer isso. A razão pela qual eles não me deixam hospedar nos hotéis em Buenos Aires é porque eu acredito nos direitos humanos. Eu acredito. Eu sempre acreditei. Fui ensinado sobre direitos humanos pela minha mãe quando eu era pequenininho eu nunca esqueci. Então, os direitos humanos são a questão básica aqui. Mas agora, se isso pode ser um tanto controverso, se conseguirmos convencer os poderes constituídos e insistir na igualdade dos direitos humanos para todos os nossos irmãos e irmãs independentemente de sua etnia ou religião ou nacionalidade do Rio Jordão até o Mar Mediterrâneo não haverá mais problema”.

Problemas no Uruguai e Argentina

Em entrevista ao jornal argentino Pagina 12, Roger Waters detalhou o problema da hospedagem. Ele revelou que a logística o fez perder um compromisso importante.

 “Tinha um jantar marcado para o dia 16 (quinta-feira) com José Mujica, ex-presidente do Uruguai, que é meu amigo. E eu não posso ir.”

Segundo o Pagina 12, o presidente do Comitê Central Israelita do Uruguai, Roby Schindler, bem como outras personalidades do país de origem judaica, enviaram cartas a redes de hotéis como Sofitel pedindo para que não hospedassem o músico e sua equipe. Outros estabelecimentos menores também foram cooptados a boicotar Waters. Sobre isso, ele afirma:

“O pessoal da América do Sul está adorando, fizemos dois shows esgotados em São Paulo (nota do editor: a segunda data não teve ingressos esgotados) que tiveram críticas fantásticas, todo mundo adorou o show, nós adoramos, foram alguns dos melhores shows que fizemos, o público se divertiu muito. E de alguma forma esses idiotas do lobby israelense conseguiram cooptar todos os hotéis em Buenos Aires e Montevidéu e organizaram este boicote extraordinário baseado em mentiras maliciosas que têm contado sobre mim.”

Além de culpar Schneider, o artista se lembrou de Polly Samson, esposa de David Gilmour que o chamou recentemente de “misógino”, entre outras ofensas.

 “Eu sei bem disso, vejo que esse Roby Schindler me chama de ‘misógino’ como o menor dos crimes que supostamente cometi. E você sabe de onde isso vem? De Polly Samson, esposa de David Gilmour: ela é a única pessoa que já me acusou de ser misógino.”

Ainda de acordo com Roger, os hotéis não chegam a admitir o que seria a real razão para a recusa em tê-lo como hóspede.

 “Eles simplesmente dizem: ‘não têm quarto’. E eu sei que em Montevidéu estão há semanas em todos os jornais dizendo às pessoas para não comprarem ingressos para o show.”

Roger Waters e “This is Not a Drill”

Agora, a turnê “This is Not a Drill” vai para Santiago, no Chile, onde estão marcadas duas datas — nos dias 25 e 26 de novembro. Em seguida, acontecerão shows únicos no Peru, Costa Rica, Colômbia e Equador até o início de dezembro.

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 22 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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