Giuliano Manfredini, filho de Renato Russo, declarou à Justiça do Rio de Janeiro que a polícia investiga uma suspeita de desvio de cerca de R$ 20 milhões nas contas da Legião Urbana Produções Artísticas Ltda. A empresa foi criada pelo vocalista da banda em 1987, visando administrar seus direitos autorais, além de cuidar do licenciamento de obras e da produção de discos.
O inventário judicial em razão da morte do músico transferiu todas as cotas do cantor para o empresário de 34 anos, seu único herdeiro. Em documento enviado à Justiça no dia 24 de outubro e obtido pelo colunista Rogério Gentile, da Folha de São Paulo, Giuliano afirmou que uma auditoria revelou uma “situação caótica” nas contas e um prejuízo em torno de R$ 20 milhões, “por meio de desvios e dilapidações do patrimônio econômico e artístico deixados pelo artista Renato Russo”.
Uma aspa da declaração especifica:
“O exame revelou despesas irregularmente contabilizadas como ‘reembolso de caixa’, sem nenhuma outra informação que pudesse revelar efetivamente o destino dos valores ocultados sob a referida rubrica.”
A investigação, de acordo com o documento, é sigilosa e está sendo feita pelo Delegacia Geral de Combate ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DGCOR). Os nomes dos investigados não foram obtidos.
Divisão de lucros
Ano passado a 4ª Turma do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) decidiu por um novo julgamento de um recurso relacionado à divisão de lucros de uma turnê realizada por Dado Villa-Lobos (guitarra) e Marcelo Bonfá (bateria), remanescentes da Legião Urbana, em 2015. A Legião Urbana Produções Artísticas busca obter parte da renda gerada pela excursão, que celebrou os 30 anos do álbum de estreia da banda.
Segundo a decisão, os desembargadores não analisaram todos os argumentos dos interessados. Os músicos haviam sido condenados a repassar um terço dos lucros da turnê à empresa herdada por Giuliano Manfredini.
Em junho de 2021, o STJ já havia autorizado Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá a se apresentarem usando o nome Legião Urbana em meio a protestos da empresa do filho de Renato Russo. Segundo os ministros na ocasião, os músicos contribuíram para a popularização do grupo e deveriam ter direito a se valer do nome da banda exclusivamente para fins artísticos.
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