Em um período pré-internet e todo mundo portando algum aparelho que registra imagens, não era tão difícil se manter incógnito. O Kiss desfrutou dessa facilidade nos primeiros anos de carreira, mantendo toda a mística em torno de seus integrantes originais.
Porém, uma vez essa barreira foi quebrada, em 1974. A autora da façanha foi a revista Creem, uma das mais conceituadas do jornalismo musical norte-americano na década, especialmente no segmento do rock.
À época, a banda ainda dava seus primeiros passos. O estouro definitivo só viria no ano seguinte, com o álbum ao vivo “Alive!” (1975). Mesmo assim, o quarteto já gozava de certa reputação entre seguidores mais ferrenhos – da mesma forma que já era escorraçado por críticos que o consideravam uma tiração de sarro com o sagrado espírito do estilo.
O staff da revista recebeu a banda em sua redação e realizou um ensaio fotográfico com os músicos. Ao final, pediu um registro sem a maquiagem.
O grupo, obviamente, negou. Não havia qualquer intenção de quebrar a magia, mesmo que naquele momento ela só existisse para um seleto grupo de admiradores.
Porém, como Paul Stanley contou, uma pegadinha foi armada.
“Fomos enganados. Estávamos no escritório e alguém disse: ‘falamos com o manager e disseram que poderíamos tirar fotos da banda sem a maquiagem’. Éramos imaturos, ingênuos e aceitamos. Acabou sendo um registro legal de um período onde a maior parte do público não teve a chance de ver como éramos.”
Vazamento em 1976
Porém, a fidelidade na relação entre a banda e a publicação falou mais alto. Após algumas conversas, as fotos foram arquivadas.
Ao menos por um tempo, já que uma delas foi publicada em 1976 pelo National Enquirer, a revista mais fofoqueira dos Estados Unidos. À época, o Kiss já figurava entre os artistas mais badalados do país, tendo lançado o referencial álbum “Destroyer”.
Kiss sem maquiagens
Com o passar dos anos, ficou cada vez mais fácil identificar os músicos do Kiss, flagrados no cotidiano e bem menos preocupados em se esconder comparando com o começo.
O baterista Peter Criss foi o primeiro a mostrar o rosto por opção própria, após deixar o grupo em 1980.
Gene Simmons e Paul Stanley se revelaram em 1983, ao lançar o álbum “Lick It Up”, já com Vinnie Vincent na guitarra e Eric Carr na bateria.
Curiosamente, Ace Frehley acabou sendo o último, mesmo tendo deixado a banda anos antes do primeiro álbum do “Frehley’s Comet”, em 1987, quando retomou de vez a carreira.
Mesmo tendo retomado as maquiagens em 1996, ao reunir os quatro originais, o Kiss não precisou mais se preocupar com o anonimato. Afinal de contas, todo mundo que se interessava já os conhecia o suficiente.
Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Twitter | Threads | Facebook | YouTube.