No ponto mais alto de sua escalada, o Grand Funk Railroad recebeu da revista Rolling Stone a alcunha de “maior grupo americano da história do rock”. Faz sentido: em 1971, Mark Farner (guitarra e vocais), Mel Schacher (baixo) e Don Brewer (bateria) esgotaram o Shea Stadium em 72 horas, mais rápido que os Beatles. Quanto aos discos, estima-se mais de 40 milhões de cópias vendidas em todo o mundo até o presente momento.
Mesmo assim, o trio se separaria em 1976.
O assunto foi abordado junto a Farner, que em recente entrevista à Guitar World contou como se deu a separação:
“Foi quando Don Brewer chegou num ensaio um dia em 1976 e disse: ‘Preciso encontrar algo estável para fazer da minha vida. Estou fora’. Ele chegou mais de uma hora atrasado, o que foi estranho porque nunca se atrasava. Estávamos esperando lá, e então ele apareceu na sala de controle e disse: ‘Acabou’. Então, comecei a dar uns telefonemas porque sabia que precisava continuar, o que me levou a formar minha banda solo.”
Passados vinte anos, Schacher propôs a Farner um recomeço — o qual o próprio aceitou mediante uma condição:
“Mel veio até mim e disse: ‘Cara, precisamos reunir a banda’, e eu disse: ‘Beleza; se você conseguir trazer o Don, eu topo’. Senti que os fãs queriam ver o Grand Funk original; nenhum outro grupo de caras é capaz de reproduzir aqueles sons. As pessoas podem até tentar, mas não passa de imitação. Dizem que essa é a forma mais sincera de elogio, mas não é legítimo.”
Novo rompimento
Para a consternação dos supracitados fãs, a reunião durou pouco. Em 1998, Farner pediria as contas em definitivo. Segundo ele, a gota d’água veio quando Brewer lhe propôs a assinatura de um documento suspeito:
“Don veio ao meu quarto uma noite após um show e disse: ‘Ei, Mark, precisamos assinar a propriedade individual da marca registrada do Grand Funk Railroad para a empresa’, e acrescentou: ‘Vamos manter tudo sob um mesmo teto’. Veja bem, eu sequer terminei o ensino médio, e Don tinha feito faculdade de Direito, então pensei: ‘Ok, ele está querendo proteger a banda’. Sinceramente, achei que o Don estava buscando zelar por nossos melhores interesses.”
Nas palavras de Mark, Don o fez de trouxa:
“Então, eu disse: ‘Sim, ok, assino’. Don disse: ‘Certo, vou para o meu quarto pegar os papéis’. E enquanto ele saía, eu pensei: ‘Que estranho… por que diabos ele não trouxe os papéis com ele?’, mas não me dei conta na época. Daí, tivemos uma festa depois do show e tomamos algumas bebidas; eu estava no brilho quando assinei na linha pontilhada e abri mão de tudo o que me cabia do negócio.”
Mark Farner e a separação do Grand Funk Railroad
Mark Farner nasceu em 29 de setembro de 1948 em Flint, Michigan, Estados Unidos. Iniciou sua carreira musical nos anos 1960, quando fundou o Grand Funk Railroad juntamente com o baixista Mel Schacher e o baterista Don Brewer. A banda rapidamente ganhou reconhecimento por seu som que misturava blues e hard rock.
Durante sua carreira com o Grand Funk Railroad, a banda lançou vários álbuns de sucesso, incluindo “On Time” (1969), “Grand Funk” — também conhecido como “The Red Album” — (1969), “Closer to Home” (1970) e “We’re an American Band” (1973). Algumas das músicas mais famosas da banda incluem “We’re an American Band”, “Some Kind of Wonderful” e “Bad Time”.
Farner deixou o Grand Funk Railroad em 1998 devido a diferenças criativas e desentendimentos com outros membros da banda, que continuou a tocar e lançar músicas com outros músicos ocupando seu lugar.
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