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O disco que fez Eric Clapton se tornar músico

Gravado ao vivo em Chicago, no ano de 1964, registro de um dos ícones do blues influenciou diretamente o guitarrista

Se compararmos estilos, a abordagem blueseira de B.B. King é muito mais econômica do que a de Eric Clapton – que até mesmo se descolou bastante do estilo durante a carreira. Porém, a influência é inegável, a ponto de um disco ao vivo do americano ter sido decisivo na carreira do músico britânico.

Em entrevista à Classic Rock em 2016, resgatada pelo Rock and Roll Garage, Eric falou sobre a importância do álbum ao vivo “Live at the Regal”, gravado por B.B. em 1964 e lançado no início do ano seguinte.

“B.B King foi um farol para todos nós que amávamos esse tipo de música. Agradeço-lhe do fundo do meu coração. Então, se você não está familiarizado com o trabalho, eu o encorajo a sair e encontrar um álbum chamado ‘Live at the Regal’. Foi onde tudo realmente começou para mim como jovem músico.”

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“Live at the Regal”

Registrado no Regal Theater, em Chicago, “Live at the Regal” entrou nas duas edições da lista de melhores álbuns ao vivo da Rolling Stone, publicada inicialmente em 2003 e atualizada em 2020. Também foi escolhido para registro permanente na Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, devido a seu valor histórico e cultural.

Sobre B.B. King

Nascido em Berclair, Mississippi, Riley B. King ganhou o nome artístico ao trabalhar como DJ e músico contratado da rádio WDIA em Memphis, Tennessee. O B.B. vem de Blues Boy.

Comprou a primeira guitarra aos 12 anos, pagando 15 dólares. Seu estilo foi forjado a partir da dificuldade de tocar e cantar ao mesmo tempo, dando prioridade a notas prolongadas e passagens intercaladas da voz com o instrumento.

É até hoje o maior vencedor do Grammy Awards no blues, conquistando 15 estatuetas em 30 indicações. Foi induzido ao Blues Foundation Hall Of Fame e Rock And Roll Hall Of Fame.

Morreu dia 14 de maio de 2015 aos 89 anos, em decorrência de complicações causadas pelo diabetes. Fez mais de 15 mil shows em toda a carreira.

Sobre Eric Clapton

Em 30 de março de 1945 nasceu Eric Clapton, um dos maiores guitarristas de todos os tempos. Com uma carreira longa e variada, o músico fez história no meio do caminho entre o blues e o rock.

Sua primeira banda com alguma notoriedade foi o Yardbirds. Foi nessa época que ganhou o apelido “Slowhand”. O motivo? Sempre que arrebentava alguma corda da guitarra durante o show, ele parava para trocá-la, pacientemente, ainda no palco. A plateia aguardava batendo palmas lentamente, daí a origem do nome.

Clapton saiu dos Yardbirds em 1965 e teve sua vaga ocupada por Jeff Beck e depois por Jimmy Page. Ficou por pouco tempo com John Mayall & The Bluesbreakers enquanto trabalhava em alguns outros projetos. Em 1966, passou a integrar o Cream junto de Ginger Baker (bateria) e dividindo vocais com Jack Bruce (baixo). O trio, um dos primeiros supergrupos da história, fez com que Clapton ganhasse também o mercado americano.

O Cream durou pouco, encerrando as atividades em 1968. Clapton terminou a década migrando entre projetos como o Blind Faith e o Derek and the Dominos – com este último, lançou um de seus grandes sucessos, a música “Layla”. Nos anos 70, ele se dedicou à carreira solo e lidou com os vícios em drogas e álcool, o que perdurou até a década de 80.

No início dos anos 90, uma tragédia abalou a vida do guitarrista. Seu filho, Conor Clapton, de apenas 4 anos, caiu do 53º de um prédio em Nova York. O fato inspirou a música “Tears in Heaven”, presente no álbum “Unplugged”, gravado no quadro da MTV. Tanto o disco quanto a canção foram premiados no Grammy seguinte, além de baterem recordes de vendas.

Nos anos 2000, Clapton focou em colaborações com músicos como J.J. Cale, Billy Preston e muitos outros, além de uma breve reunião do Cream em 2005. Participou de shows especiais para caridade e dirigiu o concerto em homenagem a seu amigo, George Harrison, falecido em 2001. Criou ainda o Crossroads Guitar Festival em 1999, com várias edições ao longo das décadas seguintes.

Nos últimos anos, passou a enfrentar problemas de saúde e estampou manchetes mais pelo negacionismo em relação às vacinas contra a covid-19 do que pela música, embora tenha continuado a lançar discos e fazer colaborações.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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Em entrevista à Classic Rock em 2016, resgatada pelo Rock and Roll Garage, Eric falou sobre a importância do álbum ao vivo “Live at the Regal”, gravado por B.B. em 1964 e lançado no início do ano seguinte.

“B.B King foi um farol para todos nós que amávamos esse tipo de música. Agradeço-lhe do fundo do meu coração. Então, se você não está familiarizado com o trabalho, eu o encorajo a sair e encontrar um álbum chamado ‘Live at the Regal’. Foi onde tudo realmente começou para mim como jovem músico.”

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“Live at the Regal”

Registrado no Regal Theater, em Chicago, “Live at the Regal” entrou nas duas edições da lista de melhores álbuns ao vivo da Rolling Stone, publicada inicialmente em 2003 e atualizada em 2020. Também foi escolhido para registro permanente na Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, devido a seu valor histórico e cultural.

Sobre B.B. King

Nascido em Berclair, Mississippi, Riley B. King ganhou o nome artístico ao trabalhar como DJ e músico contratado da rádio WDIA em Memphis, Tennessee. O B.B. vem de Blues Boy.

Comprou a primeira guitarra aos 12 anos, pagando 15 dólares. Seu estilo foi forjado a partir da dificuldade de tocar e cantar ao mesmo tempo, dando prioridade a notas prolongadas e passagens intercaladas da voz com o instrumento.

É até hoje o maior vencedor do Grammy Awards no blues, conquistando 15 estatuetas em 30 indicações. Foi induzido ao Blues Foundation Hall Of Fame e Rock And Roll Hall Of Fame.

Morreu dia 14 de maio de 2015 aos 89 anos, em decorrência de complicações causadas pelo diabetes. Fez mais de 15 mil shows em toda a carreira.

Sobre Eric Clapton

Em 30 de março de 1945 nasceu Eric Clapton, um dos maiores guitarristas de todos os tempos. Com uma carreira longa e variada, o músico fez história no meio do caminho entre o blues e o rock.

Sua primeira banda com alguma notoriedade foi o Yardbirds. Foi nessa época que ganhou o apelido “Slowhand”. O motivo? Sempre que arrebentava alguma corda da guitarra durante o show, ele parava para trocá-la, pacientemente, ainda no palco. A plateia aguardava batendo palmas lentamente, daí a origem do nome.

Clapton saiu dos Yardbirds em 1965 e teve sua vaga ocupada por Jeff Beck e depois por Jimmy Page. Ficou por pouco tempo com John Mayall & The Bluesbreakers enquanto trabalhava em alguns outros projetos. Em 1966, passou a integrar o Cream junto de Ginger Baker (bateria) e dividindo vocais com Jack Bruce (baixo). O trio, um dos primeiros supergrupos da história, fez com que Clapton ganhasse também o mercado americano.

O Cream durou pouco, encerrando as atividades em 1968. Clapton terminou a década migrando entre projetos como o Blind Faith e o Derek and the Dominos – com este último, lançou um de seus grandes sucessos, a música “Layla”. Nos anos 70, ele se dedicou à carreira solo e lidou com os vícios em drogas e álcool, o que perdurou até a década de 80.

No início dos anos 90, uma tragédia abalou a vida do guitarrista. Seu filho, Conor Clapton, de apenas 4 anos, caiu do 53º de um prédio em Nova York. O fato inspirou a música “Tears in Heaven”, presente no álbum “Unplugged”, gravado no quadro da MTV. Tanto o disco quanto a canção foram premiados no Grammy seguinte, além de baterem recordes de vendas.

Nos anos 2000, Clapton focou em colaborações com músicos como J.J. Cale, Billy Preston e muitos outros, além de uma breve reunião do Cream em 2005. Participou de shows especiais para caridade e dirigiu o concerto em homenagem a seu amigo, George Harrison, falecido em 2001. Criou ainda o Crossroads Guitar Festival em 1999, com várias edições ao longo das décadas seguintes.

Nos últimos anos, passou a enfrentar problemas de saúde e estampou manchetes mais pelo negacionismo em relação às vacinas contra a covid-19 do que pela música, embora tenha continuado a lançar discos e fazer colaborações.

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João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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