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Em fase prog metal, Angra estreia novo álbum com show em São Paulo

Com apresentação no Tokio Marine Hall, banda reforçou predicados de sua terceira fase com um olho no passado e outro no futuro

Muito se comentou sobre o Angra ter disponibilizado o álbum “Cycles of Pain” — e realizado o show de lançamento do disco — exatamente 30 anos após ter divulgado seu disco de estreia, “Angels Cry” (1993). Passou despercebido, porém, que a apresentação feita na última sexta-feira (3), no Tokio Marine Hall, em São Paulo, ocorreu exatamente dez anos após a confirmação de que Fabio Lione seria, oficialmente, o vocalista da banda.

Cabe destacar que Lione já estava com o grupo antes disso. No fim de 2012, foi anunciado que ele seria o cantor “convidado” em um show no cruzeiro 70,000 Tons of Metal, em janeiro do ano seguinte. Aconteceram outras apresentações na sequência, inclusive uma turnê que celebrou os 20 anos de “Angels Cry”, mas sempre trazendo o artista italiano, ex-vocalista do Rhapsody of Fire, sob o rótulo não-oficial.

- Advertisement -

Nunca houve um anúncio formal de que Fabio seria o dono permanente daquele posto, mas o mais próximo de tal interpretação se deu no dia 3 de novembro de 2013. Na prévia de uma entrevista à Cult Magazine (via Whiplash), o baixista Felipe Andreoli confirmou que Lione seria o vocalista do novo álbum, que viria a ser “Secret Garden” (2014). Começou assim, de forma um pouco desajeitada, a terceira fase do Angra — que passa diretamente pelo que o cantor pôde oferecer à banda. E não tem sido pouco.

Foto: Gabriel Gonçalves

Na opinião desta que vos escreve, “Cycles of Pain” é o melhor álbum deste terceiro período. Lione — que, vale lembrar, já disse não ter gostado da definição de “vocalista convidado” recebida por quase um ano — é visto cada vez mais pelos fãs como o titular do microfone. Isso se refletiu neste disco, onde só ele e os convidados pontuais cantam, sem tanta participação do guitarrista Rafael Bittencourt nesse ponto. Fabio, inclusive, apresenta até outras técnicas que antes não tinham espaço no material gravado em estúdio, como as vozes operísticas em “Tears of Blood”.

É evidente que Bittencourt, Andreoli, o guitarrista Marcelo Barbosa e o baterista Bruno Valverde são importantíssimos nessa engrenagem. Mas quem tem acompanhado o Angra desde o início desta “nova era”, sabe que tudo passa por Lione. Inclusive o sucesso da noite de sexta (3).

Foto: Gabriel Gonçalves

Iniciando os trabalhos

A ocasião contou com duas atrações de abertura. Foram elas: o guitarrista Luiz Toffoli com seu grupo de apoio, a quem não foi possível assistir devido ao horário — e há relatos de que eles se apresentaram para um Tokio Marine Hall ainda bem vazio —, e a Allen Key, banda em ascensão cada vez mais notória graças, especialmente, à voz arrebatadora de Karina Menascé.

Foto: Gabriel Gonçalves

Completa por Pedro Fornari e Victor Anselmo nas guitarras, William Moura no baixo e Felipe Bonomo na bateria, a Allen Key subiu ao palco após 15 minutos de atraso e construiu seu repertório quase todo em torno de seu único álbum de estúdio, “The Last Rhino” (2021). De resto, contemplou seu single mais recente, “Apathy”; apresentou a canção “Sleepless”, que será disponibilizada ao fim deste mês; e adaptou “Judas”, de Lady Gaga”, ao heavy metal — com direito a balões na plateia e chuva de papel picado.

Foto: Gabriel Gonçalves

Todas as eras, incluindo a atual

Com a casa cheia, mas não lotada, o Angra subiu ao palco com 30 minutos de atraso, às 22h30, sob gritos de “olê, olá” dos mais variados fãs. Havia gente com camisetas de bandas desde o Viper, em referência ao saudoso ex-vocalista Andre Matos, ao Khallice, grupo fundado por Marcelo Barbosa e que trazia Alírio Netto nos vocais.

Com o campo de trigo ao fundo no telão — em clara alusão à capa de “Angels Cry” —, o quinteto iniciou os trabalhos com a eletrizante dobradinha “Crossing” e “Nothing to Say”, ambas do álbum “Holy Land” (1996). Na sequência veio “Final Light”, canção não muito interessante de “Secret Garden”, e as duas partes de “Tide of Changes”, do novo trabalho. Nesta, o baixo do Felipe Andreoli soou completamente destruidor na versão ao vivo.

Foto: Gabriel Gonçalves

No primeiro contato com o público presente, Rafael Bittencourt não pôde deixar de lembrar do lançamento do “Angels Cry” na mesma data em que “Cycles of Pain”. O guitarrista também destacou que ainda se lembra do frio na barriga que sentia exatos 30 anos atrás. Era o cenário perfeito para a execução da faixa-título do álbum de 1993 — quando, inclusive, esta repórter quase levou um banho de cerveja dos fãs mais eufóricos que pulavam ao lado.

Como já destacado, a fase três do Angra passa diretamente por Fabio Lione, ainda que não só por ele, já que a formação atual está bem coesa e é ela quem dita os rumos para uma sonoridade mais voltada ao prog metal. Fato é que o cantor italiano deu um show de carisma à parte, com direito a aquecer o público à la Freddie Mercury (Queen) antes de dar sequência com “Vida Seca”. Uma das melhores de “Cycles of Pain”, a faixa com participação de Lenine trouxe Rafael aos vocais para assumir o trecho em questão. A canção funciona de forma interessante na versão em estúdio, mas ao vivo não se saiu tão bem.

Foto: Gabriel Gonçalves

“Ego Painted Grey”, oriunda do álbum “Aurora Consurgens” (2006), representou um momento mais morno do show, mas nada que “Waiting Silence” e “Morning Star”, ambas de “Temple of Shadows” (2004), não pudessem reverter. Logo após, era hora de uma das participações mais interessantes da noite: Vanessa Moreno subiu ao palco para executar “Rebirth” e “Here in the Now”, esta última gravada com a cantora convidada em “Cycles of Pain” — e citada por Lione como sua favorita no disco.

Diferentemente de “Vida Seca”, “Here in the Now” soou bem melhor ao vivo do que em estúdio. A colaboração com Vanessa em cima do palco foi o ponto alto da noite. Não à toa, ela, que saiu ovacionada, ganhou sua própria versão assumindo sozinha os vocais da faixa em estúdio. A gravação está disponível como bônus do novo disco.

Foto: Gabriel Gonçalves

“Ride into the Storm” (com a vinheta “Cyclus Doloris”) fechou a primeira etapa da noite com direito a exibir no telão o videoclipe, que apresenta referência a Andre Matos. Pausa para respirar em meio ao set acústico. “Lullaby for Lucifer” (de “Holy Land”) foi executada somente por Rafael Bittencourt nos vocais, enquanto “Gentle Change” (de “Fireworks”, 1998) trouxe o guitarrista na companhia apenas de Fabio Lione — e, claro, dos fãs, que assistiam a um palco simples e de pouca iluminação. Um lindo tributo à memória do Andre, novamente citado pelo italiano.

Foto: Gabriel Gonçalves

Mais baladas e final dentro do previsto

Esta que vos escreve estava bem ansiosa para ouvir a faixa-título de “Cycles of Pain” ao vivo. Trata-se de uma das mais belas baladas do Angra nos últimos tempos. E foi com ela que a segunda etapa do set foi iniciada. Mais uma faixa que soa ainda melhor ao vivo, seja por seu solo maravilhoso ou pelo refrão onde Fabio Lione reafirma seus predicados.

Ainda que sete das 12 canções do tracklist convencional do disco tenham sido tocadas, deu para sentir falta de músicas como a prog metal “Faithless Sanctuary”, com sua pegada baião (brasilidade característica da banda e que lembra “Never Understand”), ou a power metal veloz “Generation Warriors”, que bebe da mesma fonte do “Temple of Shadows”. No lugar destas, foram mantidas baladas que não ficariam de fora, como “Silence and Distance” e a saturada “Bleeding Heart”, bem como as clássicas “Carry On” (pela metade, e o porquê a gente já sabe) e “Nova Era”.

Foto: Gabriel Gonçalves

Entre essas quatro citadas, ao menos deu para incluir “Dead Man on Display”. A segunda faixa de “Cycles of Pain” tem sido elogiada por muitos fãs; alguns deles, inclusive, a comparando com “Angels and Demons” pela performance irretocável de Bruno Valverde. Bumbo duplo, blast beats e breakdowns são alguns dos oferecimentos do baterista por aqui.

Uma coisa é certa: se “Cycles of Pain” tivesse sido o primeiro álbum da era Fabio Lione, essa formação teria sido menos criticada do que foi. Por outro, talvez esse disco só pudesse ser feito agora.

Foto: Gabriel Gonçalves

Fato é que ainda vale a pena ver o Angra ao vivo. Quem compareceu ao Tokio Marine Hall, certamente, saiu satisfeito. Em alguns momentos de seu set ao vivo, o grupo pode até entregar mais do mesmo, mas pelo menos há um bom novo álbum e que merece bastante espaço ao vivo.

Foto: Gabriel Gonçalves

Angra — ao vivo em São Paulo

  • Local: Tokio Marine Hall
  • Data: 3 de novembro de 2023
  • Turnê: Cycles of Pain

Repertório:

  1. Crossing + Nothing to Say
  2. Final Light
  3. Tide of Changes – Part I
  4. Tide of Changes – Part II
  5. Angels Cry
  6. Vida Seca
  7. Ego Painted Grey
  8. Waiting Silence
  9. Rebirth (com Vanessa Moreno)
  10. Here in the Now (com Vanessa Moreno)
  11. Morning Star
  12. Cyclus doloris + Ride Into the Storm

Set acústico:

  1. Lullaby for Lucifer
  2. Gentle Change

Parte 2:

  1. Cycles of Pain
  2. ØMNI – Silence Inside
  3. Silence and Distance
  4. Bleeding Heart
  5. Dead Man on Display

Bis:

  1. Unfinished Allegro + Carry On (pela metade)
  2. Nova Era + ØMNI – Infinite Nothing

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Jéssica Mello
Jéssica Mello
Brasiliense vivendo em São Paulo há 4 anos, acumulando momentos e vários shows na bagagem.

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Cabe destacar que Lione já estava com o grupo antes disso. No fim de 2012, foi anunciado que ele seria o cantor “convidado” em um show no cruzeiro 70,000 Tons of Metal, em janeiro do ano seguinte. Aconteceram outras apresentações na sequência, inclusive uma turnê que celebrou os 20 anos de “Angels Cry”, mas sempre trazendo o artista italiano, ex-vocalista do Rhapsody of Fire, sob o rótulo não-oficial.

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Nunca houve um anúncio formal de que Fabio seria o dono permanente daquele posto, mas o mais próximo de tal interpretação se deu no dia 3 de novembro de 2013. Na prévia de uma entrevista à Cult Magazine (via Whiplash), o baixista Felipe Andreoli confirmou que Lione seria o vocalista do novo álbum, que viria a ser “Secret Garden” (2014). Começou assim, de forma um pouco desajeitada, a terceira fase do Angra — que passa diretamente pelo que o cantor pôde oferecer à banda. E não tem sido pouco.

Foto: Gabriel Gonçalves

Na opinião desta que vos escreve, “Cycles of Pain” é o melhor álbum deste terceiro período. Lione — que, vale lembrar, já disse não ter gostado da definição de “vocalista convidado” recebida por quase um ano — é visto cada vez mais pelos fãs como o titular do microfone. Isso se refletiu neste disco, onde só ele e os convidados pontuais cantam, sem tanta participação do guitarrista Rafael Bittencourt nesse ponto. Fabio, inclusive, apresenta até outras técnicas que antes não tinham espaço no material gravado em estúdio, como as vozes operísticas em “Tears of Blood”.

É evidente que Bittencourt, Andreoli, o guitarrista Marcelo Barbosa e o baterista Bruno Valverde são importantíssimos nessa engrenagem. Mas quem tem acompanhado o Angra desde o início desta “nova era”, sabe que tudo passa por Lione. Inclusive o sucesso da noite de sexta (3).

Foto: Gabriel Gonçalves

Iniciando os trabalhos

A ocasião contou com duas atrações de abertura. Foram elas: o guitarrista Luiz Toffoli com seu grupo de apoio, a quem não foi possível assistir devido ao horário — e há relatos de que eles se apresentaram para um Tokio Marine Hall ainda bem vazio —, e a Allen Key, banda em ascensão cada vez mais notória graças, especialmente, à voz arrebatadora de Karina Menascé.

Foto: Gabriel Gonçalves

Completa por Pedro Fornari e Victor Anselmo nas guitarras, William Moura no baixo e Felipe Bonomo na bateria, a Allen Key subiu ao palco após 15 minutos de atraso e construiu seu repertório quase todo em torno de seu único álbum de estúdio, “The Last Rhino” (2021). De resto, contemplou seu single mais recente, “Apathy”; apresentou a canção “Sleepless”, que será disponibilizada ao fim deste mês; e adaptou “Judas”, de Lady Gaga”, ao heavy metal — com direito a balões na plateia e chuva de papel picado.

Foto: Gabriel Gonçalves

Todas as eras, incluindo a atual

Com a casa cheia, mas não lotada, o Angra subiu ao palco com 30 minutos de atraso, às 22h30, sob gritos de “olê, olá” dos mais variados fãs. Havia gente com camisetas de bandas desde o Viper, em referência ao saudoso ex-vocalista Andre Matos, ao Khallice, grupo fundado por Marcelo Barbosa e que trazia Alírio Netto nos vocais.

Com o campo de trigo ao fundo no telão — em clara alusão à capa de “Angels Cry” —, o quinteto iniciou os trabalhos com a eletrizante dobradinha “Crossing” e “Nothing to Say”, ambas do álbum “Holy Land” (1996). Na sequência veio “Final Light”, canção não muito interessante de “Secret Garden”, e as duas partes de “Tide of Changes”, do novo trabalho. Nesta, o baixo do Felipe Andreoli soou completamente destruidor na versão ao vivo.

Foto: Gabriel Gonçalves

No primeiro contato com o público presente, Rafael Bittencourt não pôde deixar de lembrar do lançamento do “Angels Cry” na mesma data em que “Cycles of Pain”. O guitarrista também destacou que ainda se lembra do frio na barriga que sentia exatos 30 anos atrás. Era o cenário perfeito para a execução da faixa-título do álbum de 1993 — quando, inclusive, esta repórter quase levou um banho de cerveja dos fãs mais eufóricos que pulavam ao lado.

Como já destacado, a fase três do Angra passa diretamente por Fabio Lione, ainda que não só por ele, já que a formação atual está bem coesa e é ela quem dita os rumos para uma sonoridade mais voltada ao prog metal. Fato é que o cantor italiano deu um show de carisma à parte, com direito a aquecer o público à la Freddie Mercury (Queen) antes de dar sequência com “Vida Seca”. Uma das melhores de “Cycles of Pain”, a faixa com participação de Lenine trouxe Rafael aos vocais para assumir o trecho em questão. A canção funciona de forma interessante na versão em estúdio, mas ao vivo não se saiu tão bem.

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“Ego Painted Grey”, oriunda do álbum “Aurora Consurgens” (2006), representou um momento mais morno do show, mas nada que “Waiting Silence” e “Morning Star”, ambas de “Temple of Shadows” (2004), não pudessem reverter. Logo após, era hora de uma das participações mais interessantes da noite: Vanessa Moreno subiu ao palco para executar “Rebirth” e “Here in the Now”, esta última gravada com a cantora convidada em “Cycles of Pain” — e citada por Lione como sua favorita no disco.

Diferentemente de “Vida Seca”, “Here in the Now” soou bem melhor ao vivo do que em estúdio. A colaboração com Vanessa em cima do palco foi o ponto alto da noite. Não à toa, ela, que saiu ovacionada, ganhou sua própria versão assumindo sozinha os vocais da faixa em estúdio. A gravação está disponível como bônus do novo disco.

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Foto: Gabriel Gonçalves

Mais baladas e final dentro do previsto

Esta que vos escreve estava bem ansiosa para ouvir a faixa-título de “Cycles of Pain” ao vivo. Trata-se de uma das mais belas baladas do Angra nos últimos tempos. E foi com ela que a segunda etapa do set foi iniciada. Mais uma faixa que soa ainda melhor ao vivo, seja por seu solo maravilhoso ou pelo refrão onde Fabio Lione reafirma seus predicados.

Ainda que sete das 12 canções do tracklist convencional do disco tenham sido tocadas, deu para sentir falta de músicas como a prog metal “Faithless Sanctuary”, com sua pegada baião (brasilidade característica da banda e que lembra “Never Understand”), ou a power metal veloz “Generation Warriors”, que bebe da mesma fonte do “Temple of Shadows”. No lugar destas, foram mantidas baladas que não ficariam de fora, como “Silence and Distance” e a saturada “Bleeding Heart”, bem como as clássicas “Carry On” (pela metade, e o porquê a gente já sabe) e “Nova Era”.

Foto: Gabriel Gonçalves

Entre essas quatro citadas, ao menos deu para incluir “Dead Man on Display”. A segunda faixa de “Cycles of Pain” tem sido elogiada por muitos fãs; alguns deles, inclusive, a comparando com “Angels and Demons” pela performance irretocável de Bruno Valverde. Bumbo duplo, blast beats e breakdowns são alguns dos oferecimentos do baterista por aqui.

Uma coisa é certa: se “Cycles of Pain” tivesse sido o primeiro álbum da era Fabio Lione, essa formação teria sido menos criticada do que foi. Por outro, talvez esse disco só pudesse ser feito agora.

Foto: Gabriel Gonçalves

Fato é que ainda vale a pena ver o Angra ao vivo. Quem compareceu ao Tokio Marine Hall, certamente, saiu satisfeito. Em alguns momentos de seu set ao vivo, o grupo pode até entregar mais do mesmo, mas pelo menos há um bom novo álbum e que merece bastante espaço ao vivo.

Foto: Gabriel Gonçalves

Angra — ao vivo em São Paulo

  • Local: Tokio Marine Hall
  • Data: 3 de novembro de 2023
  • Turnê: Cycles of Pain

Repertório:

  1. Crossing + Nothing to Say
  2. Final Light
  3. Tide of Changes – Part I
  4. Tide of Changes – Part II
  5. Angels Cry
  6. Vida Seca
  7. Ego Painted Grey
  8. Waiting Silence
  9. Rebirth (com Vanessa Moreno)
  10. Here in the Now (com Vanessa Moreno)
  11. Morning Star
  12. Cyclus doloris + Ride Into the Storm

Set acústico:

  1. Lullaby for Lucifer
  2. Gentle Change

Parte 2:

  1. Cycles of Pain
  2. ØMNI – Silence Inside
  3. Silence and Distance
  4. Bleeding Heart
  5. Dead Man on Display

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