Embora tenha feito parte da cena hard oitentista, o Tesla era uma banda relativamente diferente dos principais nomes daquela geração. A sonoridade tinha mais proximidade do classic rock do que do heavy metal. Visualmente, os músicos também evitavam os exageros do período, adotando uma postura mais sóbria.
Até por isso, o grupo não alcançou o mesmo sucesso de alguns contemporâneos. Da mesma forma, não culparam o grunge pela queda. Ao menos é o que pensa o guitarrista Frank Hannon. Em entrevista ao podcast Real Music with Gary Stuckey, transcrita pelo Blabbermouth, o músico refletiu sobre a época sem ressentimentos.
“Bem, os anos 90 foram definitivamente um período mais difícil para nós. Mas não por causa do grunge. Foi culpa nossa. ‘Bust A Nut’, nosso quarto disco, é ótimo, mas estávamos tendo problemas internos. E de qualquer modo, nunca fomos realmente os garotos-propaganda do rock dos anos 80. Jamais aparecemos na capa de todas as revistas. Então, quando o Nirvana e o Pearl Jam apareceram, mudando tudo, isso não importou.”
Sendo assim, o instrumentista coloca a culpa em um velho, porém certeiro clichê: os excessos.
“Foi culpa nossa. Estávamos esgotados, farreando demais e cheios de problemas.”
Tesla atualmente
O Tesla segue na estrada. No último mês de maio a banda lançou o álbum ao vivo “Full Throttle Live”, gravado durante um show na cidade de Sturgis, Dakota do Sul, Estados Unidos. Além das faixas autorais, o tracklist contém uma versão para “S.O.S. (Too Bad)”, do segundo disco do Aerosmith, “Get Your Wings” (1974).
A formação atual conta com 3 membros do lineup clássico: o vocalista Jeff Keith, o guitarrista Frank Hannon e o baixista Brian Wheat. O guitarrista Dave Rude e o baterista Steve Brown completam o quinteto.
Fundado em 1981 na cidade californiana de Sacramento (inicialmente com o nome Earthshaker, depois City Kidd), o Tesla vendeu mais de 14 milhões de cópias dos seus discos só nos Estados Unidos. “Shock”, trabalho de estúdio mais recente, saiu em 2019.
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