Diretor britânico Terence Davies morre aos 77 anos

Responsável por obras como “Vozes Distantes” e “O Fim de um Longo Dia”, cineasta era um dos nomes mais celebrados do segmento

Terence Davies, considerado por críticos e estudiosos um dos maiores cineastas da história do Reino Unido, morreu aos 77 anos. A informação foi confirmada neste sábado (7).

A causa não foi revelada. Um comunicado divulgado no Instagram revela apenas que o diretor sucumibu a um período curto de doença.

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A nota diz:

“É com profundo pesar e tristeza que anunciamos a morte de Terence Davies, que faleceu de maneira pacífica em casa após uma breve doença no dia de hoje, 7 de outubro de 2023.

Pulvis et Umbra Sumus
‘Somos apenas poeira e sombras’
(Horácio)

‘And if thou wilt, remember,
And if thou wilt, forget.’
(Christine Rossetti)

Terence Davies
(1945 – 2023)”

Nascido e criado em Liverpool, Terence Davies se tornou ao longo de sua carreira um dos nomes mais celebrados do cinema britânico através de filmes levemente autobiográficos. “A Trilogia de Terence Davies” (1983), “Vozes Distantes” (1988) – vencedor do prêmio FIPRESCI, dado pela crítica especializada, de Melhor Filme no Festival de Cannes de 1988 – e “O Fim de um Longo Dia” (1992) são alguns dos destaques de sua trajetória.

Após “A Bíblia de Neon” (1995), baseado no romance escrito por John Kennedy Toole, e de “A Essência da Paixão” (2000), adaptado do livro de Edith Wharton e vencedor do Prêmio BAFTA de Melhor Filme Britânico, Davies ficou oito anos sem lançar um longa.

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O cineasta enfrentou dificuldades para financiar o filme “A Canção do Pôr-do-Sol”, adaptação do livro de Lewis Grassic Gibbon, tendo propostas rejeitadas pela BBC, Channel 4 e o UK Film Council. Enquanto não conseguia verba, passou por dificuldades econômicas, produzindo apenas duas produções teatrais para a BBC Radio num período de oito anos.

Quando ele finalmente retornou ao comando de um filme, foi com “Of Time and the City” (2008). O documentário experimental usa imagens de noticiário antigos, música moderna e narração do próprio Davies para pintar um retrato de Liverpool e as mudanças – positivas, negativas e as consequências trágicas de ambas – ocorridas na cidade desde a Segunda Guerra Mundial.

Após seu retorno, Davies se concentrou em adaptações literárias, com os filmes “Amor Profundo” (2011), comissionado pelo espólio do dramaturgo Terence Rattigan, e “A Canção do Pôr-do-Sol”, que ele finalmente conseguiu lançar em 2015.

Seus dois longas finais, “Uma Paixão Tranquila” (2016) e “Benediction” (2021), focaram em explorar a vida interna de dois poetas – Emily Dickinson e Siegfried Sassoon, respectivamente – que passaram suas vidas escondendo sua sexualidade. Davies era gay assumido.

Em entrevista de setembro para o site The Film Stage, Davies havia revelado que estava trabalhando no roteiro de um longa produzido pela EMU Films – com quem havia trabalhado em “Benediction” – e estavam se preparando para escalar o elenco principal.

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Pedro Hollanda
Pedro Hollanda
Pedro Hollanda é jornalista formado pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso e cursou Direção Cinematográfica na Escola de Cinema Darcy Ribeiro. Apaixonado por música, já editou blogs de resenhas musicais e contribuiu para sites como Rock'n'Beats e Scream & Yell.

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