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Guns N’ Roses: o que a Michelle da vida real achou de “My Michelle”

Música conta a difícil história de uma mulher chamada Michelle Young, com quem o vocalista Axl Rose teve um breve envolvimento

Entre as faixas presentes no álbum de estreia do Guns N’ Roses, “Appetite for Destruction” (1987), está “My Michelle”. Como indica o título, a letra da música foi inspirada na vida real de uma mulher chamada Michelle — mais especificamente Michelle Young, uma antiga amiga dos integrantes da banda. 

Foi Slash quem a conheceu primeiro, durante o ensino médio. Em sua autobiografia, escrita em parceria com Anthony Bozza e lançada em 2007, o guitarrista revelou que a mulher em questão tinha amizade com sua primeira namorada, Melissa, o que aproximou ambos. 

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Anos mais tarde, como explica o integrante no livro, Michelle passou a conversar com os outros membros do GN’R e viveu um relacionamento rápido com Axl Rose. Inspirado, o vocalista tentou criar uma letra romântica sobre a amada. Mas, frustrado com o resultado, decidiu então seguir outro caminho e compor sobre a difícil história dela. 

“Mesmo quando éramos garotos, ela sempre foi meio maluca. Quando começou a frequentar nosso círculos, acabou se envolvendo com Axl, e os dois tiveram um breve romance. Ele escreveu essa letra sobre a vida dela, a qual relata os fatos de sua criação abertamente. O pai estivera envolvido no ramo pornô, e a mãe fora uma viciada em pílulas e drogas, que, por fim, acabara cometendo suicídio.”

De início, Slash não gostou muito da ideia acerca da canção. Acreditava que seria muita exposição para a colega.

“Ver a minha antiga amiga de escola, com quem eu dividia cigarros no banheiro do ginásio, tornando-se tema de uma de nossas canções mais intensas foi algo completamente diferente. Perguntei a respeito a Axl certo dia, porque não conseguia imaginar a Michelle que eu conhecia ficando feliz com o fato de sua história vir a público.”

Sem incômodos

Acontece que a própria Michelle não ficou incomodada com a homenagem do Guns N’ Roses. Durante certa entrevista, compartilhada pela Superteen Magazine em 1989 (via Reddit), Axl Rose revelou qual foi a reação da “musa inspiradora” ao ver a letra de “My Michelle”: 

“Eu conheci uma garota chamada Michelle e ela se tornou uma grande amiga da banda, saí com ela por um tempo. ‘My Michelle’ é sobre uma história verdadeira. Slash e outros membros do grupo disseram que era meio pesado compor uma letra assim para a pobre e doce Michelle e que ela iria pirar. Primeiro eu compus uma música linda e doce sobre ela e percebi que não condizia com a realidade, então compus algo honesto. A letra descreve a sua vida. Essa garota leva uma vida tão louca usando drogas, ou o que quer que ela esteja fazendo no momento, que você não sabe se ela continuará viva no dia seguinte. Mostrei a letra para ela depois de cerca de três semanas de debate e ela ficou tão feliz que alguém não quis pintar uma imagem bonita. Ela adorou.” 

Slash também reconheceu a reação positiva de Michelle publicamente em seu livro.

“Eu achei que ela odiaria a canção e que ficaria mortificada com a exposição de sua história daquela maneira. Estava redondamente enganado. Desde o momento em que tocamos essa canção acusticamente até o momento em que a gravamos para o nosso álbum, Michelle adorou a atenção que a música atraiu para ela. Na época, foi a melhor coisa que já lhe acontecera.”

Michelle Young e “My Michelle”

Para a Legendary Rocks em 2014, Michelle Young relembrou a primeira vez em que ouviu “My Michelle” e reforçou a história contada por Axl Rose. Na ocasião, ela estava na casa de seu pai, quando recebeu uma ligação de Slash, dizendo que o vocalista do Guns N’ Roses gostaria de falar com ela. 

“Eu lembro que Axl ligou. Ele sempre me ligava, cantava músicas novas e pedia minha opinião sobre elas. Quando ele ligou para falar de uma nova faixa, eu disse ‘ok, vá em frente’, então ele cantou ‘My Michelle’ e perguntou o que achei. Eu estava tão fora de mim na época, estava sempre chapada, então quando ouvi a letra, eu pensei ‘está tudo bem, é legal, faça o que quiser’. Para ser honesta, eu realmente não me importei. Sinceramente, eu não pensei que o álbum se tornaria tão grande ou que essa música fizesse parte do disco.”

Guns N’ Roses e “Appetite for Destruction”

Lançado em 21 de julho de 1987, “Appetite for Destruction” teve seu estouro comercial apenas um ano após o lançamento, com a popularização do single “Sweet Child O’ Mine”. Só então chegou ao topo da parada Billboard 200.

Até hoje, vendeu mais de 30 milhões de cópias em todo o mundo. Ganhou disco de platina no Brasil – premiação rara para um álbum internacional no país.

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 22 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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Foi Slash quem a conheceu primeiro, durante o ensino médio. Em sua autobiografia, escrita em parceria com Anthony Bozza e lançada em 2007, o guitarrista revelou que a mulher em questão tinha amizade com sua primeira namorada, Melissa, o que aproximou ambos. 

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Anos mais tarde, como explica o integrante no livro, Michelle passou a conversar com os outros membros do GN’R e viveu um relacionamento rápido com Axl Rose. Inspirado, o vocalista tentou criar uma letra romântica sobre a amada. Mas, frustrado com o resultado, decidiu então seguir outro caminho e compor sobre a difícil história dela. 

“Mesmo quando éramos garotos, ela sempre foi meio maluca. Quando começou a frequentar nosso círculos, acabou se envolvendo com Axl, e os dois tiveram um breve romance. Ele escreveu essa letra sobre a vida dela, a qual relata os fatos de sua criação abertamente. O pai estivera envolvido no ramo pornô, e a mãe fora uma viciada em pílulas e drogas, que, por fim, acabara cometendo suicídio.”

De início, Slash não gostou muito da ideia acerca da canção. Acreditava que seria muita exposição para a colega.

“Ver a minha antiga amiga de escola, com quem eu dividia cigarros no banheiro do ginásio, tornando-se tema de uma de nossas canções mais intensas foi algo completamente diferente. Perguntei a respeito a Axl certo dia, porque não conseguia imaginar a Michelle que eu conhecia ficando feliz com o fato de sua história vir a público.”

Sem incômodos

Acontece que a própria Michelle não ficou incomodada com a homenagem do Guns N’ Roses. Durante certa entrevista, compartilhada pela Superteen Magazine em 1989 (via Reddit), Axl Rose revelou qual foi a reação da “musa inspiradora” ao ver a letra de “My Michelle”: 

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Slash também reconheceu a reação positiva de Michelle publicamente em seu livro.

“Eu achei que ela odiaria a canção e que ficaria mortificada com a exposição de sua história daquela maneira. Estava redondamente enganado. Desde o momento em que tocamos essa canção acusticamente até o momento em que a gravamos para o nosso álbum, Michelle adorou a atenção que a música atraiu para ela. Na época, foi a melhor coisa que já lhe acontecera.”

Michelle Young e “My Michelle”

Para a Legendary Rocks em 2014, Michelle Young relembrou a primeira vez em que ouviu “My Michelle” e reforçou a história contada por Axl Rose. Na ocasião, ela estava na casa de seu pai, quando recebeu uma ligação de Slash, dizendo que o vocalista do Guns N’ Roses gostaria de falar com ela. 

“Eu lembro que Axl ligou. Ele sempre me ligava, cantava músicas novas e pedia minha opinião sobre elas. Quando ele ligou para falar de uma nova faixa, eu disse ‘ok, vá em frente’, então ele cantou ‘My Michelle’ e perguntou o que achei. Eu estava tão fora de mim na época, estava sempre chapada, então quando ouvi a letra, eu pensei ‘está tudo bem, é legal, faça o que quiser’. Para ser honesta, eu realmente não me importei. Sinceramente, eu não pensei que o álbum se tornaria tão grande ou que essa música fizesse parte do disco.”

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Lançado em 21 de julho de 1987, “Appetite for Destruction” teve seu estouro comercial apenas um ano após o lançamento, com a popularização do single “Sweet Child O’ Mine”. Só então chegou ao topo da parada Billboard 200.

Até hoje, vendeu mais de 30 milhões de cópias em todo o mundo. Ganhou disco de platina no Brasil – premiação rara para um álbum internacional no país.

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