As histórias do Dokken e do Ratt se confundem em vários momentos, mas especificamente no início. O baterista Bobby Blotzer participou dos primórdios da banda, ainda nos anos 1970. O baixista Juan Croucier chegou a gravar o primeiro álbum, “Breaking the Chains” (1983). E o guitarrista Warren DeMartini fez parte do grupo brevemente. Da formação clássica dos “ratos”, apenas o vocalista Stephen Pearcy e o guitarrista Robbin Corsby não participaram do grupo irmão de cena.
No caso de Warren, a situação aconteceu em um breve período de ausência de George Lynch, que estava realizando testes para tocar com Ozzy Osbourne. O ano era 1982. Conforme o vocalista Don Dokken relembrou ao “The Chuck Shute Podcast”, em transcrição do Blabbermouth:
“A passagem de Warren foi curta e aconteceu no período em que negociávamos com gravadoras. Cinco estavam interessadas em nós.”
Um dos motivos que fez a parceria ser pouco longeva foi o básico: George não conseguiu a vaga com Ozzy. O retorno, de acordo com Don, aconteceu de forma quase cinematográfica (ou noveleira).
‘Lembro-me de estar no palco do Whiskey A Go-Go, olhando para o público, e vi George. O que diabos ele está fazendo aqui? Achei que estava com Ozzy. Todo mundo disse que ele entraria na banda, o levaram de avião para a Inglaterra. Warren tinha 18 ou 19 anos, nos dávamos muito bem. Mas lá estava George na plateia. E ele meio que puxou Warren de lado e disse: ‘Você não quer estar no Dokken. Don é um idiota, cara. Todo mundo sabe disso. Você não pode confiar nele. Don é um nazista. Ele vai controlar e te tomar tudo’. E eu, tipo, ‘Tanto faz’. Então Warren voltou ao Ratt. O EP deles.
Depois, Juan Croucier me disse – e você pode perguntar a ele se o entrevistar: ‘Não posso tocar com George. Simplesmente não posso. Ele é muito peculiar’. Então, Juan ficou só com o Ratt. Tive que encontrar Jeff Pilson como baixista. Tínhamos acabado de fazer a turnê do Blue Öyster Cult com Aldo Nova, tocávamos por 30 minutos. E foi aí que George voltou para a banda, porque não tinha para onde ir. E essa é realmente a história do Dokken.”
De qualquer modo, Don não se furtou de imaginar o que poderia ter acontecido caso Warren tivesse permanecido.
“Olhando para trás, não tenho nada contra George. Nós nos damos bem hoje. Mas se eu pudesse ter mantido Warren na banda, provavelmente teríamos subido muito mais rápido. Tudo com George era uma briga para se fazer, um pesadelo. Warren era muito mais fácil de lidar.”
Warren DeMartini e Dokken
Desde 2018, Warren DeMartini não participa de maiores atividades. Fontes próximas dão conta de que o excesso de problemas no Ratt fez com que o músico perdesse a vontade de seguir na ativa em tempo integral.
Em tempos recentes, Don Dokken e George Lynch voltaram a excursionar juntos, cada um com sua banda – Dokken e Lynch Mob. A última reunião oficial aconteceu em 2016, rendendo um disco ao vivo e uma música inédita.
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