Tobias Forge acredita que há um grande problema no cenário do metal atualmente. O líder do Ghost já havia opinado que, para o “ressurgimento do rock”, é necessário que as novas bandas sejam vistas não só como uma novidade ou um tesouro underground. Agora, ele foi além na linha de raciocínio.
Conversando com a Metal Hammer, o multi-instrumentista e vocalista comparou a música pesada do momento com filmes de terror. Para ele, ambas as vertentes apresentam um ponto fraco em comum: seus criadores vivem dentro de uma bolha.
“Uma das maiores fraquezas do metal moderno – e dos filmes de terror também – é que ele está sendo criado e passando por curadoria de pessoas que só gostam disso, então, se torna regurgitação. Os melhores filmes de terror que já vi — ‘Tubarão’, ‘Drácula’ de Bram Stoker, ‘O Exorcista’, ‘A Profecia’ — foram feitos por pessoas que nunca fizeram filmes de terror na vida. Eles não se limitariam.”
Forge continuou, destacando a importância de sair da zona de conforto e de expandir os horizontes criativos:
“Se você não gosta de outras coisas, tudo bem, mas se você se sentir travado criativamente, pode ser que você esteja preso muito perto de seu ‘lar’. Não consigo nem imaginar ficar em uma mesma coisa hoje em dia.”
Essa não foi a primeira vez que o líder do Ghost fez tal analogia. Durante entrevista à NME em fevereiro último, o artista apontou que há certo estigma do rock e do metal, semelhante ao que acontece com produções de terror blockbusters.
“Há filmes de terror de grande sucesso que nunca seriam considerados para um Oscar porque são filmes de terror, então automaticamente são vistos como não tão bons. Isso pode mudar com o tempo, mas esse é o estigma que o metal e o rock ainda têm. São vistos como não sendo tão sofisticados quanto outras coisas. Você não pode argumentar contra isso, mas ainda pode vender discos, ficar popular nos streamings, vender ingressos dos shows. Você não precisa tocar durante o dia na rádio para ter sucesso.”
Ghost no Brasil
O Ghost virá ao Brasil nesta semana para dois shows em São Paulo, no Espaço Unimed, nos dias 20 e 21. Ingressos para ambas as datas estão esgotados.
As apresentações fazem parte da turnê “Re-Imperatour”, que promove o álbum “Impera”, lançado em março do ano passado. Será a quarta viagem do grupo sueco comandado por Tobias Forge ao país. Eles estiveram por aqui anteriormente em 2013, 2014 e 2017.
Para as apresentações, a Crypta foi escalada como atração de abertura. A banda brasileira de death metal é formada por Fernanda Lira (voz e baixo), Luana Dametto (bateria), Tainá Bergamaschi (guitarra) e Jéssica di Falchi (guitarra).
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