Mick Jagger contrariou a moda entre lendas da música de vender seus catálogos por centenas de milhões de dólares. O vocalista dos Rolling Stones deu a entender que estaria mais interessado em doar sua fortuna à caridade.
Em entrevista ao Wall Street Journal, Jagger foi perguntado se teria interesse em vender o catálogo pós-1971 do grupo. A resposta foi sucinta.
“Meus filhos não precisam de US$ 500 milhões para viver bem. Convenhamos.”
Pai de oito filhos com seis mulheres diferentes, Mick disse que prefere a ideia de usar sua fortuna para “fazer um pouco de coisa boa pelo mundo”.
Além disso, a parte mais valiosa do catálogo dos Stones sequer pertence à banda. Os direitos aos maiores hits compostos por Jagger e Richards são parte do espólio de Allen Klein, ex-empresário do grupo e uma das figuras mais polêmicas da história do rock.
A situação foi abordada por Mick durante a entrevista. O cantor comentou que apesar da indústria ter melhorado, ainda existem casos de artistas que têm suas obras roubadas por empresários.
“A indústria ainda estava nascendo, não tinha o apoio e a quantidade de pessoas disponíveis para lhe aconselhar como tem agora. Mas sabe, ainda acontece. Digo, olha o que aconteceu com Taylor Swift! Eu não sei os detalhes, mas obviamente ela não ficou feliz.”
Vendas de catálogos musicais
Em 2020, Bob Dylan negociou seu catálogo com mais de 600 músicas ao Warner Music Group. O valor não foi revelado, mas fontes próximas estimam que a companhia pagou em torno de US$ 300 milhões ao cantor e compositor.
Outros grandes nomes também negociaram suas obras em tempos recentes, como Red Hot Chili Peppers (por mais de US$ 140 mi), Neil Young (50% por US$ 150 mi), Fleetwood Mac, The Beach Boys (entre US$ 100 mi e US$ 200 mi) e Genesis (US$ 300 milhões).
Até o momento, Bruce Springsteen teria recebido o maior montante em uma transação do tipo em 2021, quando vendeu sua obra por US$ 500 milhões. No entanto, o valor poderia ser ultrapassado pelo espólio de Michael Jackson que, conforme publicado pela Variety em fevereiro, estaria acordando metade de sua participação no catálogo musical do cantor por algo entre US$ 800 milhões e US$ 900 milhões.
Rolling Stones como hologramas
Outro tópico abordado pelo vocalista da banda mais longeva do rock foi a possibilidade dos Rolling Stones continuarem para além da vida. Ele não descartou a ideia de shows usando hologramas e citou o sucesso do espetáculo virtual “Voyager”, criado pelo Abba.
“Dá para ter um negócio póstumo agora, né? Dá pra fazer uma turnê póstuma. A tecnologia avançou desde o negócio do Abba, que eu estava pra ir, mas acabei perdendo.”
Não seria a primeira inovação dos Stones na indústria. Jagger fez questão de ressaltar como o grupo foi um pioneiro de turnês em estádios, o que abriu caminho para vários artistas desde então.
“Uma das coisas que mais tenho orgulho, com os Stones, é que fomos pioneiros de turnês de arenas, com nosso próprio palco, nosso próprio som e tudo, e fizemos o mesmo com estádios. Digo, ninguém fazia turnês só de estádios.”
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