Em julho, Eric Clapton tentou doar US$ 5 mil (aproximadamente R$ 24 mil na cotação atual) para a campanha de Robert F. Kennedy Jr nas primárias presidenciais do Partido Democrata dos Estados Unidos, marcadas para 2024. Por estar acima do limite permitido para contribuições individuais e por advir de um endereço britânico, o valor foi devolvido.
Para o canal The Real Music Observer do YouTube (via Guitar), o músico mencionou a atitude. Clapton não sabia sobre as restrições relacionadas à quantia e envio e, por isso, não atentou-se aos detalhes. A ideia era apenas ajudar o político por admirá-lo, como destacou.
“Ele é um grande homem, eu o admiro. Tentei doar uma quantia para ele de forma muito ingênua, porque sendo um cidadão inglês, isso aparentemente é ilegal. Você não pode fazer isso. De qualquer forma, Robert pediu para conversar comigo da maneira que estamos conversando agora. Ele é a única outra pessoa com quem eu falo abertamente assim.”
Sobrinho do ex-presidente John Kennedy, RFK Jr tem se estabelecido como um candidato apoiador da causa antivacina. O político é acusado de espalhar teorias da conspiração sem fundamento em aparições midiáticas, incluindo no podcast de Joe Rogan. Clapton também já demonstrou o mesmo pensamento.
Sendo assim, fez questão de elogiar o candidato – a quem concedeu uma entrevista em 2021 justamente sobre o tema vacinas – durante o bate-papo com David Spuria.
“Ele diz coisas que fazem sentido sobre o país em que vive e sobre o mundo, sobre como lidar como situações hostis. Ele sabe como fazer isso.”
Controvérsias de Eric Clapton
Desde o início da pandemia, Eric Clapton teve atitudes negacionistas. O artista gravou músicas contra as medidas sanitárias, financiou uma banda antivaxxer, compartilhou informações falsas sobre imunizantes e ameaçou não se apresentar em espaços que exigissem comprovante de vacinação – tendo voltado atrás posteriormente.
No fim de 2021, o instrumentista conversou com o site de Robert Kennedy Jr, The Defender. Na ocasião, criticou as vacinas contra a Covid-19 e revelou ter perdido amizades após assumir uma postura adversa à ciência.
RFK Jr não é a primeira figura política controversa a quem Clapton se aliou. Em 1976, o guitarrista declarou apoio ao ex-ministro conservador Enoch Powell. O político era notório por posicionar-se contra a imigração e classificado como um “nacionalista branco”. Chegou a dizer à plateia de um show:
“Acho que Enoch está certo, acho que deveríamos mandá-los (os imigrantes) todos de volta. Impeçam o Reino Unido de se transformar em uma colônia negra. Tirem os estrangeiros, tirem os crioulos. A Inglaterra é para brancos, cara. Somos um país branco. Essa é a Grã-Bretanha, um país branco. O que está acontecendo conosco, p*rra?”
Décadas depois, em declaração de 2018 ao lançar o documentário “Eric Clapton: Life in 12 Bars”, demonstrou arrependimento com relação a essas falas.
“Sabotei tudo com o que me envolvi. Estava tão envergonhado de quem eu era, um tipo de semi-racista, o que não fazia sentido. Metade dos meus amigos eram negros, namorei uma mulher negra e defendi a música negra.”
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