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Por que Bruce Dickinson não tem redes sociais, segundo o próprio

Apesar de preferir ficar fora das plataformas em questão, vocalista do Iron Maiden não é exatamente um tecnofóbico

Dos integrantes do Iron Maiden, apenas o guitarrista Adrian Smith tem perfil em redes sociais. O vocalista Bruce Dickinson não só está ausente das mídias virtuais como, até pouco tempo atrás, usava um celular do tipo “tijolão”, que não tem acesso à internet.

Em entrevista de 2021 ao Loudwire, o cantor revelou por que até hoje não criou uma conta nas redes sociais. O assunto veio à tona após ele comentar sobre a campanha virtual “Belshazzar’s Feast” (“A Festa de Belsazar”, feita pelo Maiden para criar expectativa em torno de seu álbum mais recente, “Senjutsu”.

“Não posso levar nenhum crédito pela campanha! Foi a Sarah, em nosso escritório do Maiden. Ela teve a ideia porque ela é a deusa de todas as mídias sociais e da internet. Já eu… não tenho nenhuma presença nas redes sociais – e eu adoro isso, porque durmo à noite e não fico obcecado com o que os idiotas falam sobre mim.”

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Por outro lado, Bruce disse admirar “o mundo moderno”, com conexão à internet.

“É essa a forma como as pessoas sentem necessidade de se comunicar. No mundo louco da pandemia, você não pode sair por aí e encontrar pessoas fisicamente ou ter um lançamento. Uma das ideias era fazer uma estreia do videoclipe de ‘The Writing on the Wall’ nos cinemas e fazer com que as pessoas fizessem tweets sobre ele, tornando-se viral, mas não dava.”

Iron Maiden e Belshazzar’s Feast

Ainda durante a conversa, Bruce Dickinson refletiu sobre o êxito conquistado com a campanha “Belshazzar’s Feast”. O vocalista revelou, inclusive, que o clipe da música “The Writing on the Wall” quase não teve nenhuma referência à ação virtual – logo o cantor, ausente das redes, foi o responsável por lembrar a produção de colocar uma menção à “Festa de Belsazar”.

“Estranhamente, há uma pista para a campanha no início do vídeo, que é o convite para a Festa de Belsazar. Essa pista quase não entrou no clipe porque a empresa de vídeo, por mais que eu os ame, esqueceu disso. Chegamos ao final dessa grande produção, assisti tudo e pensei: ‘uh, faltou algo – era para ter o convite’.”

Ele completou:

“É por isso que um cara vai e pega o convite do fã morto do Maiden. É para onde todo mundo está indo. Se não tem isso no início do vídeo, é como assistir ‘Star Wars’ sem o: ‘em uma galáxia muito, muito distante’. Não faria sentido até a metade do filme. Então, tem que ter isso aí”.

Foi aí que o clipe passou a ter um folheto citando “Belshazzar’s Feast”, de acordo com Dickinson.

“Mark Andrews e os caras ex-Pixar que foram nossos produtores executivos disseram: ‘há uma solução para isso – colocaremos uma folha de convite que cai no chão’. Originalmente, a criança o segurava e dessa forma você o via cair no chão, o que é uma solução mais fácil para a animação.”

O nascimento da campanha “Belshazzar’s Feast”, inclusive, ocorreu de modo inusitado, conforme Bruce relembra.

“Eu disse: vamos fazer algo simples em preto e branco, como um folheto para uma daquelas festas rave semilegais, onde você coloca pôsteres em postes de concreto sob as estradas e coisas assim. Então, inventei coisas como ‘céu ou inferno’, ‘chova ou faça sol’, ‘viva para sempre’, que é um jogo de palavras, e não pensei mais nisso.”

Por fim, ele pontuou:

“Pegamos aquele pôster e o transformamos na camisa e em uma campanha na internet. Com as pistas, foi uma verdadeira caça aos easter eggs de Sherlock Holmes pela internet. Foi muito legal. Fiquei impressionado com o que a equipe montou.”

Bruce Dickinson e ficção científica

Apesar de estar fora das redes sociais, Bruce Dickinson é um entusiasta da tecnologia. Além disso, adora filmes de ficção científica.

Durante conversa com a revista Revolver em 2018, o vocalista do Iron Maiden foi convidado a listar seus filmes preferidos na categoria ficção científica. As escolhas recaíram sobre “O Dia em que a Terra Parou” (1951), “Planeta Proibido” (1956) e “Uma Sepultura na Eternidade” (1967). Em breve explicação, o cantor destacou, conforme resgate do site Far Out Magazine:

“São filmes profundos, os três. O elemento humano e o enredo são fortes em todos eles, embora o elemento científico seja bem legal também. São todos bastante preditivos de futuros possíveis.”

Escolha mais antiga, “O Dia em que a Terra Parou” foi dirigido por Robert Wise e conta com trilha sonora composta por Bernard Hermann, que também trabalhou em clássicos como “Psicose” de Alfred Hitchcock e “Cidadão Kane” de Orson Welles. É estrelado por Michael Rennie, Patricia Neal e Hugh Marlowe.

Baseado no conto “Farewell to the Master” (1940), de Harry Bates, é ambientado na Guerra Fria durante o início da corrida armamentista nuclear entre os EUA e a União Soviética. O enredo segue um alienígena humanoide que visita a Terra acompanhado por um imponente robô, Gort. Eles trazem uma mensagem vital que diz respeito a toda a humanidade. A obra foi refeita em 2008, tendo Keanu Reeves e Jennifer Connelly como protagonistas.

“Planeta Proibido” foi dirigido por Fred M. Wilcox e escrito por Cyril Hume, baseado em uma história original de Allen Adler e Irving Block. Estrelado por Walter Pidgeon, Anne Francis e Leslie Nielsen, é considerado um dos maiores filmes da década de 1950. Desde seu lançamento, alguns comentaristas compararam seus personagens e cenários aos de “A Tempestade” de William Shakespeare, sendo eles notavelmente semelhantes.

Um filme pioneiro em muitos aspectos, estabeleceu novos parâmetros para o que estava por vir no cinema de ficção científica. Foi o primeiro no gênero a retratar humanos viajando em uma nave estelar mais rápida que a luz, algo que veríamos popularizado por “Guerra nas Estrelas” mais de 20 anos depois.

Curiosamente, também foi o primeiro a ser inteiramente ambientado em outro planeta, longe da Terra, algo que a série de George Lucas também faria. Notoriamente, o personagem Robby the Robot foi um dos primeiros a ter uma personalidade real e ser um personagem coadjuvante vital. Ainda usou uma trilha sonora totalmente eletrônica de Bebe e Louis Barron, um passo significativo para futuras soundtracks.

Da Hammer Film Productions, “Uma Sepultura na Eternidade” é uma sequência dos títulos anteriores do estúdio, “The Quatermass Xperiment”, de 1955, e “Quatermass 2”, de 1957. O roteiro é baseado em uma série da BBC Television, “Quartermass and the Pit”, de Nigel Kneale. O filme foi dirigido por Roy Ward Baker e estrelado por Andrew Keir como o titular Professor Quartermass – substituindo Brian Donlevy dos anteriores – com James Donald, Barbara Shelley e Julian Goliver em papéis coadjuvantes.

O enredo é quase inteiramente fiel à série de TV original. Fala de um objeto misterioso enterrado no local de uma nova extensão do metrô de Londres. Também foram encontrados nas proximidades os restos mortais de ancestrais humanos de mais de cinco milhões de anos atrás. Quartermass percebe que o objeto é uma velha nave espacial marciana e conclui que os extraterrestres influenciaram muito a evolução e a inteligência humana. No entanto, as coisas começam a se desenrolar quando a nave – que é senciente – começa a afetar os humanos por meios malignos.

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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