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O recado de Oli Sykes a fãs do Bring Me the Horizon que desejam “volta às raízes”

Vocalista citou a evolução natural como artista e ser humano para justificar o motivo de simplesmente não conseguir retornar ao passado

Não é nada difícil notar as diferenças sonoras entre os trabalhos do Bring Me the Horizon desde o início das atividades. A banda começou com sonoridade voltada ao deathcore e, a partir de então, transitou por vários subgêneros e até mesmo por outros estilos musicais. Atualmente, fica até difícil classificar de forma exata os lançamentos, já que há várias referências distintas convivendo em um mesmo trabalho.

Embora isso possa se tornar um empecilho para muitos fãs, a ideia é se aprofundar cada vez mais na proposta. Em entrevista à rádio americana KFMA de Tucson, Arizona (via Blabbermouth), o vocalista Oli Sykes deixou claro que uma volta às raízes passa longe dos objetivos dos envolvidos. Mas também declarou compreender as reações passionais.

“Acredito que consegui, nos últimos anos, suavizar minha abordagem sobre o que essas pessoas criticam. É muito fácil alguém te irritarem e você reagir de forma agressiva. Mas, no final do dia, eles simplesmente amam sua banda. Algo que você fez significou tanto que eles só querem que seja feito de novo. É preciso perceber que, mesmo que isso possa incomodá-lo, vem de um lugar de amor. Em vez de revidar, é necessário apreciar. Às vezes talvez até faça você se questionar também.”

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E se alguém pensar que o Bring Me the Horizon não é mais a mesma banda, Oli só tem uma coisa a dizer: é verdade.

“Até certo ponto, não podemos mais ser a banda que costumávamos ser. Não saberíamos como fazer isso e não saberíamos como fazê-lo com autenticidade ou integridade. Crescemos, envelhecemos, amadurecemos e nossos gostos mudaram, da mesma forma que suas papilas gustativas mudam. Simplesmente acontece e não há nada que você possa fazer sobre isso. Mas, às vezes, essas pessoas podem fazê-lo pensar: ‘Espere. Estamos perdendo o que nos torna especiais?’ E é isso que eu tenho me perguntado ao longo dos anos. As pessoas que estão tristes porque não somos mais tão pesadas ou algo assim têm razão?”

Outro ponto importante destacado pelo frontman é o impacto que o sucesso causa quando ele realmente acontece. Algo que faz o músico se questionar de forma quase filosófica sobre a natureza das coisas.

“Não há mais muitas bandas como a nossa no mainstream. E às vezes você quase quer… não se conformar, mas por exemplo, 10 anos atrás eu jamais teria pensado que seríamos a atração principal de festivais a maior banda de rock do mundo. De repente, esse tipo de ideia começou a ser formulada e as pessoas a dizê-la. E isso pode subir à sua cabeça, você pode começar a acreditar de verdade. Ao ponto de você ficar preocupado sobre se poderia ou não pensar assim.

E eu definitivamente sinto que ouvi alguns dos fãs ao longo dos anos e, tipo, quer saber? Eles estão certos. Não devemos diluir nosso som. Porque somos uma das últimas bandas que ainda fazem música pesada e direita nesse meio. Então, todas essas coisas apenas mantêm você na linha, basta perceber que tudo vem de um lugar de amor e não deixe que isso te irrite. Ao mesmo tempo, permaneça fiel a si mesmo. Não podemos escrever música para os fãs, é impossível. Mas podemos deixar o que eles dizem ressoar em nós e não apenas automaticamente, como uma reação instintiva.”

Bring Me the Horizon e “Post Human: NeX GEn”

“Post Human: NeX GEn”, novo álbum do Bring Me the Horizon, sai no próximo dia 15 de setembro. O trabalho sucede uma turnê que a banda fará como headliner por arenas britânicas, tendo Bad Omens, Cassyette e Static Dress como atrações de abertura.

Inicialmente, a série “Post Human” estava programada para ter quatro EPs. O primeiro volume, “Post Human: Survival Horror”, saiu em outubro de 2020 e chegou ao top 10 em oito paradas internacionais, com direito a ter liderado o chart do Reino Unido.

A ideia era disponibilizar tudo no período de um ano, o que o prosseguimento da pandemia acabou por tornar impossível. Sendo assim, o material passou a ser fracionado em singles. O projeto não tem previsão de encerramento divulgada.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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