Não restam dúvidas de que Alice Cooper testemunhou todos os altos e baixos da história do rock. Das festas de arromba com Keith Moon ao declínio comercial do gênero, o ícone do shock se manteve ativo e atento às novidades, o que o levou a uma reflexão curiosa sobre a postura das bandas de rock atuais.
Em entrevista à Vulture, Cooper afirmou que falta ousadia e perigo nos novatos desde a escolha dos nomes dos grupos, até na atitude em performances. Vampire Weekend e Tame Impala foram citadas como exemplo.
“Quando você pensa no Guns N’ Roses, Mötley Crüe ou Aerosmith, há uma certa ousadia e perigo. Quando você pensa em Vampire Weekend ou Tame Impala, eu digo: ‘Quem quer se chamar de Tame Impala [Impala Dócil]? Você é uma banda de rock!’. Tenho o mesmo problema com o beisebol. Por que você chamaria seu time de beisebol de Orioles?”
Um comentário à parte foi feito sobre o Vampire Weekend, banda americana de indie rock.
“O Vampire Weekend é muito bom no que faz. O Vampire Weekend foi no ‘Saturday Night Live’, e eu estava esperando vampiros. Mas eles tiveram a coragem de colocar dois teclados e usar camisas polo de golfe. Isso funcionaria se as camisas de golfe estivessem manchadas de sangue. Se eles estivessem totalmente ensanguentados e cantando essas músicas legais, então eu entenderia. Isso apela ao meu senso de humor. Mas quando vi o que eles fizeram, pensei: ‘Que desperdício horrível de um grande nome’. Eles deveriam ser ‘Os Caras que Cortam a Grama’. Acho que eles perderam a piada.”
Nada pessoal
Ainda em sua declaração, Alice Cooper ainda esclareceu que não se trata de uma crítica ao trabalho das bandas, mas sim ao padrão da atitude rock and roll que não está sendo seguido em sua opinião.
“Vampire Weekend e Tame Impala fazem algo que eu não consigo fazer, então não estou criticando. Só estou dizendo para não colocá-los na mesma categoria do The Who ou dos Yardbirds, porque eu protejo o rock. Rock deveria ter atitude. O rock deveria ter um padrão, e algumas dessas bandas não têm.”
Por fim, o músico revelou o que está por trás dessa postura — e como isso reflete nas músicas.
“Há uma certa quantidade de sexo envolvida nisso. Há uma certa sensação tribal no hard rock que, quando você ouve, você pensa: ‘Sim!’. Quando ouço essas outras músicas, eu digo: ‘…Sim. Que adorável’. Mais uma vez, não estou criticando. Tem gente que ama essas músicas.”
Alice Cooper e “Road”
Na última sexta-feira (25), Alice Cooper lançou “Road”. Produzido por Bob Ezrin, o novo disco de estúdio contou com a banda de turnês do cantor, algo que nem sempre foi feito durante sua carreira.
O trabalho acabou ofuscado por conta de recentes declarações transfóbicas do artista, que acabou até mesmo tendo contrato rompido por conta do que falou. Ele ainda não se manifestou oficialmente após o ocorrido.
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