Recentemente, Roger Waters anunciou ter realizado uma regravação do álbum “The Dark Side of the Moon”, clássico do Pink Floyd que completou 50 anos. A promessa era de que o material fosse disponibilizado em maio. Embora o planejamento não tenha sido cumprido, tudo indica que o lançamento ocorrerá nos próximos meses.
Um vídeo foi liberado no canal do músico no YouTube com uma espécie de prévia do registro. São apenas 12 segundos, ao som de uma música que parece ser a transição entre “Brain Damage” e “Eclipse”, mas em uma versão retrabalhada. Os termos “DSOTM” (sigla para o título do disco) e “REDUX” (“repaginado”, em inglês) aparecem na filmagem. Confira a seguir.
O jornalista Tristram Fane Saunders, do The Telegraph, teve acesso ao material e explicou que a grande mudança são partes de spoken word por cima das faixas instrumentais, com Roger Waters declamando poemas. “Money” também ganhou uma versão com influência country. Já “Breathe” foi reimaginada com um groove mais lento.
Ao mesmo veículo, Roger concedeu uma entrevista onde anunciou o projeto. Na ocasião, declarou ter feito a regravação do material por ter sido o compositor. Autor do conceito, ele é creditado como responsável sozinho de todas as letras. Já a parte musical foi concebida de forma dividida: Roger fez três canções por conta própria e coassinou outras duas.
“Eu escrevi ‘The Dark Side of the Moon’. Vamos nos livrar desse negócio de ‘nós’. Claro que nós éramos uma banda, tinham quatro de nós, todos contribuímos – mas é meu projeto e fui eu que escrevi.”
Roger Waters explica projeto
A notícia dividiu os fãs, com muitos entendendo que as eternas discordâncias do músico para com seus antigos colegas o tenha instigado a tomar tal decisão.
Porém, o próprio garante não ter sido essa a motivação. Em postagem nas redes sociais, o músico falou sobre como surgiu a ideia.
“Quando gravamos músicas da minha carreira de forma simplificada durante as Lockdown Sessions, o 50º aniversário do lançamento de ‘Dark Side of The Moon’ estava surgindo no horizonte. Ocorreu-me que o álbum poderia muito bem ser um candidato adequado para uma reformulação semelhante, em parte como uma homenagem ao trabalho original, mas também para abordar novamente a mensagem política e emocional dele.
Eu discuti isso com Gus (Seyffert, produtor) e Sean (Evans, cineasta). Quando paramos de rir e gritar ‘Você deve estar louco’ um com o outro, decidimos levar adiante. Estamos agora no processo de finalização da mixagem. Ficou muito bom e estou animado para que todos ouçam. Não substitui o original que, obviamente, é insubstituível. Mas é uma maneira de um homem de 79 anos olhar para trás, através dos 50 anos intermediários, nos olhos do homem de 29 anos e dizer, citando um poema meu sobre meu pai: ‘Fizemos o nosso melhor, mantivemos sua confiança, nosso pai teria ficado orgulhoso de nós’. E também é uma maneira de homenagear uma gravação da qual Nick, Rick, Dave e eu temos todo o direito de nos orgulhar.
Feliz 50 anos para #DarkSideOfTheMoon”
Pink Floyd e “The Dark Side of the Moon”
Oitavo álbum de estúdio do Pink Floyd, “The Dark Side of the Moon” é seu trabalho mais bem-sucedido, com cerca de 45 milhões de cópias vendidas mundialmente. Permaneceu 741 semanas consecutivas na parada norte-americana, entre 1973 e 1988.
O material foi desenvolvido em performances ao vivo, com boa parte sendo executada nos palcos antes mesmo das gravações. Foi concebido como um trabalho conceitual focado nas pressões enfrentadas pela banda e os problemas de saúde mental do ex-membro Syd Barrett, que deixou o grupo em 1968.
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