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Quando Steve Harris explicou dinâmica de Martin Birch com o Iron Maiden

Em 1986, baixista não conseguiu imaginar a banda seguindo a carreira sem o produtor

A parceria do Iron Maiden com o produtor Martin Birch começou no álbum “Killers” (1981) e se estendeu até “Fear of the Dark” (1992), totalizando 8 discos de estúdio e o auge de popularidade da banda. Para alguns fãs de opiniões mais radicais, o grupo nunca se recuperou da perda do colaborador.

Em entrevista de outubro de 1986 à revista francesa Hard Rock, o baixista Steve Harris refletiu sobre a atuação de Birch. À época, o álbum “Somewhere in Time” recém havia saído. Inicialmente, destacou um ponto negativo das experiências com outros produtores.

“Muitos produtores não passam de engenheiros de som. Eles se sentam na mesa de mixagem e não fazem mais nada. Eu não aguentava, diria: ‘Você está bem, cara? Você não quer fazer ainda menos?’.”

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Em seguida, exaltou o diferencial de Martin, dono de um extenso currículo antes de se envolver com o Maiden.

“Martin Birch, por outro lado, também é engenheiro de som, mas não qualquer um. Ele tem o som do Maiden nele! É fantástico, não há tantos como ele. Seria terrível se tivéssemos que seguir sem sua presença, se não tivesse tempo para nós. Eu sei perfeitamente que ele estará sempre disponível, mas só de pensar nisso me dá arrepios.”

Dinâmica geral

Ainda durante a entrevista (vale reforçar: concedida em 1986), Steve Harris contou como geralmente era o trabalho em estúdio com o Iron Maiden.

“A gente compõe, ensaia e tenta arranjar as músicas antes de ir para o estúdio gravar o álbum. Então, Martin chega, ouve as músicas, forma uma opinião e depois oferece algumas ideias. Depois vamos para o estúdio e trabalhamos muito de perto com ele. Mas, ao contrário de alguns outros produtores, ele não tenta virar as músicas de cabeça para baixo. Mudar nosso produtor não seria realmente um novo desafio. O som não seria o mesmo, claro, mas nossa música ainda seria a mesma.”

Martin Birch e Iron Maiden

Martin Birch morreu em agosto de 2020, aos 71 anos. Além do Iron Maiden, colaborou em álbuns históricos do Black Sabbath, Deep Purple, Whitesnake, Rainbow, Blue Öyster Cult, Wishbone Ash e Fleetwood Mac, entre outros.

À época de seu falecimento, o vocalista Bruce Dickinson afirmou:

“Para mim, Martin foi um mentor que transformou meu canto completamente. Ele era como um psicoterapeuta e, em suas próprias palavras, um malabarista que podia espelhar exatamente o que era uma banda. Esse era seu talento especial como produtor. Ele não manipulava o som da banda, apenas o refletia da melhor maneira possível. Fora tudo isso, era um ser humano maravilhoso, caloroso e divertido.”

Desde 2000, o Maiden mantém parceria com o produtor Kevin Shirley. A partir de “Brave New World”, ele trabalhou com o grupo em seus 6 discos de inéditas, além de material ao vivo.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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